"E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus." (Filipenses 4:7 RC)

No versículo anterior lemos: "Não estejais inquietos por coisa alguma; antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus, pela oração e súplicas, com ação de graças." O resultado de fazermos conhecidas de Deus as nossas petições, é a Paz que vem de Deus. Vejamos três coisas sobre essa paz prometida:

1) Ela vem de Deus – Isso significa que ela se origina em Deus e é uma qualidade espiritual que passamos a possuir por intermédio do Espírito Santo: "...o fruto do Espírito é: ...paz..." (Gálatas 5:22 RC). Isso significa também que ela independe das circunstâncias. Nós temos essa paz, mas ela pertence a Deus. Jesus mesmo disse: "Deixo com vocês a paz. É a minha paz que eu lhes dou; não lhes dou a paz como o mundo a dá. Não fiquem aflitos, nem tenham medo." (João 14:27 BLH)

2) Ela excede o entendimento – Na letra de uma música antiga, cantada por Marcos Witt, o autor se expressa:

"Bem no fundo da minha alma há uma doce quietude,

que se difunde invadindo o meu ser;

é uma calma infinita que só poderão

os amados de Deus compreender"

"Paz, paz, quão doce paz, é aquela que o Pai me dá!

Eu lhe rogo que inundes prá sempre o meu ser

em suas ondas de amor celestial"

A paz que vem de Deus transcende o poder de raciocínio do homem. Como entender, por exemplo, a presença da paz onde não há razões aparentes para a sua presença? Veja o exemplo de Estêvão em Atos 7:55-60. Veja também o de Paulo e Silas na prisão em Filipos, em Atos 16:20-25.

A paz que vem de Deus excede o entendimento justamente por não ser produto de circunstâncias favoráveis, e sim um dos aspectos do fruto do Espírito.

3) Ela guarda os nossos corações e os nossos sentimentos – Guarda contra o quê? Guarda justamente contra os ataques externos que querem nos arrancar a paz do coração. A nossa paz própria, dependente das circunstâncias, pode facilmente ser arrancada, mas a paz que vem de Deus não pode ser arrancada e ainda nos protege contra esse perigo que é justamente o da falta de paz, o que pode trazer sérios prejuízos à nossa vida física, social e espiritual. A paz que vem de Deus é a sentinela de Deus que guarda o nosso homem interior.

Louvado seja Deus por tão grandioso presente!

Quero encerrar com um soneto de Mário Barreto França com alguma modificações feitas por mim:

A Pergunta Oportuna

Encontrando um camponês em pleno trabalho,

Um jovem triste, a demonstrar canseira,

Pergunta: - "É essa a estrada da cachoeira?"

- "Sim!" – o camponês responde. Ele agradece e se afasta.

O camponês, entretanto, orando,

Com o olhar o segue. E, quando na primeira

Curva o nota, lhe indaga com voz branda:

- "Moço, a estrada da paz você conhece?"

O jovem para, atônito. Regressa;

E o seu desejo de morrer confessa

Ao lavrador que à crença em Deus o induz...

Que nós também, na senda do destino

Possamos ajudar um peregrino

A encontrar a paz e ser feliz nos braços de Jesus.

Porto Meira – Julho de 2009