Nesta resenha, trataremos de um assunto inquietante e desconfortável para a maioria das pessoas: a desigualdade social. Por ser algo tão presente em nossas vidas, resolvemos que valeria a pena realizar um estudo mais aprofundado sobre o tema, podendo assim deixar que cada um tire suas próprias conclusões sobre o assunto em questão.

    Na entrevista de Eliane Brum, realizada com o pesquisador e doutor em Ciências Sociais, Marcelo Medeiros, o entrevistado evidencia como o senso comum está equivocado quanto às causas e às consequências da desigualdade social. Ele foca na definição, na origem e na perpetuação da riqueza, e foca como medidas políticas governamentais (como a tributação do sistema financeiro) poderiam se tornar medidas eficazes no combate à pobreza.

    No artigo de Ricardo Amorim “Comemorando pelas razões erradas”, publicado na revista IstoÉ, o autor faz uma crítica à repercussão gerada pelo fato do Brasil ter ultrapassado o Reino Unido no ranking de maiores economias do mundo. Ele argumenta que o fato do nosso país ter avançado, da 6ª para 5ª posição no referido ranking, não traria nenhum impacto em forma de benefícios à população brasileira, por termos uma das piores distribuições de renda do mundo. Ricardo Amorim também nos mostra como o fator China foi determinante para o crescimento do Brasil e do mundo, e como esse crescimento fez com que vários indicadores sociais brasileiros tivessem melhoras consideráveis.

    Eleonora Lucena, em seu artigo “Bacha retorna à Belíndia e defende o caminho do meio”, a autora faz um resumo do livro “Belíndia 2.0” de Edmar Bacha. Segundo a autora, Bacha é um crítico das políticas governamentais desde 1970 e que seu livro é um reflexo dos artigos feitos por ele ao longo dos anos. Suas críticas se concentram na falta de distribuição de renda, nos benefícios das indústrias exportadoras de commodities em detrimento das outras indústrias, nas questões protecionistas, nos gastos do governo e na austeridade.

    Com base nesses artigos, fica claro que a distribuição de renda no país é um problema a ser enfrentado, e que a distância entre ricos e pobres é ainda muito grande. Porém, vemos que, na última década, houve um esforço no sentido de diminuir o abismo existente entre os mais abastados e os desfavorecidos. Há indicadores que comprovam esse avanço e esperamos que essas políticas inclusivas continuem sendo empregadas em prol de um país mais justo.

    James Arthuso é estudante do 6º período em Ciências Econômicas na PUC Minas e um entusiasta pela justiça social.