Permitido
Por Maria Estela Ximenes | 29/04/2012 | CrônicasPERMITIDO
Quando Caetano Veloso compôs a canção é Proibido Proibir, tinha razões para tal: um manifesto contra a censura e repressão oriundos de um regime militar da década de 60, época marcada por movimentos culturais, políticos e sociais. Um grito consciente, um "não” diante do autoritarismo.
Hoje, os protestos dos brasileiros não passam de atos superficiais; luta de interesse mesclado com individualismo.
As atuais proibições exercem mais fascínio do que reflexão – um indivíduo “astuto” atravessando a linha de chegada. O resultado? Uma população imediatista, de maus hábitos. Fatos absurdos ocorrem porque no país do futebol, educação nunca esteve na moda.
Como se proibindo, tivesse um efeito contrário – lograr fosse banal, logo esquecido, e “permitido”.
Permitido fumar em qualquer local. Despejar lixo de forma irregular. Estourar no cartão de crédito. Sonegar impostos. Dirigir alcoolizado. Votar indiscriminadamente. Furar fila. Queimar. Desmatar.
O ideal seria permitir, sobretudo, o fim de atos irresponsáveis.