PROJETO DE UNIFICAÇÃO DOS COMANDOS DAS POLÍCIAS NO ESTADO DE SANTA CATARINA

Data: 07.01.2004, horário: 17:00 horas – “Desafios de governos de corrigir salários de policiais”:

Salários – Parece que os governantes do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) estão sempre fadados a corrigir as distorções salariais dos policiais de Santa Catarina, que são praticadas por governantes de outros partidos políticos. Retroagindo ao tempo chegamos à época do grande saudoso Estadista Pedro Ivo Figueiredo Campos, o primeiro governador do PMDB a reconhecer o trabalho profícuo dos Delegados de Polícia e seus pares policiais, implementando aos senhores Delegados de Polícia a isonomia salarial que fora inserida na Carta Magna de 1988. Após o PMDB perder as eleições para o candidato do PFL, Sr. Vilson Pedro Kleinubing, o mesmo de imediato em parceria com o Sr. Secretário da SSP da época, Sr. Sidney Carlos Pacheco, com auxílio da Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina suprimiram a nossa isonomia fazendo com os senhores Delegados de Polícia do Estado passassem a maior penúria de suas vidas em todos os tempos. Como os carrascos têm vida efêmera, novamente o Governo do PMDB através do Sr. Paulo Afonso Evangelista Vieira reiterou a isonomia salarial dos senhores Delegados de Polícia e melhorou a situação salarial dos demais policiais de carreira. Novamente assumiram o Governo do Estado os adversários do PMDB, desta vez na pessoa do Sr. Esperidião Amin Helou filho que também mentindo para os Delegados de Polícia através do Sr. Presidente da Adpesc da época, Dr. Mário Martins, enganou a nossa categoria nos deixando mais uma vez na estrada a ver as suas mentiras deslavadas. Para nossa maior satisfação a derrota dos nossos inimigos em especial este último fez com que o Ilustre Governador Dr. Luiz Henrique da Silveira guindasse o alto cargo de primeiro Mandatário do Executivo Catarinense, cujas acertadas ações, uma delas foi exatamente de referendar o nosso antigo pleito que agora é lei votada na Assembleia por deputados responsáveis, ou seja corrigir distorções  salariais. Assim sendo Senhor, nada mais nos resta do que acima de tudo agradecer ao Dr. Luiz Henrique da Silveira, Digno Governador do Estado, que governa o seu Estado com sapiência, sem demagogia, sem dirigir tratores, sem dirigir carros oficiais e sem trabalhar de pedreiro em horas impróprias. Parabéns, Sr. Governador, Vossa Excelência dá lição de Estadista e ensina a certos políticos o que é ética e postura na vida pública – Jaceguay Marques Trilha, ex-Delegado Geral da Polícia Civil, aposentado, Florianópolis, por carta” (O Estado, Cartas/Dicas, 07.01.2004).

A resposta do Delegado Mário Martins:

“Delírios – Na carta encaminhada pelo sr. Jaceguay Marques Trilha a este conceituado jornal, publicada dia 7/01, meu nome foi citado com afirmações no mínimo preocupantes, necessário, por seguinte, que fizesse alguns reparos. Mesmo não sendo médico, a mim parece que o angustiado delegado carece urgentemente de cuidados médicos, face aos espasmos  e rompantes  de delírios alucinativos, cuja mente, por saber não ser perversa, está por merecer um tratamento imediato. A Associação dos Delegados conquistou há época sua isonomia de vencimentos através do fórceps jurídico, na inequívoca  apreciação do direito por parte do Judiciário Catarinense e pela competência  da diretoria da Adpesc na condução do pleito contra  qualquer interesse volitivo do governo na época, mais especificamente no ano de 1997. O sr. Esperidião Amin respeitou, quando governador do estado, o direito conquistado, mantendo ‘em dia’ o pagamento devido, o que não aconteceu no governo do sr. Paulo Afonso Vieira. Finalizando, faço votos  neste ano de 2004 que o equivocado cidadão vá plantar batatas, até porque já está aposentado”  (O Estado, Cartas/Dicas, Mário Martins, 09.01.2004).

