PEDAGOGIA HUMANIZADA

 Professora Doutora: Luciana Cristina da Silva evangelista

 

RESUMO

         No presente artigo, Luciana Evangelista, pretende ajudar a compreender melhor a consiga de humanizar o ensino e a aprendizagem. Ser professor nos dias atuais é um trabalho que exige atualização, profissionalismo, humanização e empatia.

            A autora chama atenção para Pedagogia Humanizada, valorizando essa área no contexto de toda vida do ser humano - um ser inacabado que, está sempre se construindo.

            Este artigo é constituído por recortes e extensões de três artigos, todos escritos e publicados por mim, quando estudante dos cursos de psicopedagogia, mestrado e doutorado.

Além disso, a construção deste compêndio é fornecer ao público uma abordagem de um novo olhar para o ensino e a aprendizagem na concepção que tenho sobre a Pedagogia Humanizada.

 

Compreender o ser humano além do ser biológico, do ser de fé - sua dimensão complexa de ser, sentir e agir existe uma evolução a que chamo de Evolução Pessoal Transitória.
(EVANGELISTA, 2014)

 

Capítulo I

Pedagogia Humanizada: o ser humano além do ser biológico

 

A Pedagogia Humanizada está fundamentada no respeito, na ética, na dignidade do ser humano. Seu foco é humanizar o ensino e a aprendizagem desde os primeiros dias da vida escolar das pessoas.

Deslindar sobre a Pedagogia Humanizada, nos permite desconstruir práticas castradoras das possibilidades do ser humano em seu processo de evolução pessoal.

Cada vez mais claramente a falta de uma postura humanizadora tem se distanciado do ambiente escolar. Chegamos ao ponto, de que, por certo deveríamos partir da consciência do inacabado ser humano. No sentido, que a bem da verdade o “inacabado se constitui em ponto de partida para um novo início e/ou continuidade do que seja positivo no e para o desenvolvimento integral da pessoa”.

Nessa nova era, nesse mundo novo/contemporâneo do qual a “Incerteza” é reveladora que abra caminhos para o ensino aplicável inovador, numa busca melhor por cenários prazerosos e libertadores de aprendizagem. A mudança poderá ocorrer no momento que a curiosidade dentro do pensamento do ser humano é exposta, explorada, transmitida para o lado de fora.

Por certo podemos observar quando professores/professoras revelam apreço que têm em difundir a concepção de que todos nós temos dentro da gente o quanto humanos somos. É revelador que professores/estudantes entram no processo ensino/aprendizagem como pessoas e não como objeto.

Nesse sentido, a Pedagogia humanizada traz em sua concepção o movimento de liberdade e responsabilidade, para que cada pessoa crie seu próprio modo de aprender a aprender, construindo seus próprios conhecimentos tendo espaço para mediadores. Para tanto não se trata de um treinamento, mas sim de um novo modo de pensar e agir.

Quando o professor se apropria do movimento libertador e responsável, ele desenvolve um espaço que se poderia chamar “sentimentos positivos” como ondas que vão além de uma única estrutura. Mas, um novo plano de ações representativas para maior relacionamento afetivo do estudante e do próprio professor. Com isso o trabalho dentro e fora de sala aula será mais profundo, e a ciência subentendida será mais suave e plural.

Portanto, na idade mais tenra da vida escolar de uma pessoa que deve inserir sentimentos positivos.

Albert Einstein (1879 - 1955)

“Não basta ensinar ao homem uma especialidade. Porque se tornará assim uma máquina utilizável, mas não uma personalidade. É necessário que adquira um sentimento, um senso prático daquilo que vale a pena ser empreendido, daquilo que é belo, do que é moralmente correto. A não ser assim, ele se assemelhará, com seus conhecimentos profissionais, mais a um cão ensinado do que a uma criatura harmoniosamente desenvolvida. Deve aprender a compreender as motivações dos homens, suas quimeras e suas angústias para determinar com exatidão seu lugar exato em relação a seus próximos e à comunidade”.

