PIOCERÃO * I Piauí, Maranhão e Ceará, três estados do nordeste brasileiro, gigantes, povo humilde, lutador, emergente, que suplanta, pula, grita, saltado pela fé, esperança, garantidos pela Misericórdia, pelo perdão, reage, resiste, não abandona o torrão, renasce, enfrenta, vence o desatino. Meu Brasil, lindo rincão, nordestino de destino, menino do Piocerão. II Povo hospitaleiro, bode espichado, terra da castanha, cajuína; quente. Ilha do amor, gente brava, falante, terra de poetas, do arroz alagado. Cidade do sol, sotaque avechado, tem carnaúba, rapadura e camarão. Falei do Piauí, Ceará e do Maranhão, Lugares abençoados; Peregrino. Meu Brasil, lindo rincão, nordestino de destino, menino do Piocerão. III Chegou a hora, verso curto, agalopado, de falar do Nordeste, de sua gente: sofrida, guerreira, forte, pra frente. Componente do Brasil federado, sofre com o preconceito velado, ostensivo, lascivo, vil, decepção. Mesmo assim não desisto, sinto ação, força, fé, vibração, não ao desatino. Meu Brasil, lindo rincão, nordestino de destino, menino do Piocerão. IV Agora falo do meu Brasil aloprado, termo moderno, ligeiro, vigente, onde valores morais estão ausentes do cotidiano administrado, gerado. Falo do país campeão, admirado, eleito, carcomido pela corrupção. pela falta de vergonha, enganação. Rogo clemência, proteção ao Divino. Meu Brasil, lindo rincão, nordestino de destino, menino do Piocerão. *O poema trata-se de um Martelo Agalopado.