PEÇA TEATRAL – Cena do livro Há dois mil anos, Capítulo 4, de Francisco Xavier
Por Ciro Toaldo | 19/01/2023 | GeralPEÇA TEATRAL – Cena do livro Há dois mil anos, Capítulo 4, de Francisco Xavier.
Professor Me. Ciro José Toaldo.
Essa é uma cena que retrata um momento em que o Senador Publius Lentulus, em sua casa, encontra-se com sua esposa Lívia e revela o grande amor do casal e o quanto sua esposa era importante para aquele importante Senador Romano.
Histórico – Essa foi uma peça escrita após estudarmos o livro de Francisco Xavier pelo Espírito Emmanuel, Há dois mil anos, feito em nosso Centro Espírita Paulo e Estevão (GEPE) da cidade de Naviraí MS. Após o estudo e a escrita, fizemos diversos ensaios e na comemoração do dia dos namorados, o teatro foi apresentado. Tivemos a preocupação de apresentar as vestimentas e cenários que caracterizavam a época do auge do Senado Romano e de seus Imperadores. No dia da apresentação, contamos com a presença de um público expressivo. O elenco foi composto de dois personagens principais, além de ter um narrador, um assistente de palco e um elemento que contou o violão (para que parecesse a harpa tocada por Lívia). Também tivemos a preocupação com a sonorização e com jogos de luzes.
Para os desejosos em reproduzir essa peça, fica a dica para apresentar próximo ao dia dos namorados, tenham certeza que o público vai adorar. Segue a peça.
(Introdução) Narrador - Iremos apresentar uma cena que se encontra no livro: Há dois mil anos, no Capítulo 4. Este livro de Francisco Cândido Xavier pelo Espírito Emmanuel, narra a cena entre o Senador Romano, chamado de PUBLIUS e sua esposa LÍVIA.
Narrador: O Senador Romano Publius Lentulus, encontrava-se em Jerusalém, onde foi agraciado, pelo governador Pilatos, com uma solene festa. No decorrer daquela festividade, o governador, nos jardins de sua casa, assediou Lívia, esposa do senador, mas, ela não se entregou aos prazeres do mesmo. Contudo, Fúlvia, esposa de Súlpicio Tarquínio, presenciando a cena entre Pilatos e Lívia, deturpando os acontecimentos, foi contar ao Senador, levantando falsas calúnias a respeito de Lívia. Após ouvir Fúlvia, o Senador, mesmo não acreditando naquele relato, passou a desconfiar de sua esposa, deixando à amargura contaminar seu coração. Fúlvia, também afirmava que Lívia deseja partir imediatamente para Nazaré, a fim de se encontrar com o governador.
Narrador: Na noite daquele mesmo dia, encontramos Publius e Lívia, a sós. A esposa, notando no rosto do esposo sinais de contrariedade, diz:
(Lívia): Querido, eu não gosto de te ver assim com tanto desgosto no coração. O que ouve? Por acaso, não encontrou em Jerusalém a paz que procura para desenvolver suas obrigações?
(Publios): Não, não é isso Lívia, estou apenas cansado, ainda estranho o clima da Palestina.
(Lívia): Precisamos apressar nossa mudança de Jerusalém para um ambiente mais calmo, onde possamos ficar mais a sós, longe deste círculo de pessoas mesquinhas, com hábitos tão diferentes dos nossos. Quando partimos para Nazaré?
(Publios): Para Nazaré?
Narrador: Publios se irrita, e seu espírito é tocado pelo veneno do ciúme ao lembrar inconscientemente das acusações de Fúlvia.
(Lívia): Sim, meu marido, eu juro se pudesse partiria para Nazaré amanhã mesmo, pois, não foi essa a providencia, ontem proposta?
(Publios): Decidi hoje, será melhor nos instalarmos em Cafarnaum.
(Lívia): Mas, não estava certo de irmos para Nazaré?
Narrador: E tomando a mão da companheira, como se buscasse um bálsamo para sua alma ferida, sussurrou-lhe de manso:
(Publios) – Lívia você é tudo que me resta neste mundo!... Nossos filhos são flores da sua alma, que tive a felicidade de receber dos deuses para alegrar meu coração. Perdoe-me, meu amor.
(Publios) - Há quanto tempo venho sendo grosseiro e insensível, esquecendo o carinho que tem demonstrado por mim! Parece-me estar despertando com a alma receosa e oprimida. Tenho tido pensamentos estranhos e absurdos. Temo perder seu amor, saiba que a aguardo para sempre em meu coração. Perdoa-me...
Narrador: Enquanto ela o contemplava surpresa, seus lábios cobriam as mãos de beijos ardentes, e uma lágrima transbordou de seus olhos cansados.
Lívia: Que é isso, Publius? Choras?
Publios: Sim! Minha alma está repleta de visões sombrias, prevendo o fim da nossa felicidade, mas eu preciso ser forte! Querida, não me abandone - me dê sua mão para atravessarmos a estrada da vida, porque sei que ao seu lado eu posso vencer o próprio impossível!
Narrador: Tomando as mãos do marido, Lívia o conduz para o terraço, traduzindo todo o seu sentimento através das cordas da harpa, na melodia de uma canção escrita por Publios em sua mocidade, em que há muitos anos, não tinha o prazer de ouvi-la na voz da sua amada esposa:
Lívia canta:
Alma gêmea da minha alma,
Flor de luz da minha vida,
Sublime estrela caída
Das belezas da amplidão!
Quando eu errava no mundo
Triste e só, no meu caminho,
Chegaste, devagarinho,
E encheste meu coração.
Vinhas na benção dos deuses,
Na divina claridade,
Tecer-me a felicidade,
Em sorrisos de esplendor!
És meu tesouro infinito,
Juro-te eterna aliança,
Porque eu sou tua esperança,
Como és todo o meu amor!