No cenário escolar, durante os períodos de reuniões pedagógicas, não é difícil perceber a necessidade dos professores por uma pedagogia que desperte a consciência da não só de dominar processos didáticos, mas também como colocá-los em prática a desenvolver o conteúdo de modo prazeroso.

Pois o anseio por um norte, do qual possibilite uma prática pedagógica ininterruptamente do processo que passe pela anulação de prática robotizada, enrejicedora do desenvolvimento libertador, o professor deverá mergulhar no seu interior, local onde há um vasto campo para auto compreensão, para mudar e dar novos rumos, novos modos de ensinar e novas maneiras de provocar que o estudante desenvolva seu processo de aprendizagem.

 

Nesta perspectiva, a Pedagogia Humanizada busca construir mais conhecimentos a cerca da ação de ensinar e do ato de aprender, a fim de que no cenário atual e futuro mudanças gigantescas significativas ocorram no mundo inteiro.

 

Educação o desenvolvimento da sociedade

A educação de caráter essencial para o desenvolvimento da sociedade, do qual se  exige também mudanças de postura metodológica do ensino.

Muitos terão resistência diante do novo mundo. Os valores estão positivamente afirmados. A mudança na sociedade é constante, nossas necessidades maximizadas.

Desse modo, vivemos em face de aceleração de nossa necessidade e para prosseguirmos é preciso caminhar em contínua readaptação. Pois o começo da renovação se aplica, sendo que a renovação não é automática. A educação, o meio mais abrangente da evolução pessoal, social, política e filosófica.

Apenas a proximidade física  das pessoas não determina a formação de uma sociedade. Pois uma pessoa mesmo longe por quilômetros não deixaria de ser socialmente influenciado. E-mail, livros, jornais, telejornal levam a uma associação íntima entre as pessoas às vezes muito mais dos que vivem sob o mesmo teto. Para que haja envolvimento é necessária à comunicação. Toda vida social dever ser de caráter educativa. A experiência  da partilha do pensamento e sentimento do que os outros pensaram e sentiram, quer por empobrecimento, quer por ampliação, modificam-se sempre as próprias atitudes. Transmitir sua própria experiência requer inteligência, saindo do lado de dentro para fora e olhar com outros olhos, reavaliar, refazer, recriar, inovar no processo do alargamento e melhoramento das experiências. Estando fundamentadas na continuidade e interação que proporciona o desenvolvimento da pessoa como ampliação  de suas experiências anteriores.

 Diante desta mostra, a escola precisa vestisse como espaço de encontro de pessoas para educar e ser educadas.  Principalmente as crianças encaminhá-las para viver no mundo. Essa é a visão  da construção constante. A escola ou ato de educar é muito mais do simples reproduzir conhecimentos, é o conjunto do despertar  e incentivar a transformar de maneira contínua. Resultando assim novos conhecimentos, criando no ser a motivação da buscar constante, a produção que possam fazer conexões
entre os saberes. Criando situações-problemas no agir de perceber e buscar a resolução dos mesmos e ou recriando novas formas de formular e reformular as situações de modo que desenvolva inteligência, da construção do pensamento.

O pensamento tornar-se-á prática no momento em que a ação se faça. Pensamos nas experiências que bom ou mal já foi vivido no real, ao pensar procuramos reestabelecer conexões do passado, presente e consequente para o futuro.

O processo de educação em torná-la a vida verdadeira, passa por verificar o valor das próprias concepções seja na vida intimamente isolada, seja na projeção  de um trabalho ou até mesmo no desconstruir para construir. No ato do pensamento completo. Não basta simplesmente aprender a fazer é necessário aprender, a saber, o que  estar por se fazer algo.

As escolas que têm “usado métodos muito” “padronizados” fazem de seus estudantes verdadeiras marionetes, exigindo dos mesmos no ambiente escolar dentro da sala de aula, ao mesmo tempo a praticarem da mesma forma todas as atividades aplicadas como os meus índices de resultados. Vemos que essa forma “poda”  a vontade dos mesmos o direito de construir seu processo de aprendizagem.

A conformidade não traz transformação. Os estudantes  não podem ter uma vida engessada por um sistema que fique a determinar sempre como fazer sem o saber conhecer. Eles vivem em eterno movimento.

