Política Interna de Gestão de Pessoas
Por VALDETH Maria da Silva | 01/05/2009 | CrescimentoUma
mudança significativa está ocorrendo na
relação empresa-colaborador. Por isso a
área de RH deve ficar atenta a todas as fases que envolvem o
profissional recém-contratado.
A necessidade de
trabalho, ou seja, de busca por um local onde possamos exercer nossas
competências profissionais, deve merecer uma
atenção especial das pessoas e das empresas.
Podemos fazer uma certa analogia entre a relação
empregatícia e o “casamento”. Muitas
vezes, para uma relação ter chances de
êxito, necessita passar por algumas fases: do namoro, do
noivado e, se houver identidade entre as partes, passa-se para a fase
do casamento. Também nas relações de
trabalho, para haver uma convivência duradoura,
harmônica e realizadora, as partes têm que procurar
se conhecer o suficiente para tomar a grande decisão:
viverem juntas, numa mesma direção, por prazo
indeterminado.
Assim, o conhecimento mútuo dos
principais aspectos que influenciam o jeito de ser e de agir do
candidato ao emprego e da empresa, tais como a filosofia,
crenças, valores, visões, interesses,
competências, posturas, perspectivas, tendências,
poderão ser de grande valia para facilitar a
decisão de contratação e propiciar um
relacionamento maduro, alinhado e comprometido. A não
valorização deste estágio de
conhecimento preliminar, no momento adequado, certamente
refletirá negativamente no dia-a-dia da vida profissional.
Não é necessário conhecer tudo antes,
mas para se construir uma relação transparente,
com chances de vir a ser duradoura, é necessário
que cada lado se mostre naquilo que lhe é mais importante,
naquilo que realmente faz a diferença.
O processo de
recrutamento e seleção deve propiciar
oportunidades para que as partes se conheçam melhor. Nesse
sentido o candidato ao emprego deve buscar o máximo de
informações sobre o futuro empregador e, ao mesmo
tempo, ser sincero ao falar de suas pretensões,
expectativas, habilidades e atitudes. De outro lado, cabe à
empresa apresentar-se ao candidato com muita abertura e
transparência. Deve deixar claras suas políticas
de Recursos Humanos como salário, benefícios e
outras formas de recompensa. Além disso, precisa explicitar
o que realmente espera do novo empregado, que atitudes valoriza, que
competência exige, que desafios irá proporcionar.
É comum as pessoas desempregadas aceitarem uma nova
colocação sem se sentirem identificadas com o
trabalho ou a empresa. Querem apenas fugir do desemprego. Nestas
circunstâncias, o trabalho geralmente não traz
satisfação e logo poderá frustrar as
partes, por ser um desgastante para ambas.
Para Chiavenato (2002:197-198,223) define recrutamento e seleção:
Recrutamento
é um conjunto de técnicas e procedimentos que
visa a atrair candidatos potencialmente qualificados e capazes de
ocupar cargos dentro da organização. É
basicamente um sistema de informação,
através do qual a organização divulga
e oferece ao mercado de recursos humanos oportunidades de emprego que
pretende preencher. Para ser eficaz, o recrutamento deve atrair um
contingente de candidatos suficientes para abastecer adequadamente o
processo de seleção. O recrutamento é
feito – a partir das necessidades presentes e futuras de
recursos humanos da organização. Consiste na
pesquisa e intervenção sobre as fontes capazes de
fornecer a organização um número
suficiente de pessoas necessárias a
consecução dos seus objetivos. É uma
atividade que tem por objetivo imediato atrair candidatos, dentre os
quais serão selecionados os futuros participantes da
organização.
Em termos, a
seleção busca entre os candidatos recrutados
aqueles mais adequados aos cargos existentes na empresa, visando a
manter ou aumentar a eficiência e o desempenho do pessoal,
bem como a eficácia da organização.
Seleção Segundo Marras (2000:79)
Seleção
de pessoal é uma atividade de responsabilidade do sistema de
ARH, que tem por finalidade escolher, sob metodologia
específica, candidatos a emprego recebidos pelo setor de
recrutamento, para atendimento das necessidades internas da empresa.
Compõe-se
de trabalhos de prospecção ou coleta de
informações e dados de cada individuo, em
particular, na tentativa de conhecê-lo.
O
treinamento é a base sustentável para a
aplicação da tarefa a ser desempenhada pelo novo
colaborador da organização, é a
transmissão das tarefas a ser executadas, as atitudes e
tarefas frente aos aspectos da organização e do
ambiente.
