PIETRO UBALDI  E  CONCORDÂNCIA  UNIVERSAL (CUEE)

 

Dando natural prosseguimento aos escritos de minha autoria: “Chico Xavier e Concordância Universal” (postado pela webartigos), vamos às presentes idéias que, sem dúvida, poderão provocar o descontentamento dos que desacatam o monumental trabalho do sábio intuitivo Pietro Ubaldi.

 

Ora, sabemos que praticamente todos os povos antigos algo relataram a respeito de uma Queda da Criatura, ou, Queda Espiritual. Mas porque a universalidade de tal crença se ela não retrata uma verdade? Porque os povos antigos e seus médiuns falavam de tal passagem, da Queda Espiritual, lá do início dos tempos, dos primórdios da criação?

 

E, porque Jesus, numa clara alusão a ela, declara que:

 

“Eu vi satanás cair do Céu como uma relâmpago”, numa específica referência a tal crença universal? (Vide: “Lucas”, cap. 10, v. 18).

 

E, um de seus apóstolos vai declarar que:

 

“De fato, Deus não poupou os Anjos que haviam pecado, mas lançou-os nos tenebrosos abismos do inferno”. (Vide: “Segunda Epístola de Pedro”, cap. 2, v. 4).

 

E outro, em Revelação, afirma que:

 

“Houve uma batalha no Céu, Miguel e seus Anjos guerrearam com o Dragão. O Dragão batalhou juntamente com os seus Anjos, mas foi derrotado, e no Céu não houve mais lugar para eles”. (Vide: “João”, Apocalipse, Cap. 12, v. v. 7 e 8).

 

E o mesmo ver-se-á noutra Epístola, a de “São Judas”, v.6.

 

E a mais completa destas revelações bíblicas é a que foi anunciada por Ezequiel em seu Cap. 28, v. v. 12 a 18. Vale a pena que o leitor a consulte para constatar que se trata da mesma e moderna revelação de Pietro Ubaldi, porém, agora, com as devidas ampliações e necessárias explicações.

 

Ou seja: para o primitivismo humano, alimento mais grosseiro, destituído de maior clareza e sem muitas explicações, pois, para este, o indivíduo é menos sábio, mais rústico e menos perquiridor. Mas para o homem moderno, mais crescido e dotado de inteligência mais refinada, alimentos providos de substâncias mais convincentes, numa linguagem altamente esclarecedora e positivamente científica como está retratada na citada obra ubaldiana de vinte e quatro tratados especialíssimos, estando ambos, antigos e modernos, com a verdade UNA, embora distantes a nível cognitivo e mental (Vide: “Mecanismo Fenomênico Involutivo-Evolutivo” e “Tese Kardec-Ubaldi: Espiritismo Integral” divulgados pela webartigos).

 

Nos tempos modernos, pois, o Espiritismo, com Kardec mesmo, faz, positivamente, algumas referências a tal verdade universal e a obra xavieriana a confirma em muitas passagens de seus diversos livros. (Vide: já postado na net: “Referências da Queda na Codificação Espírita e na obra de Chico Xavier” – Gilson Freire).

 

E quanto aos elementos, espiritistas ou não, que não reconhecem a validade dos ensinos ubaldianos (firmemente baseado em termos filosófico-científicos de “A Grande Síntese”, “Deus e Universo”, “O Sistema” e “Queda e Salvação” – Pietro Ubaldi - todos da Fundapu), tais elementos deveriam sentir-se na obrigação de apresentar algo melhor e mais convincente que os apresentados em seu monumental trabalho, mas isto nunca se dera. Pois que permaneçam, e não se sabe até quando, à revelia de tais princípios apesar de não haver, efetivamente, nada mais justo e tão bem provado em nosso próprio mundo, bem debaixo dos nossos próprios olhos.

 

Só eles explicam o que o Espiritismo kardequiano, em fase de sua implantação, não poderia e não deveria explicar, ir mais longe, pois que se ocupava de firmar seus robustos pilares, estar compatível com os conhecimentos, com os planos evolutivos da humanidade. Seria um descrédito total falar-se de uma substância única, e que fosse justamente o Espírito esta substância única, em contraposição à matéria, esta sim a única deusa dos materialistas e dos positivistas de então. E como abordar o processo Involução, se o fenômeno Evolução, tão polêmico e tão controvertido, apenas introduzia suas primeiras noções ao mundo, inaugurando novos rumos culturais e biológicos aos estudiosos da época?