O naturalismo e humanismo – estudo entre a natureza e estudos com o homem. O ajuste externo da educação fazendo conexão da natureza com as relações humanas. Nesse sentido a Pedagogia Humanizada sinaliza para ação de mediadora de incentivo para busca continua em aprender, a fim de construir um mundo melhor via a educação escolar.

Vivemos num mundo de inúmeras revoluções e não dar para ficar parado no, organizar, programar em conjunto para o avanço junta a evolução da nossa espécie.

Sabemos que técnicas, valores de uma determinada época, padrão, modelo, teorias sofrem reações adversas, entram em crise  em algum dado momento.

Todas as pessoas precisam ser educadas para convivência. Possibilitando que o outro possa vê o “outro eu” é importantíssimo para superar o egocentrismo. Quando a escola se fecha para o desenvolvimento natural dos estudantes, simplesmente determinando o que deve: ler, escrever, estudar. Impede a transformação continua do seu ser. É como não fosse permitido que nascesse um novo para um novo mundo.

O saber é algo que o próprio ser humano constrói, criando paradigmas interiores e pessoais para o seu aprendizado. Na vida de criança a anomia é predominante, pois ainda estar no momento da pré-moral. Pois ao terem liberdade de construir democraticamente, avançarão em seu processo de maturação diante dos desafios que surgirem. Olharão para caminhos que contribuíam para  construção perante mutação e transformação do mundo.

Somos um “observatório”, mesmo que por acaso – nos bastando os sentidos, ora, em outros momentos quando já passado da fase imatura pode compreender que necessitamos de outros objetos juntamente aos sentidos. Mesmo assim ao observarmos por uma segunda vez uma situação,  não viveremos de forma idêntica à anterior.

A melhor maneira democrática consiste em que a educação proporcione oportunidades aos e alunos e aos professores. Contudo, a escola não deve de maneira alguma incluir o ensino de qualquer de “ismo”  sociais ou econômicos resultantes como uma coisa maior e única.

Fato que o mundo vem mudando de forma muito rápido, devido às mudanças econômicas, sociais, pessoais, tecnológicas, familiares. É um mundo novo, o mundo do conhecimento, do qual se faz necessário que o ser humano seja participativo, crítico, criativo, aberto para esse novo mundo, essa nova escola, para a democracia e educação fortemente estabelecida para esse papel que assume a sociedade. Onde a palavra constrói, onde a palavra destrói, onde se precisa utiliza-se da inteligência ao proferir e ouvir.

Algo de pessoal intransferível, puramente de cada “eu” sentida maneira única e não repetida identicamente às vezes anteriores são as “emoções”, diferente com trabalho de inteligência que em sua essência de aprender fatos e “verdades”. Quem sabe que porventura exceto a emoção que move através da curiosidade intelectual. E sua realização se dá quando a mente olha para o exterior, em busca da verdade externa. Infelizmente males que ainda penduram na educação alimentam a separação como: entre o saber e o fazer, teoria e prática... 

A questão de fazer conexão entre a teoria e a prática é uma necessidade nos processos de ensino-aprendizagem. Valorizar a capacidade de pensar do estudante; preparar os alunos para questionar a própria realidade e a realidade. Onde as experiências devam resultar em mudança significativa tendo o propósito de entre o que parte de dentro do indivíduo de forma flexiva com o externo.

            Escola deverá alarga seus espaços de conhecimento e, o alargamento se dará no momento que o novo é a necessidade de reconstruir para uma construção presente, pois o futuro é o próprio presente.

Os meios afins precisa  ser lido sobre o entendimento de como  o que fazer como fazer, para que fazer, pois essas questões envolvem elementos morais e intelectuais.

. Sua construção vai seguindo passo a passo no meio em convive. Moldando de acordo com as experiências adquiridas. Pois uma educação democrática vai além da mera questão de “ensinar” e da mera questão de “aprender” é ter o conhecimento compreendido e, portanto aplicável. Daí a questão da moral que em suma é aplicável para o desenvolvimento também da inteligência individual para melhor convivência no coletivo. Também é uma questão moral assistir o aluno não apenas como receptor/objeto simplesmente a ser construído dentro apenas de perspectiva única e de um único saber. Os saberes passam pela formação que o ser/histórico tem.