Data: 12.01.2004, horário: 10:00 horas:

O Delegado Braga veio até a “Assistência Jurídica” e me perguntou se eu havia lido a carta do Delegado Mário Martins, ex-Presidente da Adpesc (resposta ao Delegado Jaceguay Marques Trilha). Respondi que não sabia de nada. Braga explicou que o Delegado Trilha havia escrito uma carta ao jornal “O Estado” elogiando o PMDB e deu um pau no Mário Martins, ex-Presidente da Adpesc.  Como não sabia de nada fiquei curioso. Mais tarde Braga me remeteu a carta de Trilha.

Horário: 16:00 horas:

Fui até a sala do Delegado Tim Omar (quarto quarto andar da Chefia de Polícia). Logo que cheguei Braga me entregou um exemplar do jornal “O Estado” onde constava a resposta de Mário Martins.  Estavam reunidos, além do Tim, os Delegados Wilmar Domingues, Braga e Valdir Batista. Braga perguntou o que eu achei do fato e que era uma vergonha dois Delegados ficarem lavando roupa suja na imprensa. Sob os olhos atentos de Wilmar externei meu pensamento sem ainda ter lido as cartas:

- “Não li ainda as cartas dos dois, mas o PMDB sempre amparou os Delegados. No governo Pedro Ivo foi concedido primeiro nossa isonomia com os magistrados, o que foi abortado. Depois com o Ministério Público... No governo Kleinubing fizeram aquela sacanagem conosco, coisa do Kurtz, Jorge Bornhausem, Serpa e Kleinubing. No governo Paulo Afonso tivemos novamente a reposição da isonomia. Durante o governo Amin ele, silenciosamente, acabou com nossa isonomia com os Procuradores do Estado e não tivemos nada. Agora, no governo Luiz Henrique da Silveira parece que tivemos novamente a concretização de uma isonomia que eu não sei bem qual é porque na verdade foram os Oficiais da PM e os Peritos que tiveram seus salários equiparados ao nosso...”.  Eu sei que não é bem assim, na verdade a legislação apenas legitimou os valores vencimentais sem mencionar qualquer vinculação para efeitos de ‘isonomia’, então, dá prá concluir que é pura enganação, e vem esses Delegados aí, puxa-sacos do governo com esse discurso”.

Braga insistiu que os dois Delegados (Trilha e Mário) estavam errados.  Argumentei que não era bem assim e que Mário Martins errou ao ir para imprensa rebater as declarações de Trilha. Bastava ele ter dito que foi um dos grandes responsáveis pela isonomia salarial com Procuradores de Estado no Governo Paulo Afonso, isso no ano de 1998. O problema é que o Mário quis defender o governo Amin, quando sabia que foi este governo que deu uma rasteira silenciosa nos Delegados concedendo vantagens só para os Procuradores.  Tim Omar, que andou tendo problemas de saúde na semana passada, depois de ouvir meu relato reiterou que realmente sempre foi o PMDB que veio nos socorrer. Braga acabou ficando mais conformado. Wilmar e Valdir ouviram com razoável atenção, porém, ficaram quietos e não tomaram partido algum nessa discussão.  

Padre - O Prefeito interino de Orleans, Jorge Luís Koch (PMDB), está sendo alvo de uma piada no município, em virtude da quantidade de cargos que vem ocupando. Koch era o delegado da cidade e presidia a mesa diretora do Legislativo. Com a cassação do prefeito Gelson Padilha, ele assumiu a prefeitura e solicitou licença do cargo de delegado junto ao Estado. Além dessas responsabilidades, Koch é o presidente da escola de samba de Orleans. A piada dizia que qualquer dia desses ele iria assumir a função de padre no município”  DC, Paulo Alceu, 10.1.2004).