 

Ou seja: do século dezenove, de seus meados, onde operava a monumental plêiade de Espíritos superiores que dosavam, inteligentemente, suas instruções ao lúcido codificador Allan Kardec.

 

Assim, a nova teoria ubaldiana, se bem que lastreada por posturas da própria Codificação, demandará algum tempo ainda para ser aceita por todos como fato indiscutível e inabalável. Que os misoneístas torçam o nariz e façam opção pela negativa é natural e até compreensível; eu admiraria se fosse o contrário! Ora, ainda ontem, devido ao pensamento fixista, não se podia falar nem mesmo de Evolução! Hoje já se sabe de sua realidade incontestável; e amanhã, certamente, se acatará o seu ciclo completo – Involutivo/Evolutivo - porque é o fundamento onde tudo se equilibra, se explica e satisfaz.

 

Mesmo sabendo que o Fixismo ceda terreno para o Evolucionismo, aquele teimoso criacionismo ainda está presente em nosso mundo, na psicologia das massas incultas que, paradoxalmente, pressente a existência de algo muito maior. E convivem assim, o pensamento fixista e o evolucionista que presume haver, para tudo e para todos, progressões lentas, mas ininterruptas, concebida como uma mudança qualquer, normalmente para melhor, conducente a um alvo incognoscível, mas existente e real.

 

Assim:

 

-Até meados do século dezenove tínhamos no mundo: o Fixismo;

-De meados de tal século em diante: Fixismo e Evolução; e

-De Ubaldi até agora: Fixismo, Evolução e Ciclo Involução/Evolução.

 

Trata-se, nitidamente, de um avanço permanente e constante de idéias que se vão maturando paulatinamente no seio das massas, esclarecendo-as na Verdade e no Bem, não restando ao Fixismo senão o seu desaparecimento por suas idéias arcaicas e, portanto, muitíssimo ultrapassadas. Mas porque Ubaldi, sobretudo no movimento espírita kardecista brasileiro, sofre algumas rejeições? Pelo simples fato de que as idéias só se consolidam no mundo quando encontram terreno propício e adrede preparado.

 

 

 

Vejam o que acontece com o Espiritismo que só muito vagarosamente constata o seu crescimento no seio da população brasileira e mundial.

 

E Por quê?

 

Em sendo uma Doutrina superior, do nível da inteligência formal, óbvio que o mundo, de mentalidade pré-lógica, em sua maioria, não haveria e não haverá de acatá-lo prontamente, pois que falta ao mundo suficiente evolução, falta a ele grande monta de experiências e de riquezas intelecto-morais. E, por isto o Espiritismo segue devagar, mas cresce, inegavelmente.

 

E, Pietro Ubaldi, com suas grandes inovações, da mesma forma, segue em frente; mas por sua Doutrina assumir um caráter filosófico-científico, que prova inteligentemente e com dados formais sua verdade, e que, portanto vem, positivamente, mostrar sua validade universal, é óbvio que ele, igualmente, por não encontrar identidade de princípios com a massa inexperiente e pré-lógica, ele não pode ser aceito, compreendido, assimilado, conquanto reúna verdade incontestável, porque autorizado por “Sua Voz”, ou seja, pela magnanimidade de Jesus, nosso Mestre e nosso Guia Maior que propalava: “Eu e o Pai somos um!”.

 

Mas resumamos o fenômeno Involutivo-Evolutivo que se patenteia a todo instante, ao nosso derredor. Ora, em termos conscienciais, constata-se, na prática, que a Evolução vem a ser uma conquista de novas qualidades, cuja transformação se dá na estrutura psíquica do Ser, que realiza, pelo esforço e pela dor, ou, de um modo geral, pela vida em si, como trabalho e como elaboração, uma espécie de iluminação interior, do cérebro e do coração.

 

Todavia, na reencarnação, sabe-se que fenômenos inversos e complementares se verificam em sua modalidade mesma; nela, sabemos verificar-se uma espécie de Involução psíquica, ou seja, um amortecimento daquelas qualidades intrínsecas, uma redução de sua intensidade até um limite em que o Ser, outra vez, possa sair desse sono letárgico e então, renascido para o mundo, recapitular, tornar a crescer para novos procedimentos evolutivos e, portanto, de qualidades, que alteiam e melhoram gradativamente o Ser, em sua imensa escalada espiritual.

 

 

E, então, temos, já aí: Involução e Evolução.

