POESIA MARGINAL - TENDÊNCIA DA POESIA BRASIEIRA CONTEMPORÂNEA

Por: José Wilamy  Vasconcelos

A vida têm suas fases, períodos, descobertas e conceitos. Vejamos a  Ciência  na vida do ser humano no tocante a matéria com seu primeiro encontro entre o espermatozoide e o óvulo ao descobrir a fantástica maravilha da evolução. “O Dom da Vida”. Assim acontecem com a natureza e seres vivos. Uma mutação em descobrir-se. Por isso Darwin tenha razão em sua descoberta.

Na poesia também surgem suas etapas, as fases e períodos.  Aprendemos desde que ao nascer logo no primeiro olhar e nosso cérebro decodifica inúmeros “sinais” catalogando tudo em nossa mente de criança, com os pré-conceitos ainda não definidos, mas vistos em mensagem e significados. Isso também é poesia.

E, hoje vou lhes mostrar algo sobre a Poesia Marginal. Logo de impacto a palavra causa grande repercussão ou denotação no soar da pronúncia e para àqueles que escutam

- Marginal – Um tema bastante esclarecedor. Seria uma mera ironia. 

Quem estuda a Literatura já viu os textos literários e não literários transmitidos por poesias, escritas por autores sobre os fatos, ocorridos ou não. Eis, a diferença entre texto literário e não literário. Igualmente, quem escreve literatura cria um universo imaginário na intensão de fixar ao leitor o que é realmente o seu texto. Fato ou ficção. Nos romances, dramaturgia. Daí, a capacidade de um bom escritor.

Só lembrando mais uma vez que a Literatura possui suas fases. Faz parte da descoberta do mundo mágico da escrita. As escolas, estilos, períodos literários, está intrínseco na cultura e no momento histórico de sua época.  Quem não se lembra na época escolar das fichas de leituras com seus autores prediletos nas escolas? Aqui são eles: Barroco, Arcadismo, Romantismo (prosa, poesia). Realismo, Naturalismo. Parnasianismo, Simbolismo. Chegamos ao Pré-Modernismo e Modernismo até os tempos contemporâneos na tendência das prosas brasileiras.

E assim depois do Concretismo, movimento que revolucionou o século XX, nos anos 50 e 60 a manifestação dessa realidade com os iniciadores Décio Pignatari, Augusto de Campos, Heraldo de Campos, Ferreira Gullar e Pedro Xisto, com importante atuação cultural e predomínio na comunicação visual. A arte concreta foi repercutida em São Paulo e Rio de Janeiro. Depois o Tropicalismo, dando início à música popular em crítica e ironia com intelectualidade. Uma delas com a música Alegria, Alegria de Caetano Veloso. Podemos dizer que rompeu a partir daí uma atitude literária em nossa literatura como ruptura e quebra de paradigmas.

Aparece a Poesia Marginal – tema que explica o nome e significado da palavra. O texto vem de margem, explicada como a “Geração de Mimeógrafo”. Livros são rodados em tiragens rápidas e impressos em offset, com material mais barato e rústico, repassada aos articuladores por praças, de mão em mão para vendê-los, entregues pelos próprios autores, com custos mais barato, e acessível à classe menos favorecidas. Excluindo todo acesso do lirismo da época e das editoras que inflacionavam seus projetos. Corriam nos quatros cantos da cidade. Bares, restaurantes, pracinhas, logradouros, cinemas, teatros. Os poetas da época recusavam os projetos de produção e distribuição pelas editoras.

Partiu então a produção de livros de forma independente e começaram a publicar diretamente com mimeógrafos, o antepassado da xerox e dessa forma não precisava das editoras. O poeta distribuía seu próprio livro para quem gostava e quem quisesse.O Poeta herói.

Alguns poetas se destacaram e receberam o nome de grupo dos poetas da “Geração Marginal”.  Destacamos aqui Paulo Leminsky, Chagal e Casaco. Sob a influência do Concretismo e do poema concreto citado por autores acima aparece em nossa literatura a fase do nosso modernismo como característica nos anos 70 por poetas e grupos que predominaram uma expressão da poesia em forma bem subjetiva.  Com esse novo paradigma teve uma grande aceitação como forma de ironia nessa poesia sem censura. Escrita em cordéis, folhetos em xerox. O poeta era o encadernador, o vendedor, o articulista com suas próprias tiragens. Marginal porque estava a margem da sociedade para ser produzida, para ser propagada e vendida.

Surgiu então em 1976, o livro poético dos “26 Poetas Hoje” uma Antologia escrita pela professora de Literatura da PUC, Heloísa Buarque de Holanda como podem dizer uma vantagem a mais para os poetas da vanguarda marginal a ser propagada nas regiões de nosso país. .