Chiavenato (2002:497) define
Treinamento
é o processo educacional de curto prazo aplicada de maneira
sistemática e organizada, através do qual as
pessoas aprendem conhecimentos, atitudes e habilidades em
função de objetivos definidos. O treinamento
envolve a transmissão de conhecimentos
específicos relativos ao trabalho, atitudes frente a
aspectos da organização, da tarefa e do ambiente,
e desenvolvimento de habilidades. Qualquer tarefa seja complexa ou
simples, envolve necessariamente estes três aspectos. Neste
sentido, o treinamento não é uma despesa mas um
investimento cujo retorno é altamente compensador para a
organização.
Os colaboradores na
execução de suas tarefas, passam por uma
avaliação que constitui identificar as
dificuldades e o desempenho de suas atribuições,
como forma da organização detectar as habilidades
de cada membro e as dificuldades no desenvolvimento das suas
habilidades.
Avaliação de desempenho para Chiavento (2004:325-326)
É
uma apreciação sistemática do
desempenho de cada pessoa no cargo e o seu potencial de desenvolvimento
no futuro. Toda avaliação é um
processo para estimular ou julgar o valor, a excelência e as
qualidades de uma pessoa.
Além do mais, a
avaliação do desempenho constitui uma
técnica de direção
imprevisível na atividade administrativa. É um
meio através do qual se podem localizar problemas de
supervisão de pessoal, de integração
do empregado a organização ou ao cargo que ocupa,
de dissonâncias, de desaproveitamento de empregados com
potencial mais elevado do que aquele que é exigido pelo
cargo, ou motivação etc. De acordo com os tipos
de problemas identificados, a avaliação do
desempenho pode colaborar na determinação e no
desenvolvimento de uma política adequada de RH as
necessidades da organização.
Forma de remuneração e benefícios para Marras (2000:272-273)
•Remuneração por habilidade
“É
um sistema que recompensa fundamentalmente avanços no setor
cognitivo dos trabalhadores, avaliando o desenvolvimento de
conhecimentos adquiridos e das respectivas habilidades ou bloco de
habilidades previamente fixadas como metas em cada etapa do sistema
conforme o trabalhador avança no seu nível de
habilidade, avança também progressivamente em
termos de recompensa financeira. É um sistema pouco
praticado no mercado, pois está fortemente atrelado a um
programa de treinamento e desenvolvimento profissional fundamental para
a prática desse tipo de remuneração,
que exige investimentos consideráveis por parte da empresa.
•Participação acionária
Esse
modelo de remuneração variável
aplica-se mais comumente nos níveis estratégicos
da organização (cúpula da empresa,
gerentes, diretores, vice-presidentes, presidentes) e consiste
remunerar os resultados conseguidos por meio da concessão de
ações da empresa, tornando esses executivos
‘sócios’ do negócio e,
portanto, muito mais comprometidos e com possibilidade de obter lucros
com o ‘jogo’ dessas ações.
•Distribuição de ganhos
Esse
modelo de remuneração tem sido praticado, ao
contrário do anterior, muito mais nos níveis
inferiores da pirâmide organizacional, principalmente nas
linhas de produção. Foi criado com vistas
à produtividade e possibilidades de reduzir os custos do
processo.
•Distribuição de lucros
É
um sistema que permite contemplar com uma parcela de espécie
a todos os funcionários da empresa, em
função dos dados da lucratividade levantada pela
empresa no fim de determinado período. Ou seja se a empresa
obteve lucro em certo período, parte dele será
distribuído aos empregados eqüitativamente.
•Remuneração por resultados
Essa
é a forma mais praticada pelas
organizações no mercado brasileiro pela
atualidade. Objetiva vincular o desempenho à produtividade e
à qualidade dos resultados organizacionais, estimulando o
trabalhador na busca da otimização do seu
trabalho e das metas a que se propôs alcançar
conjuntamente co a empresa.
Benefícios
Denomina-se
benefício o conjunto de programas ou planos oferecidos pela
organização como complemento ao sistema de
salários. O somatório compõe a
remuneração do empregado.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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humanos nas organizações. Rio de Janeiro:
Elsevier, 1999.
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ação estratégica. São
Paulo: Pretince Hall, 2002.
FERREL, O.C. Et.Al. ... Estratégia de marketing. São Paulo: Atlas, 2000.
MARRAS,
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do operacional ao estratégico. 3 ed. São Paulo:
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revolução digital. 4 ed. São Paulo:
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MILCOVIC, George T. & BOUDREAU, Jonh W.
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TACHIZAMA, Takeshy & REZENDE, Wilson. Estratégia empresarial. São Paulo: Makron Books, 2000.
VEGARA, Sylvia Constant. Gestão de pessoas. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2003.
Elaborado por Valdeth Maria da Silva