 

Que representam, indubitavelmente, os dois grandes fenômenos universais; contração e expansão psíquica e o seu andamento ondulatório, conducente a postos conscienciais cada vez mais elevados; o que implica deduzir que Involução e Evolução sejam fenômenos conexos, inseparáveis, de íntima relação; fenômenos estes verificados, por extensão e identidade de princípios, no início dos tempos com as diversas fases da Substância, ou Espírito, que, de altos planos conscienciais, em sua derrocada, se freia, por fim, no mais fundo da descida involutiva, mas não para paralisar-se, e sim, para então percorrer fases opostas, de ascendência progressiva que se exprime por uma grande espiral, um ritmo de pulsações tal como uma respiração íntima onde o fenômeno se elabora por contínuos retornos sobre si mesmo, o qual, mesmo recuando a postos já percorridos (involução psíquica e respectiva evolução por meios palingenésicos), só os faz em tons e níveis diversificados.

 

E, com isso, o Ser desloca-se e ascende paulatinamente, pois a cada etapa de elevação o fenômeno sempre atinge um máximo mais alto e quanto retorna (fenômeno da involução e da evolução para o renascimento do Espírito reencarnante) só o faz em um mínimo menos baixo, para então novamente subir e estender-se mais, num vai e vem que parece não ter fim, mas que um dia se esgotará ao plano máximo de aperfeiçoamento e burilamento do Ser principal.

 

Assim, a doutrina de Ubaldi, que se completa com Kardec no que denomino: Espiritismo Integral, vai ainda demandar algum tempo de maturação e de sabedoria dos povos que, por fim, fará sua adesão a ela por sua incontestável verdade universal. Há que se notar, ainda, um detalhe interessantíssimo: a maioria dos espíritas (sobretudo ortodoxos, mas existem outros também que, em peles de cordeiros, ladram e mordem) que não acatam a obra de Ubaldi, peca por um pormenor interessante, um detalhe mínimo, mas de capital importância: Não o conhecem por inteiro! E o julgam pelo que ouviram dizer, e não porque o leram e o estudaram, e somente por tal, por lê-lo e estudá-lo a fundo se tem o direito de julgá-lo, e, portanto com conhecimento de causa e não na inércia, no desconhecimento e na ignorância de seus menores preceitos doutrinários.

 

Tais indivíduos ignoram que o conhecimento e a sabedoria não se adquirem pelo simples estalar de dedos, pelo simples ouvir dizer, mas sim pelo estudo, pelo esforço constante, pela disciplina e pela dedicação.

 

Ora, são apenas vinte e quatro, e, não - muito volumosos tratados.

 

E é extremamente fácil provar o que digo: perguntem a um dos que o julgam por ignorância e por precipitação: quais são as obras, da coleção ubaldiana, que completam e integram “A Grande Síntese” (Pietro Ubaldi – Fundapu)? E não saberão informar, mas poderão, em sua arrogância, e pretenso conhecimento, engasgar, disfarçar ou desinformar.

 

Ora: “Prudente serás não admitindo saber o que não sabes”. (Sócrates).

 

Mas já finalizando:

 

É evidente, pois, que temos alguma forma de Concordância Universal na obra ubaldiana. Ora, “A Grande Síntese”, a meu ver, mais que passou pelo critério da concordância dos homens e de notáveis entidades espirituais. Afinal, cientistas, filósofos e sábios de considerável prestígio em todo o mundo (não estou me referindo aos brasileiros, porque estes também existem, e, de montão), endossaram o conteúdo científico de sua imponente obra, bem como constataram sua rara capacidade intuitiva supranormal (Vide: por exemplo: “Comentários” – Pietro Ubaldi – Fundapu e outras mais de outros renomados autores). E, enquanto isso, óbvio que estarei espicaçando a curiosidade alheia com estes “outros renomados autores” de minha argumentação; mas é isto mesmo que estou pretendendo, sua curiosidade e solução do problema que, afinal, saberão resolver se, de fato, buscarem a sabedoria e o conhecimento de tal incógnita levantada.

 

E quanto aos Espíritos? Ora, os Espíritos, atuando com médiuns das mais diferentes nações, médiuns ingleses, brasileiros, italianos, e, distantes, pois, uns dos outros, também puderam dar o seu manifesto de apoio e de ratificação do trabalho ubaldiano. E quando se confirma, universalmente, o conteúdo da “Síntese”, confirma-se, igualmente, todo o seu labor constante daqueles outros tratados que se entrosam mutuamente e que irão, todos os demais, desenvolve-la abrangentemente mais.

