Plamor
Publicado em 21 de fevereiro de 2013 por Cássia da Silva
O pouco tanto mistério oculto
Que lamento tê-lo em mim como vulto
Justificado por acontecimentos mútuos
Não habita em você nem por um minuto.
Para poder tê-lo, preparei o meu Eu
Para recebê-lo, um oi em forma de adeus
Por não merecê-lo, desfiz o que aconteceu
E ficou contigo o Eu que não é mais meu.
A estesia que insana os meus mistérios
Torna-se diplomacia leviana ao poder do que quero
Que me toma, me envolve, me usa, me queima
Faz-me grande, dilacera-me e torna-me pequena.
O jogo de corpos do ser cinza que transforma
Meu Eu e o seu em um ser de única forma
Revela que por mais que o deixe entregue a pensar
Modela-se O que começa já prestes a terminar.
No fim, uma verdade, um erro, uma consequência,
Que tenham piedade dessa alma em transparência
Que por sensação de tarefa cumprida, não pode mais viver
Retira a própria vida para ser cadáver do prazer.
E depois ao descansar quase em paz,
Cumpri meu papel, nada mais
Entreguei aos céus meus tão esperados ais
Levo-Te comigo sem possibilidade de regressar jamais.