 

O professor em sua evolução constante tornar-se grande potência em fazer esforços para ser uma ligação entre o desejo e ação. Não mais faz sentido para ele - professor na posição do navio e proprietário do conhecimento. (EVANGELISTA, 2017) 

 

 

 

Capítulo II

Direitos humanos como identidade da Pedagogia Humanizada

 

Educar tem sido ao longo da história, algo que tem fomentado inúmeras discussões sobre a sua necessidade, o modo como ela se dá, as intenções que visa atender, e isto de acordo com as concepções que marcaram mudanças (quais mudanças?), caracterizando a existência de inúmeros modelos de organização social. Nesse sentido, durante a história do mundo ocidental, conceitos sobre quem seriam aqueles que deveriam e teriam direito à educação, também gerou muitos conflitos em que diferentes opiniões foram sendo tecidas em meio aos câmbios quanto aos conceitos do que vinha a ser uma pessoa, um ser humano, e, portanto, quem dentre estes poderiam ser encarados como cidadãos. E, com base nisso, também, reunirem as condições para terem acesso e direito à educação.

O que assinala não apenas, a ocorrência de usos específicos a uma determinada área. Mas, antes disso, que o conceito de pessoa, enquanto ser humano, gente, e, portanto, capaz de reunir as condições de exercer direitos sociais. De modo que isso lhe possa garantir inclusive, o acesso às condições para que seja assistido pela cultura comum à educação formal escolar. Assim como se deu, ao longo da história.

Ao refletir sobre isso, é possível pensar o quanto as reminiscências de concepções para negar às pessoas a humanidade a que têm direito, ou mesmo àquela com que nasceram, pode provocar sequelas capazes de obstruir o desenvolvimento de sua humanidade, impedindo que esta venha a atingir, ou mesmo ter mitigada a sua sensibilidade humana.

E, num modelo de vida em que esta passa a ser exercida sob a materialização de ações que atingem as relações humanas de modo tal, que a própria escola atue, como atuou em razão da perpetuação, propagação de discursos que violentaram simbolicamente as pessoas sentadas nas salas de aula. Como se não bastasse, as pessoas impedidas, historicamente, de estar nas salas de aula, foram agredidas pelo seu não direito a chegar a elas. Pior, a terem este direito. E, como algozes quantas vezes, o professor não pode ter atuado em razão de uma lógica para naturalizar, reiterar, reafirmar às obstruções à humanidade de muitos, incluindo à sua.

Nesse âmbito, é digno de nota um olhar atento acerca daqueles que exerceram e exercem o papel de assistir os estudantes. Mas, ao refletir sobre isso, esta busca pode ser explicada diante da necessidade de esclarecer como uns desempenharam um papel na direção dos interesses daqueles que detinham o poder. Eclode assim, o caráter ideológico de educar, de ser educado, e, por sua vez, da educação.

            Por isso mesmo, assinalar aspectos sobre os percursos complexos, distintos, quantas vezes antagônicos que fizeram parte da trajetória da educação, algo que impôs aos preceptores, mestres, professores, educadores um destino trágico. Assim, como não é estranho à história clássica grega, o “destino” reservado a Sócrates. Além dele, inúmeros que se encaminharam ou foram encaminhados por um modo de conduzir. Tornou-se um problema filosófico, inúmeros, sobretudo, que tipo de ser humano está sendo fomentado, em que modelo de ensino isso se deu ou se dá, o que envolve em que modelo de educação?

Na Europa, a negação da educação formal, aos considerados vassalos, camponeses, era uma questão definida. Diante de concepções que alijavam (excluíam) a maioria em detrimento de um direito ainda não visto como um, para todos. Desta feita, o privilégio à educação formal se tornou algo comum, uma tradição. Muito embora, isto se relacionasse com concepções dogmáticas disseminadas pela Igreja. Momento em que se pode refletir sobre as implicações do tipo educação relacionada à Reforma ou a Contra-Reforma.

