3.2.2. PLANEJAMENTO

Planejamento não se refere a decisões futuras, pois isto não existe, já que decisões são sempre tomadas no presente, o que compreendemos é que as decisões são executadas no presente e os resultados é que se projetam no futuro. Todo plano requer um prazo para sua implantação. Se não planejarmos no presente, não teremos condições de implantarmos o que desejamos no futuro.

Segundo Peter Drucker (1998), qualquer decisão gerencial importante leva anos para se tornar realidade, através de pesquisas, construção de novas instalações, ou projeto de um novo produto, deverá ainda ser produtiva durante anos para obter retorno sobre o investimento.

Faz parte da sabedoria ser capaz de compreender as relações de causa e efeito entre as decisões tomadas e as suas consequências. Uma das grandes responsabilidades do administrador é obter equilíbrio entre as vantagens e as desvantagens do curto e do longo prazo. Nesse contexto segue a definição de Lacombe (2003) afirma:

 

 Planejamento pode ser visto como uma determinação de direção a ser seguido para se alcançar um resultado desejado ou como a determinação consciente de cursos de ação, isto é, de rumos. Ele engloba decisões, com base em objetivos, em fatos e na estimativa do que ocorreria em cada alternativa. (LANCOMBE, 2003, p. 162).

Dessa forma, planejar é decidir de forma antecipada o que fazer, de que maneira fazer, quando fazer e quem deve fazer. Para que isso ocorra os recursos necessários são inúmeros como, por exemplo: financeiros, humanos, tecnológicos, insumos e informações.

3.2.3 PREVISIBILIDADE DO FUTURO

Na mente humana há uma capacidade limitada para prever o futuro, o qual é influenciado por grande quantidade de fatores. Para Lacombe (2003), a precisão dos planos varia na proporção inversa do tempo de projeção: quanto maior o prazo, menor a precisão. Essa incerteza leva à necessidade de embutir a flexibilidade nos planos, esse ser flexível pode ter um custo, mas pode ser indispensável como um seguro contra incertezas.

3.2.4 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

O planejamento estratégico refere-se ao planejamento sistêmico das metas de longo prazo e dos meios disponíveis para alcançá-las, ou seja, aos elementos estruturais mais importantes da empresa e à sua área de atuação, e considera não só os aspetos internos da empresa, mas também, e principalmente, o ambiente externo no qual a empresa está inserida. O propósito geral deste planejamento é influenciar o ambiente interno e externo, a fim de assegurar o desenvolvimento ótimo de longo prazo da empresa de acordo com um cenário aprovado.

Segundo Lacombe (2003), o planejamento estratégico é efetuado pelos dirigentes de mais alto nível da empresa, isto é, diretores e seus assessores, pois, quase sempre, são os que possuem a visão sistêmica ou global da empresa e têm melhores condições para ficarem atentos ao que ocorre no ambiente externo. Os gerentes de nível intermediário, na maioria dos casos, têm uma visão especializada da sua área de atuação e menos tempo para acompanhar e interpretar as mudanças no ambiente externo. O planejamento deverá iniciar-se no topo da hierarquia.

Ainda para Lacombe (2003), existem alguns planos de longo prazo que são projeções das operações presentes, embora considerando modificações nos ambientes internos e externos. Para que o plano seja de fato estratégico, torna-se necessário que haja um bom diagnóstico, o qual seja definido o cenário que se deseja alcançar em determinado prazo, bem como uma estratégia para viabilizá-lo. Veja o conceito de cenário colocado por Lacombe (2003):

 O cenário é a previsão da situação geral do ambiente externo e interno de uma empresa para determinada época futura, feita, em geral, com a finalidade de formular um planejamento estratégico. (LACOMBE, 2003, p. 163).

Dessa forma, a estratégia define os rumos e as decisões que determinam a natureza da organização. Assim, aprovado o cenário, monta-se o planejamento estratégico, que deve visar especialmente ao que deve ser feito primeiro para atingir o cenário desejado. Devem ser definidas as ações corretas, inclusive sobre o ambiente externo, lembrando que o cenário dever ser sempre revisado para adaptar a empresa às novas condições do ambiente, assim, nenhum planejamento é estático.

