PROJETO DE UNIFICAÇÃO DOS COMANDOS DAS POLÍCIAS NO ESTADO DE SANTA CATARINA

Data: 16.12.2004 – “A teoria dos “ses”: Angela Amin mereceria o governo do Estado?”

“Surpresa e lágrimas na homenagem - A homenagem feita pelas instituições de classe da Capital e região foi um verdadeiro teste de emoção para a prefeita de Florianópolis, Angela Amin (PP), terça-feira à noite. Sem que ela soubesse, os organizadores convidaram os pais da prefeita, Pedro e Petrolina Heinzen, que residem em Indaial. Ao lado da família, Angela assistiu à apresentação da orquestra sinfônica das comunidades, um trabalho social coordenado pela prefeitura que abrange 300 crianças de 35 comunidades carentes. Não deu outra. Angela discursou com a voz embargada e não conseguiu conter as lágrimas. O presidente da Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (Acif), Alaor Tissot, falou em nome de todas as instituições. Disse que o jantar não tinha conotação política, mas foi uma forma de agradecimento pelos oito anos da administração Angela Amin” (DC, 16.12.04).

“Para relembrar o Coronel Backes: O caso dos policiais militares em campanha eleitoral:

“Eleições – Integrante do comitê de Dário assume que solicitou à PM o material que motivou ação no TER – Coronel afirma que pediu o palanque – O ex-chefe do Estado maior da Polícia Militar do governo Luiz Henrique (PMDB), coronel da reserva Valmir Cabral, assumiu ontem que foi ele que pediu a um oficial da corporação o tablado que serviu de palco para um evento, duas semanas antes do 2º turno na Capital – No dia 25 de outubro, quando fi identificado nas imagens veiculadas pelo PP como um dos que ajudaram a montar e desmontar o palco, Cabral disse ao DC  que esteve no local a convite, mas não tinha vínculo com a organização do evento. Ontem, depois de quase dois meses, mudou o discurso e contou que foi pessoalmente à Polícia Militar e pediu ao tenente-coronel Fernando que emprestasse o tablado para o comício. Amigo pessoal de Dário e integrante da campanha, Cabral  foi responsabilizado na sindicância aberta pela PM por indícios de transgressão disciplinar, assim como outros dois oficiais da reserva Carlos Augusto Sell e Dorval Gonçalves de Lins Filho.  A sindicância isenta a PM de qualquer responsabilidade, alegando que foram induzidos por Cabral ao erro. Valmir Cabral diz – embora não possa provar – que houve uma armação na PM, fruto da inveja de alguns oficiais ligados a Chico Assis, pois o coronel da reserva havia sido sondado para ser secretário de Segurança da Capital (...). Promotor deve oferecer denúncia contra policiais – O promotor de Justiça Sidney Eloy Dalabrida, deve decidir nas próximas semanas se irá oferecer denúncia, instaurar processo-crime contra os três oficiais da reserva e/ou encaminhar o caso para a Justiça comum. Dalabrida assegura que os policiais da ativa, do alto comando da PM, agiram de boa-fé, sem qualquer pretensão de ordem político-partidária e foram induzidos a erro por policiais da reserva. Na terça-feira, o secretário de Segurança Pública, Ronaldo Benedet (PMDB), disse que o resultado da sindicância não havia lhe convencido e que deverá encaminhar as investigações para apurar o envolvimento de policiais da ativa” (DC, 22.12.04). 

Data: 23.12.2004, horário: 15:00 horas – “Relembrando os Deputados “Gilmar Knaesel” e “Julio Teixeira”, velhos projetos noutra dimensão?”

Estava no Bar do Ney (Centro Comercial Ceisa Center – centro de Florianópolis) e na medida em que fui me aproximando avistei Gilmar ladeado por Ney e mais outras pessoas que não conhecia. Logo que me viu chegar Gilmar Knaesel foi dizendo:

- “Oh, o Ney aqui já estava dizendo que tava sentindo a tua falta, que tu não viesse bater o ponto hoje”.