É nesse contexto de divisões ideológicas que tem início a educação jesuítica, pensemos como essa se deu, sobretudo, no Brasil. E de modo semelhante, na América do Sul, onde a educação civilizatória fora um elemento para a assimilação dos silvícolas.

           Fazer menção nesse Livro sobre esses fatos visa compreender como esses cenários perpassaram diferentes percepções de educação no Brasil.

Ressalta-se ainda, a importância do desenvolvimento de uma prática pedagógica que busque garantir os Direitos Humanos.

No tocante respeito à humanização do ensino e da aprendizagem, como elemento propulsor para a eficácia da missão para assistir o desenvolvimento humano. Logo, mediá-lo não se restringe apenas técnica ou método, a formação da convencional prática docente. Essencial é que o humano não seja encarcerado, obstruído, limitado a expressar sua humanidade em função de ser atingido corrompido, distanciado por um macro sistema capitalista que materializa a desumanidade  em relação as suas convenções.

Nesta perspectiva, espera-se construir mais conhecimentos a cerca da Pedagogia Humanizada, a fim de que outras contribuições possam surgir para melhor compreensão, humanização do processo ensino e aprendizagem.

 Logo, carece o ser profissional de libertar o seu ser pessoal, fato que isso agregará valor incomensurável para a busca da qualidade dos processos educativos que gerencia e media.

Humanização para uma educação escolar não tem rótulo

A cor da epiderme de um grupo não deverá rotular- se como melhor ou/e fomentar o construto de sua supremacia. Para que não haja subalternizações. Assim, discursos e ações seja a prática de valorização de cada povo – cultura, costumes e crenças.

A Pedagogia Humanizada - essa prática ideológica manifesta o respeito pela diversidade cultural e étnica. Essa pedagogia recai na construção da humanização entre os povos de todas as etnias, e, nem mais e nem menos especial por qualquer uma que seja.   Portanto, sinaliza um agir para perspectivar a humanidade, o humanismo.

 

Desacorrentar o ensino e a aprendizagem está no despertar do professor que, em seu pensamento reformula sua prática pedagógica e, no fazer não se distancia do mesmo. (EVANGELISTA, 2013) 

 

Capítulo III

 

Desacorrentar o ensino e aprendizagem

     

Como descomplicar o processo de ensinar e aprender? Podemos sinalizar vias e táticas que possibilitem descomplicar, desatando as mãos e desentolhindo os pés.

Refletindo sobre a síntese acima que se propõe a Pedagogia Humanizada, esta pedagogia interpela a questão sobre a intervenção do professor no processo de ensino e aprendizagem.

Dessa forma, esta pedagogia procura refletir sobre a humanização do como elemento propulsor de excelência da atuação do professor a partir de reflexões no que se refere ao ensino e a aprendizagem – no ambiente escolar da educação escolar.

 Bem como tomando as bases da Constituição Federal Brasileira e a Lei de Diretrizes e bases Nacionais como documentos legais fundamentais no que diz respeito à dignidade humana presentes em ambos os documentos que legitimam o desenvolvimento integral da pessoa.  Assim, tomaremos posse desses documentos, a fim de possibilitar uma melhor compreensão do professor como pessoa mediadora na desconstrução de pontos que possivelmente sejam as amarrações de obstruções ao desenvolvimento do processo de aprendizagem de cada pessoa.

A Pedagogia Humanizada objetiva apresentar o processo, as condições e motivações que cingem o retrato do professor- mediador como arcabouço para melhor servir tanto ao ensino quanto a aprendizagem. Nesse contexto, cabe-nos investigar a esta indagação: “Como descomplicar o processo de ensinar e aprender?” Bem, a construção de uma resposta não se fecha em si como único e verdadeiro fim. Mas, trata-se pelo viés do exercício de humanização. Da mudança e transformação de todo professor e dos demais profissionais de educação que busca melhoraria no processo de ensino e de aprendizagem, através da evolução que precisa primeiro começar por dentro.

