Portugal foi o primeiro mas ficou em segundo lugar

O século XV foi movimentado. Muita curiosidade e poucas certezas. Aliás, uma certeza era certa: o oceano Atlântico era tenebroso. Ali, pelo menos era o que se pensava e se dizia, havia monstros que poderiam engolir as embarcações. Por isso, ele era temido e evitado. Além disso, tinham medo das embarcações caírem no abismo do fim do mundo.

Se “viver não é preciso”, navegar era já preciso – se não era coisa exata, pelo menos havia essa necessidade, pois o preço das especiarias estava pela hora da morte e os italianos não deixavam barato.

Por esse motivo, os portugueses movimentaram a aventura: Mergulharam no mar! Criaram uma escola de navegação, era de Sagres. Não era uma escola com salas e carteiras e alunos, mas uma filosofia de estudo naval.

Na escola portuguesa, os navegadores do mundo trocavam experiências. Analisavam e comparavam seus mapas náuticos. Informavam-se mutuamente sobre os perigos e as boas rotas de navegação... mas isso, principalmente no mar Mediterrâneo, pois do Atlântico só se conhecia o litoral e os medos.

Por isso, os portugueses se colocaram entre os primeiros a se aventurar em viagens de pesca em alto mar. Para isso, usavam: os conhecimentos novos, novas e maiores embarcações e, principalmente, a necessidade de aumentar a produção.

Enquanto os italianos traziam especiarias e outros produtos por terra, alguns navegadores pensaram que poderiam buscar os mesmos produtos, por mar. E novamente os portugueses foram os primeiros, inovando as embarcações e sonhando as possibilidades. E assim chegaram ao oriente.

Mas antes deles os espanhóis fizeram um feito notável: superaram o medo, apropriaram-se de conhecimentos e atravessaram o Atlântico, viajando pelo rumo oeste.

Enquanto os portugueses contornavam a África para buscar especiarias, os espanhóis atravessaram a linha do equador, cruzaram o mar e chegaram à América. E com isso Graças a isso um novo mundo foi criado, mas nele os portugueses chegaram em segundo lugar.

Neri de Paula Carneiro

Mestre em educação, filósofo, teólogo, historiador

Rolim de Moura - RO