Olhei para Ney e disse:

- “Não é Ney que eu disse que antes do Natal dava uma passadinha aqui?”

Ney confirmou e pude observar que dentre as pessoas que estavam no local encontrava-se um cidadão cuja mãe era paciente do meu irmão. O cidadão foi comentando que meu pai havia emprestado um “smoking” para ele na década de setenta (um smoking inglês), por meio do meu primo Fernando (veterinário) e por aí a conversa foi fluindo animada. A certa altura me virei para Gilmar e disse:

- “Mas tu emagrecesses, heim Gilmar”.

Ney do meu lado comentou:

- “Muitas noitadas. Foi assim que o Gilmar emagreceu, sabias...?”

Gilmar me olhou e foi avisando:

- “Puxa, e como tu engordasses, heim Felipe. Pô, mas tu engordasses!”

Em seguida o cidadão que estava com Gilmar – filho de uma tal de Iracema – comentou:

- “Não. Tá bom assim. É da genética dele”. 

Gilmar olhou para a barriga do cidadão e lançou uma gargalhada:

- “Também, olha para tua barriga!”

(...)”. 

Gilmar aparentava estar bem melhor, não poderia imaginar que fosse capaz de uma proeza daquelas, ficar longe da culinária alemã em Pomerode, sem contar os jantares, compromissos regados a muita comida..., ainda mais com tanto estresse no seu dia a dia.  Fiquei imaginando o clima na Segurança Pública, e acabei lembrando do nosso “projeto” de criação da Procuradoria-Geral de Polícia, parecia que nada tinha existido, que tudo foi uma fantasia ou os fatos ocorreram noutra dimensão. Era difícil eu me acostumar com aquilo, especialmente, no que dizia respeito a Julio Teixeira.

A seguir Gilmar foi atender um pessoal e eu me despedi desejando um feliz Natal para os presentes. No trajeto de volta para a Gerência de Orientação e Controle da Polícia Civil (Rua Pedro Ivo, n. 193, centro de Florianópolis) fiquei pensando no olhar de Gilmar, no seu jeito... Lembrei a época em que estávamos juntos defendendo um “projeto” tão importante: “a criação da Procuradoria-Geral de Polícia”, “a unificação dos comandos das Polícias”, “a reclassificação de cargos e reestruturação das carreiras”, “a adoção de um novo modelo de Polícia e uma nova doutrina na área da segurança pública”. Gilmar Knaesel mais parecia alheio a tudo aquilo, dava a impressão que tinha desligado um interruptor, “que tristeza!” pensei.  Quanto a Julio Teixeira, bom, o nome dele é Julio Teixeira, ninguém viu, ninguém vê ou falava dele, ninguém sabia por onde andava, o que fazia, com quem conversava...

Data: 26.12.2004: “À Codesc ou ao Governo do Estado? Se ele conseguir se imunizar contra os ‘bajuladores’ de última horas? Se ela conseguir ser seletiva? Se ele não perder a sensibilidade e o cheiro de flores? Se ela não esquecer de se emocionar com as injustiças? Se ela for forte com os fortes e não tão fraca com os fracos? Se ela não se deixar ser blindada pelos ‘iluminados’ que se instalam junto ao poder para agradar...”:

“Entevista – Ângela Amin, prefeita de Florianópolis – ‘O partido pode contar comigo’ – (...). Futuro – retorno para a Codesc, onde sou funcionária desde 1976. Não tenho tempo de aposentadoria ainda. Não tem avaliação final ainda, mas deve estar faltando em torno de quatro anos. Infelizmente a interpretação da empresa é que eu não tenho direito de férias e vou contestar na Justiça. Estão avaliando ainda. Pelo fato do governo do Estado ter expediente de apenas seis horas, vou aproveitar o tempo vago para fazer uma pós-graduação (...). 2006 - Quem participa do processo político não pode descartar nenhum posto. Estamos aí à disposição. É preciso deixar muito claro que na próxima eleição tem apenas dois cargos na majoritária (governo e Senado). Isso elimina a possibilidade de o casal (Esperidião e Angela Amin) participar dos dois cargos. Ou um ou outro. Isso precisa ficar muito claro. A legislação permite, mas a ética não permite. Deixo uma marca à frente da prefeitura. Em 1994, quando concorri ao governo, o que mais pesou na campanha contra mim foi que eu não era preparada. Foi o que mais me machucou. Deixamos uma marca com resultados positivos (...)” (DC. 26.12.04).