Assim, esta pedagogia pretende contribuir para o crescimento profissional e, sobretudo pessoal dos que atuam como na área da educação escolar, em consonância com as habilidades e competências que um professor necessita para exercer sua profissão com excelência.

Nessa linha de raciocínio, compreende-se que a pedagogia humanizada poderá criar e promover ações que rompam com os moldes de sistema de classes que desumanizar o homem. Dessa maneira, o profissional de educação – o professor terá e oferecerá melhores condições para si e para o outro.

            Partindo da compreensão importantíssima de intervenção do professor no ambiente escolar para descomplicar o processo de aprende a aprender é necessário que esse profissional tenha requisitos indispensáveis para exercer a função, nos quais destacamos três pontos: adquirir, produzir conhecimento científico com respeito a dignidade humana relacionado com a aprendizagem; saber articular com os demais profissionais da Educação para juntos construir caminhos que levem a aprendizagem prazerosa e de qualidade; Compreender que cada pessoa tem com o mundo externo uma relação metafórica que internaliza a sua subjetividade.

            Nesse sentido, novas formas de agir surgem através de novas formas de pensar no que se está pensando em relação que o mundo interno tem ao olhar para o lado de fora, assumindo em ações caracterizadas por mudanças e transformações significativas. Por meio das desobstruções de barreiras que existem entre a subjetividade com a objetividade. Assim, proclamando as novas manifestações do ser humano, ser pessoa do professor.

            Logo é preciso que o professor debruce sobre o que ensinar, por que ensinar e, sobretudo como ensinar, esse como processo continue de humanização.

Além disso, o professor vai construindo novos significados para intervenção no sentido na vida e nas coisas da vida.

Dentro desse entendimento, a busca de um significado para compreender a pessoa dentro de cada profissão, o sujeito - professor pouco a pouco vai construindo sua identidade profissional atrelada à pessoa que o constituí, e no decorrer desse caminho toma consciência de como é o universo do processo tanto de ensino quanto de aprendizagem.

 (EVANGELISTA, 2017) sinaliza:

A capacidade de evolução pessoal, no entanto, é incondicionalmente ilimitada, pois sendo o homem a espécie que desenvolveu o pensar, capaz de aprender e ensinar e tendo ciência de que terá que enfrentar todas as dimensões. Na medida em que as mudanças acontecem, dentro e fora do contexto inserido, e tão exigente, não podendo deixar-se atrofiar por práticas simplistas e enrijecedora da ação criativa. Não cabendo mais manter-se ignorante e conformista. (EVANGELISTA, 2017, p.28).

            Assim, o propósito de ter a evolução pessoal com um elemento propulsor para melhor atuação do psicopedagogo é que esse profissional é uma pessoa, um Ser de ideia como profere Ouspensky (1945) a ideia de SER:

Os homens eram divididos, de um lado, em descrentes, infiéis ou heréticos e, de outro, em verdadeiros crentes, juntos, sustos, santos, profetas, e assim justos, santos, profetas, e assim por diante. Todas essas definições visavam não a diferenças de pontos de vistas e de convicções, isto é, não ao saber, mas ao ser. (OUSPENSKY, 1945, p. 68).

                 

Conforme ainda o autor Ouspensky (1945) em relação no pensamento moderno:

[...], ignora-se tudo sobre a ideia do ser e dos diferentes níveis de ser. Ao contrário, imagina-se que, quanto mais divergências e contradições houver no ser de um homem, mais brilhante e interessante ele poderá ser. Admite-se, em geral, embora tácita – e às vezes até abertamente – que um extravagante, perverso, sem que isso o impeça de ser um grande sábio, um grande filósofo ou grande artista. [...] É necessário compreender claramente o que significa o ser e por que deve crescer e desenvolver-se paralelamente ao saber, embora permaneça independente. (OUSPENSKY, 1945, p. 68-69).

 

            Pensando no que disse o autor acima Ouspensky (1945) É necessário compreender claramente o que significa o ser e por que deve crescer e desenvolver-se paralelamente ao saber, embora permaneça independente”. É possível compreender dentro da pedagogia humanizada que, o desenvolvimento da pessoa perpassa pela vertente do conhecimento de si mesmo, para que não degenere sua capacidade evoluir.