 

Assim sendo, o que falta para crermos na lógica perfeita e no conteúdo insuperável, genuinamente verdadeiro, de sua estupenda obra? Problemas de filtragem mediúnica? Ora, isto é natural, sempre foi e sempre será assim. Mas, talvez, o meu explicitado modelo de Concordância Universal venha a diferir-se um tanto do codificado. Meu modelo parece referir-se ao conjunto de sua obra, e não à constatação positiva de preceito por preceito. Mas Kardec encontra-se ausente do nosso instante evolutivo, para então, item por item, princípio por princípio, ensino por ensino, submeter ao seu critério da CUEE, todos aqueles numerosos problemas da grandiosa e estupenda fenomenologia universal, de todas aquelas transcendentes questões tratadas na obra ubaldiana. E quem teria capacidade para, na sua falta, empreender tal façanha intelectual, científica e moral, de substituição ao grande mestre e codificador?

 

Até que alguns kardec’s apareceram por aí, no século vinte, mas “kardec’s” em minúsculo, e, portanto, um tanto deficitários e destituídos da grandeza científica e pedagógica que caracterizava o eminente pensador. Não vou citá-los porque este artigo poderá até ser barrado. Mas é muito fácil: é só buscá-los na net: e se constatará haver um montão deles.

 

E, portanto, reinterpretando o conceito da CUEE para o caso da obra de Pietro Ubaldi:

 

“Entendo e vejo em tal obra uma Concordância Geral dos homens que a acataram ou a acatam no mundo inteiro e uma Concordância Geral dos Espíritos que se pronunciaram em diversos países por meio de numerosos médiuns distantes uns dos outros. Sendo que no tópico – homens - é feita a seguinte ressalva: são apenas alguns poucos que a desaprovaram ou a desaprovam em alguns poucos itens, sendo, portanto, de uma condição e de um caráter irrelevante em face dos que a aprovaram ou a aprova”.

 

No Brasil, como é público e notório, destacou-se a aprovação do Espírito de Emmanuel que, com Chico Xavier, brilhantemente ilustrava:

 

“Quando todos os valores da civilização do Ocidente desfalecem numa decadência dolorosa, é justo que saudemos uma luz como esta, que se desprende da grande voz silenciosa de “A Grande Síntese”.

 

“A palavra de Cristo projeta nesta hora Suas irradiações enérgicas e suaves, movimentando todo um exército poderoso de mensageiros Seus, dentro da oficina da evolução universal”.

 

“Aqui fala a ‘Sua Voz’ divina e doce, austera e compassiva. No aparelhamento destas teses, que muitas vezes transcendem o idealismo contemporâneo, há o reflexo soberano da sua magnanimidade, da sua misericórdia e da sua sabedoria. Todos os departamentos da atividade humana são lembrados na sua exposição de inconcebível maravilha!”

 

“A Grande Síntese é o Evangelho da Ciência, renovando todas as capacidades da religião e da filosofia, reunindo-as à revelação espiritual e restaurando o messianismo do Cristo, em todos os institutos da evolução terrestre”.

 

“Curvemo-nos diante da misericórdia do Mestre e agradeçamos de coração genuflexo a sua bondade. Acerquemo-nos deste altar da esperança e da sabedoria, onde a ciência e a fé se irmanam para Deus”.

 

E o poeta Augusto dos Anjos também veio prestar sua homenagem através de um soneto encantador, pelo mesmo lápis psicográfico do Chico, e que fora intitulado: “Sua Voz”, como é do conhecimento de todos os estudiosos do Espiritismo com Kardec, com Chico Xavier e com Jesus.

 

Ora, porque médiuns de tão longínquas distâncias, médiuns ingleses, italianos, brasileiros, desconhecidos uns dos outros, intervieram por meio de mensagens nobilíssimas para endossar sua verdade, seu trabalho, sua missão? O que os movera, afinal? Ora, aprovar-se “A Grande Síntese” é aprovar todos os trabalhos de Ubaldi que vão desenvolvê-la e ampliá-la imensamente mais.

 

Assim finalizo com a sentença daquele renomado instrutor, relatando que:

 

“Ubaldi interpreta o pensamento das altas esferas espirituais de onde ele provém”. (Emmanuel).

 

Articulista: Fernando Rosemberg Patrocínio

e.mail: [email protected]