Pobreza na Riqueza

Wanderson Vitor Boareto

Graduado em História, Bacharel em Direito, Pós Graduado em História e Construção Social do Brasil, Docência do Ensino Superior e Educação Empreendedora.

 

Resumo

O ano de 2012 não resolveu os problemas sociais e econômicos do Brasil. Em 2013 as perspectivas são de um crescimento significativo na balança internacional. No entanto, os desafios são muitos. Questões como educação, segurança e agricultura sustentável, estão longe de ser o ideal para uma melhor distribuição de renda e de uma vida mais justa para os brasileiros.

 

Palavras Chaves

Agricultura, Educação, Família, Economia.

O Brasil em 2013 tem perspectiva para um crescimento bem acima do que houve 2012, devido a vários fatores, entre eles o crescimento da produção agrícola e novos investimentos na indústria da tecnologia e de produtos duráveis. Há uma estimativa de um grande crescimento em novas frentes de trabalho. A educação está recebendo um grande incentivo na área de cursos profissionalizantes. Isso tudo gera sem dúvida nenhuma nova esperança para o povo brasileiro neste novo ano que começa hoje, dia primeiro de janeiro de 2013.

No entanto, o Brasil em 2013 aprovou uma lei de cotas para as universidades federais, que estipula um grande número de vagas para negros, índios e estudantes de escola pública de nosso país. Esta medida que segundo o governo veio para amenizar as injustiças sociais que se estende na educação, mostra a fragilidade e a incompetência da educação pública de nosso país. É claro que esta medida paliativa é mais barata que mudar a escola de base,  porém, mostra que o indivíduo que cursa o ensino fundamental e médio em uma escola pública não tem competitividade para ingressarem em uma universidade federal de ensino superior. Isso é uma afronta à população brasileira que tem na educação esperança de uma vida melhor.

“Pelo jeitinho eles se compõem e se articulam numa totalidade maior que se deve incluir a todos. Sem o jeitinho, a dialogação permanente, a busca da junção entre o não poder e o poder dificilmente se chegará a uma ordem social dinâmica e humanizada”. (BOFF, Pg. 115)

A família brasileira também é afetada pelas mudanças econômicas e sociais de nosso país. Na verdade, a família, perdeu a formação fraterna que existiu no início do século XX. Isso é facilmente explicado pelo sistema que rege a economia de nossa nação. Em um sistema capitalista a palavra igualdade é meramente figurativa, já que o poder aquisitivo que regula o seu nível de oportunidade e de amizade.

“Há a cultura da libertação, própria dos setores dominados que rompem com o paradigma da resistência e do ajuntamento forçado e avançaram na criação de uma nova consciência de libertação, com a convicção de ser um sujeito histórico novo, com projeto alternativo e com práticas inovadoras.” (BOFF, Pg. 47).

Esta fragilidade da nova família brasileira é um dos agentes do aumento da violência no Brasil, que tem um dos maiores índice de violência entre o jovem do mundo. O Brasil está entre os maiores índice de suicídio e de viciados em drogas de nosso planeta. É claro que a família é fundamental para mudar isso. Como? Esse é um dos grandes desafios de nosso tempo!

Em 2012 o problema da reforma agrária ainda não resolvido e os índices de previsão mostram que em 2013 também não terá fim, pensando em relação de mundo todos os países sérios já fizeram a reforma agrária na década de 60 do século passado como explica Celso Furtado em sua obra “O Brasil Pós – “Milagre”, mostra que o acesso a terra, é o princípio de uma economia sustentável no meio rural. Estudos mostram que a agricultura familiar está em expansão no Brasil, mas ainda falta muito para ser o ideal, falta de incentivo e uma politica pública que dê suporte para o fortalecimento desse setor.

“Hoje, em nome da modernidade, nossos governos latinos americanos atualizam a lógica da dominação mediante os grandes projetos das multinacionais japonesas, alemãs, italianas e norte americanas. A custo disso, da divida externa impagável, continuam as mortes; só no brasil morrem de fome mil crianças por dia. Nunca houve tanta fome e mortes prematuras como nos dias de hoje, por causa do desemprego, dos baixos salários, das doenças e das violências nas reações sociais.”( BOFF, Pg 102)

A agricultura e a ecologia é também um dos grandes desafios de nosso tempo. Como produzir e preservar? Em 2012 foi criado o voto na Assembleia Legislativa e no Senado, o novo código florestal, que segundo vários ambientalistas estão longe de nossa realidade. O Brasil sofre com o desmatamento principalmente na floresta Amazônica, mas grande parte do serrado e da mata atlântica esta sendo devastada para o uso da agricultura ou criação de gado.

Quando se fala em competitividade na agricultura, só tem espaço para os latifúndios ou os grandes grupos cooperativistas que controla 90% das exportações de grãos. Esta realidade mostra o poder do capital e a divisão de classes de nosso país. Esta realidade é perversa e está longe de acabar. É claro que o governo da presidente Dilma está amenizando a triste realidade dos brasileiros que estão baixo da linha da pobreza. Porém, sem uma mudança real no sistema de produtivo e da distribuição de renda o Brasil está longe de ser o país que nós sonhamos para o nossos filhos.

“Não obstante o bem geral ser o bem dos indivíduos, ele não se confunde com o bem individual ou o bem de cada um. Os homens têm aspirações e necessidades diferentes, e o Estado não poderia realizar a felicidade de cada um, ainda que dispusesse de poderes e recursos infinitos”. (AZAMBUJA, Pg.147)

Bibliografia

AZAMBUJA, Darcy, Introdução à Ciência Política, Ed Globo, 2008, São Paulo, SP;

BOFF, Leonardo, Depois de 500 Anos Que Brasil Queremos?, Ed Vozes, 2000, Petrópolis, Rio de Janeiro, RJ;

BOFF, Leonardo, Ecologia Mundialização Espiritualidade, Ed Atila, 1993, São Paulo, SP;

FURTADO, Celso, O Brasil Pós – “Milagre”, Ed Paz e Terra, 1981, Rio de Janeiro, RJ;