Peleja

        No início, são sonhos impulsionados pela força da inocência, que por algumas vezes faz chegar ao ponto almejado, não se sabe se apenas por acaso ou por certa predestinação. Ao cair do sonho, também cai o véu, revelando a trilha a seguir. Num segundo estágio, a grande maioria fica a degustar o sabor da desistência ou da falta de oportunidade. Já os que seguem cavalgando, vão num galope mais lento, precavidos de alguns laços, sem se expandirem na crença e na persistência, mas sim, selecionando alvos a seguir; e por vezes são alcançados. Pena que muitos já tardios, sem suco, meio murchos, mas palpáveis. Se vale a pena? É só somar tudo, avaliar com uma visão realista, e colocar na balança o que sobrou da peleja; por certo, muitos verão que se colocada esta amostra numa moldura, seus fragmentos retratarão apenas os tombos e a teimosia pelo equilíbrio. E talvez, no esforço de dizer que algo valeu a pena, uma grande porção, tenha que olhar só com os olhos do peito, já que este é o único meio de enxergar a esperança.