            Finalmente, a Pedagogia Humanizada consiste numa prática motivacional em que, a evolução pessoal – desenvolvimento da pessoa consiste em desconstruir o velho modo de ver, pensar e agir. Tal exercício parte da consciência e conscientização duma mudança que ocorre de dentro para fora de maneira contínua.

           

Pilares – Educação

É necessário levar em conta o desenvolvimento integral da pessoa. E esse desenvolvimento no âmbito educacional se baseia em quatro pilares:

  • Aprender a fazer

 

Aprender a fazer não pode, pois continuar a ter o significado simples de preparar alguém para tarefa material bem determinada, para fazê-lo participar no fabrico de alguma coisa. Como consequência, as aprendizagens devem evoluir e não podem mais ser consideradas como simples transmissão de práticas mais ou menos rotineiras, embora estas continuem a ter valor formativo que não é desprezar. (DELORS et al., 2003, p. 93).

 

  • Aprender a conhecer

 

Este tipo de aprendizagem que visa não tanto à aquisição de um repertório de saberes codificado, mas antes ao domínio dos próprios instrumentos do conhecimento pode ser considerado, simultaneamente, como meio e como finalidade da vida humana. Meio, porque se pretende que cada um aprenda a compreender o mundo que o rodeia, pelo menos na medida em que isso lhe é necessário para viver dignamente, para desenvolver as capacidades profissionais, para comunicar. Finalidade, porque seu fundamento é o prazer de compreender, de conhecer, de descobrir. (DELORS et al., 2003, p. 90-91).

 

  • Aprender a conviver

 

[...] levar as pessoas a tomarem consciência das semelhanças e da interdependência entre todos os seres do planeta (DELORS et al., 2003. p. 97).

 

  • Aprender a ser

 

A educação deve contribuir para o desenvolvimento total da pessoa, espírito e corpo, inteligência, sensibilidade, sentido estético, responsabilidade pessoal, espiritualidade. Todo ser humano deve ser preparado, especialmente, graça a educação que recebeu na juventude, para elaborar pensamentos autônomos e críticos e para formular os seus próprios juízos de valore, de modo a poder decidir, por si mesmo, como agir nas diferentes circunstâncias da vida. (DELORS et al., 2003, p. 97).

 

Percebe-se que a pedagogia humanizada comunga com os pilares- Aprender a fazer, Aprender a conhecer, Aprender a ser, Aprender a conviver e, que não se confunde com ações transgressoras, pelo contrário: as ações estão centradas na ideia de mudanças com foco na aprendizagem.

              Este caminho, de caráter pedagógico, conduz a um viés cultural do ensino e da aprendizagem, com seu olhar para humanização. Buscou-se compreendê-la tendo por base o olhar de dentro. A proposta é buscar caminhos possíveis de mudanças qualitativas para educação escolar.

              Várias são os estudos que têm como objetivo identificar, no ambiente escolar da educação, práticas pedagógicas que possibilitem a aprendizagem dos Componentes Curriculares da Base comum.

              Portanto, partiu-se no ponto de busca a instigar professores e professoras a criar e promover a prática pedagógica humanizada enquanto veiculo de obter um ensino e uma aprendizagem humana, que propicia fornecimento de meios prazerosos em ensinar e, sobretudo aprender.

REFERÊNCIAS

DELORS, Jacques. Educação: um tesouro a descobrir. 8. ed. São Paulo: Cortez; Brasília, DF: MEC: UNESCO, 2003.

EVANGELISTA, Luciana Cristina da Silva. Evolução Pessoal do Professor e Inovação Pedagógica: um estudo etnográfico na Educação Infantil no município de Paudalho/PE/Brasil. 2017. Tese (Doutorado em Ciências da Educação) Universidad Americana. Assunção- PY. 184 f.; 30 cm. Orientador : Diosnel Centurión. CDD 371.912

OUSPENSKY, Peter Psicologia da evolução possível ao homem. São Paulo: Pensamento, 1945.