POETA AO ACASO

 

Sou poeta por acaso

Da poesia não se vive

Mas, viva de poesia.

  

Minha terra, o sabiá canta mais alto

O céu é mais azul

E o sol mais lindo

Reluz como ouro na encosta da serra

Com águas mais cristalinas, em suas belas praias.

 

Sou poeta por acaso

Acaso sou um poeta

Da poesia não se vive

Mas, vivo da poesia.

 

Minha pegada tem um único destino

Sou um homem comum, assim diz Gullar

Brasileiro de terras nordestinas

Mas, igual em sua mansidão de meu Deus.

 

 Não sou Drummond, muito menos Graciliano

Sou Cidadão comum,

Cearense, nordestino, cidadão brasileiro

Mas, vivo a poesia de Lobato, Machado de Assis e de Mário.

 

Sou poeta por acaso

Acaso sou poeta

Vivo a poesia de Oswald, Jorge Amado e Verissimo

Ouço Caetano, Gil, Fagner, Ivete, Pagodinho.

 

Sou cidadão comum,

Das terras do meu Ceará

Do sertão de Lampião, e Renato Aragão

Vivo da letra do Gonzagão

E da poesia de Alencar.

 

Sou poeta por acaso

Acaso sou um poeta

Da poesia não se vive

Mas, viva da poesia

 

Sou cidadão comum,

Das terras de Suassuna

De Nelson Rodrigues, Chico Anísio,  Domingos Olímpio

Acaso sou poeta, sou poeta por acaso.