O planejamento estratégico deve ser colocado em prática por meio do seu desdobramento em planejamentos operacionais, de responsabilidade dos dirigentes de cada área e cada órgão da empresa.

O conceito de planejamento estratégico segundo Lacombe (2003) está intimamente ligado ao da eficácia, ou seja, fazer a coisa certa, o que realmente é preciso ser feito para atingir resultados válidos para a organização como um todo.

    3.2.5.PLANEJAMENTO OPERACIONAL

 

O planejamento operacional é uma função gerencial, de acordo com a concepção de Fayol, que especifica que recursos devem estar disponíveis para cada produto e fornece os cronogramas, e as principais decisões a seu respeito são inerentes à atividade de administrar de cada um dos chefes de unidades organizacionais.

Quanto ao princípio da eficiência no contexto do planejamento operacional, o primeiro visa o melhor uso dos recursos disponíveis pela organização para a obtenção dos seus produtos ou serviços. A eficiência busca a melhor relação custos/resultados, avaliando o processamento dos insumos e procurando atingir alto nível de qualidade naquilo que está sendo feito.

Segundo Lacombe (2003), ainda podemos acrescentar o princípio da produtividade no planejamento operacional, já que a mesma é quociente que resulta da divisão entre a produção obtida e um dos fatores empregados na produção ou entre a produção obtida e um conjunto ponderado de fatores de produção. Assim, a produtividade é uma relação entre o qual foi obtido e um dos recursos usados para obtê-lo.

     Assim, no planejamento podemos esquematizar da seguinte forma:

Quadro 1 – Componentes do Planejamento

 
   

Fonte: Lacombe (2003, p. 166).

Assim, diante dos componentes de planejamento temos inicialmente as premissas básicas, as quais são princípios gerais que inspiram todas as atividades da instituição. No diagnóstico empresarial nos deparamos em examinar a situação de uma empresa e determinar seus pontos fortes e fracos em relação à sua organização, sua capacidade gerencial, sua capacidade de produção e distribuição, perspectivas mercadológicas e resultados.

Quanto às estimativas e projeções, podemos pontuar que a primeira consisti nas avaliações quantitativas e quantitativas, derivadas a partir de acontecimentos em curso, mas ainda incompletos. Por sua vez as projeções consistem a uma operação quantitativa em que se transforma uma configuração presente de acontecimentos em outra futura, mediante regras preestabelecidas. Para fazer essas projeções e estimativas, usam-se técnicas matemáticas e estatísticas.

Quanto aos objetivos e metas são resultados a serem atingidas, as metas são vinculadas a uma data e os objetivos são propósitos permanentes a serem atingidos, constituem a primeira etapa do planejamento.

Nos objetivos principais temos os propósitos mais gerais de uma organização, consequências naturais das suas premissas básicas, por sua vez, os objetivos setoriais correspondem aos objetivos das unidades organizacionais da empresa. Esses objetivos devem ser compatíveis entre si e interagir na direção dos objetivos principais. Ainda no viés dos objetivos, temos o principal, o objetivo geral, a ideia é que sejam permanentes.

A política da empresa é um conjunto de declarações escritas a respeito das intenções da instituição em relação a determinado assunto. As políticas conduzem aos objetivos se bem estruturadas.

Quanto aos procedimentos são as normas de procedimentos ou simplesmente normas, esses procedimentos devem ser coerentes com as políticas e objetivos da empresa. E por fim o plano, programa e projeto.

Plano é o instrumento que expressa de forma concreta o propósito geral do planejamento, possibilitando a programação das ações e atividades necessárias para a sua realização. O plano diretor por sua vez, é o plano mais geral de determinada área funcional ou assunto, formulado de maneira muito abrangente e prevendo desdobramentos.

O programa é um desdobramento do plano e do projeto, sendo o último de responsabilidade pela execução da empresa, esse projeto sempre tem um líder.