O pouco tanto mistério oculto

Que lamento tê-lo em mim como vulto

Justificado por acontecimentos mútuos

Não habita em você nem por um minuto.

Para poder tê-lo, preparei o meu Eu

Para recebê-lo, um oi em forma de adeus

Por não merecê-lo, desfiz o que aconteceu

E ficou contigo o Eu que não é mais meu.

A estesia que insana os meus mistérios

Torna-se diplomacia leviana ao poder do que quero

Que me toma, me envolve, me usa, me queima

Faz-me grande, dilacera-me e torna-me pequena.

O jogo de corpos do ser cinza que transforma

Meu Eu e o seu em um ser de única forma

Revela que por mais que o deixe entregue a pensar

Modela-se O que começa já prestes a terminar.

No fim, uma verdade, um erro, uma consequência,

Que tenham piedade dessa alma em transparência

Que por sensação de tarefa cumprida, não pode mais viver

Retira a própria vida para ser cadáver do prazer.

E depois ao descansar quase em paz,

Cumpri meu papel, nada mais

Entreguei aos céus meus tão esperados ais

Levo-Te comigo sem possibilidade de regressar jamais.