Data: 02.01.2005, horário: 09:00 horas – “Gilmar Knasel na área”:

Estava no “Restaurante Portella” em São Francisco do Sul, quando fui surpreendido por uma voz conhecida que chamava pelo meu nome dizendo:

- “Então estais também por aqui”. 

Tive que conter minha surpresa porque era sim Gilmar Knaesel e confesso que só o reconheci em razão da voz que não mudou nada e da última foto que colhi na Internet, pois ele estava bem mais magro ainda e envelhecido. Apesar disso, Gilmar estava trajando uma camiseta polo azul marinho, uma bermuda verde ou bege e de tênis.

Em frações de segundo fiquei me perguntando o que ele estaria fazendo em  “São Francisco do Sul. Imediatamente veio na cabeça a resposta, ou seja, só poderia ser algum “rabo-de-saia”.  Enquanto isso Gilmar, sempre sorridente,  tentava explicar a sua presença:

- “A minha garota é de São Francisco e os pais dela residem aqui, viemos então passar o final de semana, eles estão ali numa mesa  comigo. Mas que cheiro ruim lá fora!”

Gilmar estava se referindo ao cheiro ruim deixado pela baixa maré, já que o restaurante Portela foi construído quase que totalmente em cima do mar e possuía um cais. Procurei ficar de pé enquanto conversávamos, mesmo sabendo que isso dava um ar de certo formalismo, o que não parecia ser a opção de Gilmar.  Aproveitei para mudar de assunto e perguntei como era que estavam as coisas e se ele seria candidato à reeleição. Gilmar respondeu:

- “Eu vou deixar a Secretaria, vou voltar a Assembleia”.

Interrompi:

- “Sim, o PSDB vai lançar candidato próprio ao governo ou vai se coligar?”

Gilmar respondeu:

- “Vai se coligar, ah, sim, o PSDB não vai sozinho”.

Em seguida Gilmar fez uma indagação:

- “E o sequestro lá em Joinville, heim? Puxa, o ‘Renatão’ desvendou tudo sozinho, tu visse”.

Como estava por dentro do caso, confirmei a informação porque tinha visto a foto do ‘Renatão’ em detallhe no jornal junto com a notícia do sequestro em Joinville.  Gilmar num misto de curiosidade e informalidade me perguntou o que eu estava fazendo em São Francisco e respondi:

- “Tenho um ‘residência’ e um sítio por aqui e venho às vezes me divertir. Bom, atualmente eu estou afastado do serviço”. 

Em seguida Gilmar se desculpou avisando que teria que retornar à mesa e eu aproveitei para perguntar como é que estava o “Schmitão” (Delegado Schmidt). Gilmar sorridente respondeu:

- “Não sei, não vi mais aquela figura, onde é que ele anda?”

Respondi que não tinha mais visto “Schmitão” e que ele estava aposentado.  Naquele clima nos despedimos e eu fiquei pensando: “Tá aí o Gilmar em mais uma empreitada, era incrível a transformação de um homem em razão de uma mulher. Será que Gilmar ficou satisfeito  com minha presença ou era mais curiosidade saber da minha vida, especialmente, de nos encontrarmos naquelas condições, justamente num local distante da Capital...”. Gilmar estava bronzeado e o que denotava que esteve na praia. Lembrei nossos projetos do passado e que  ninguém comentava mais nada, aliás, Gilmar agora pertencia a outro partido.