A busca da compreensão de uma civilização no tempo e espaço da História passa por análises em várias esferas da existência desse povo, entre elas os aspectos religiosos, geográficos, linguagem e assim por diante. As cidades maias na América Central pré-hispânica, que teve seu apogeu entre o ano 300 d.C. a 900 d.C, revelam uma história contada nas pedras de seus numerosos monumentos, cujos hieróglifos são de fácil entendimento, sendo que "a civilização maia clássica é a única cultura totalmente literária entre os aborígenes do Novo Mundo" (COE, SNOW e BENSON, 2006, p. 114) e seu florescimento teve seu ápice nas terras baixas do México, principalmente na província de Yucatán, no extremo sudeste daquele país.

            Uma atividade muito importante no cotidiano das cidades maias era o jogo de bola mesoamericano, ou juego de pelota (ou pelota maya) nome dado pelos conquistadores espanhóis, ao que não era uma simples competição atlética. As próprias quadras eram um diagrama cosmológico imbuído da estatuária da morte e do sacrifício, cujas cerimônias subsequentes ao jogo incluíam a morte de perdedores, em rituais em que o capitão da equipe era colocado em uma pedra sacrifical e um dos vencedores afundava uma faca no peito do derrotado, arrancando-lhe o coração, tudo em honra dos deuses (o criador de tudo, o da chuva, o do vento, o da agricultura, o do sol, etc.).

                    Este trabalho visa, do ponto de vista da Semiótica da Cultura, a analisar os aspectos puramente desportivos e as vestimentas usadas pelo competidores da pelota maia, com um recorte sobre as estruturas do sistema semiótico: um sistema de textos, e, enquanto tal, um sistema perceptivo, de armazenagem e divulgação de informações, modelizando, isto é, lendo os sistemas de signos a partir dessas estruturas, a fim de que corresponda à busca da gramaticidade como fenômeno organizador da linguagem.