Plenitude.

Olho no espelho e vejo os sinais do tempo incrustado em meu rosto,

Na metamorfose do corpo em desalento,

Só a beleza da alma é refletida sem tormento.

Com passos tropegos caminho no quarto vazio,

Pela janela observo o mundo la fora,

O sol brilha e faz calor,mesmo assim estou com frio.

Na solidão de minha existencia apenas meu pensamento ecoa no espaço,

Num lento acalanto a vida adormece em meu regaço,

Vivi a plenitude do começo ao fim,

Na certeza tanto do não como do sim,

Aprendendo com coragem a cada passo,

A desprender-me de tudo como no último abraço.