Por vezes, fico a pensar

Quantos de mim há em mim

Quando penso ser eu,

sou o outro em mim

 

Incompreensível alma que sou

Sendo uma, não sou eu mesmo

Sinto que são mais de uma

Compreender-me é mistério

 

No silêncio da noite sou romance

Na manhã sou como uma criança

Nas tardes sinto as ausências

No crepúsculo sou transição.

 

Um dia, quiçá, serei metade de mim

A outra metade será você em mim

Inquieto, ponho-me a descrever-me

Perco-me, não sei quem sou...!

 

Sou alma mutante e buliçosa

Sou doce, ácido e insípido

Tenho sabores que não sei

Mas, sou o sabor do instante

 

Apaixonar-se por mim é fácil

O desencanto é mais rápido

Mas, esse sou eu...?

Não! Esse não sou eu...!

 

Por: Lourival Jose Costa 23/07/2018