PROJETO DE UNIFICAÇÃO DOS COMANDOS DAS POLÍCIAS NO ESTADO DE SANTA CATARINA

Data: 19.08.2002:

A presença cênica do jornalista e Assessor de Imprensa Hélio Costa:

“Reportagem policial - Esses nossos amigos que fazem reportagem policial, por anos a fio, tem de ter imaginação para prender a atenção do público, contando desgraças com uma pitada de humor e criatividade. Contaram-me uma do conhecido repórter Hélio Costa, de Florianópolis, durante um quadro do programa César Souza. O preso era um tarado que estava sendo acusado de roubar calcinhas de mulher para cheirar. Hélio foi entrevistá-lo e, como todo preso, ele diz que é inocente e defende-se dizendo que "no momento de roubar calcinhas, ele ficava louco e não sabia o que acontecia". E o Hélio Costa não se deu por achado, e com sua linguagem toda característica cobrou: ‘É, tu dizes que és louco, mas cuecas você não rouba para cheirar!’, lascou”  (A Notícia, Antonio Neves – Alça de Mira, 19.8.2002).

Data: 20.08.2002, horário: 09:00 horas:

Estava na “Assistência Jurídica” e ouvi de longe o Delegado Braga  dar o seu “Bommmm diááá!!!!” Era a sua saudação às psicólogas no Setor de Recursos Humanos. Comentei com as duas Inspetores que trabalhavam comigo:

- “Advinhem quem é que vai dar o ar da sua graça por aqui?”

Nem passados alguns segundos  Braga chegou na “Assistência Jurídica”, abriu a porta  de supetão e deu o seu bom dia. Eu ainda estava rindo, o que pareceu tê-lo deixado um pouco desconsertado e ele perguntou:

- “Olha Jô, por que o doutor Felipe esta rindo?”.

Braga passou um serviço para “Jô Guedes” revisar  e acabou sentando na minha cadeira já que eu estava colhendo notícias na internet, no outro computador. Acabei relatando que ontem havia conversado com o Delegado Bottini e que ele pretendia deixar a Comissão de Promoções do Subgrupo:  Técncio-Científico.

Braga fez seu comentário: 

- “Meu Deus,  esse Bottini não quer trabalhar mesmo. Não aprece no serviço, nunca está. Olha ‘Jô’  tu até pode criticar o doutor Felipe em muita coisa, mas tu respeita o doutor Felipe. Mas, vai lá embaixo no setor do Bottini e pergunta o que os funcionários acham dele. Vai lá, tu precisas ver, ninguém gosta dele. Bom, ele só está no cargo ali por causa da maçonaria. Eu outro dia falei isso para o Moacir Bernardino lá em cima e ele ficou puto da cara comigo. Ele disse que também é da maçonaria e que não é bem assim. Mas o Bottini só está ali por causa da maçonaria. Ele é da mesma loja do Nascheveng, o Consultor Jurídico da Secretaria”. 

“Jô Guedes”, tal como um relâmpago intercedeu:

- “O filho dele passou no último concurso para juiz. Ouviram? O filho dele é juiz”. 

E Braga continuou:

- “Tem aquele Rafael lá na Consultoria, ele está ocupando o cargo de ‘Assistente Jurídico’ que era pra ser teu aqui. O Rafael foi colocado na maçonaria pelo Nascheveng e dois dias depois de colocado, imagina dois dias, ele foi nomeado para o cargo de ‘Assistente Jurídico’. O Bottini também é da mesma loja”.

Perguntei para Braga quem era o motorista do Moacir Bernardino:

“Ele não tem motorista especifico. Quem leva ele para casa é o Adílio. O Moacir mora em Coqueiros e o Adílio parece que mora em São José”.

Argumentei que era caminho, então...   Braga ainda alertou para a confusão que estava o concurso da Polícia Civil:

- “Tu sabias que anularam a prova física?  Meu Deus, eles simplesmente anularam a prova física. O Acácio Sardá estava quase chorando, os dois filhos dele haviam sido aprovados e agora com essa decisão os dois não estão mais na lista, tá uma confusão”.

Depois Braga falou sobre o futuro do Coronel Walmor Backes:

- “Dizem que o Backes vai assumir a Secretaria da Segurança Pública. É só o Amin ser reeleito e o Backes vai ser nomeado Secretário da Segurança Pública, é o que dizem. Também dizem que ele pode ser nomeado para o cargo de Diretor do Detran”.

Alguém com brio falou em nome da instituição, alguém vocacionado para líder, para o comando, num plano muito superior a muitas outros que preferem o lugar comum: 

Concurso – Embora entenda a angústia dos candidatos que aguardam uma decisão judicial acerca da situação do concurso da Polícia Civil, que à minha pessoa, na qualidade de cidadão, cabe tão somente respeitar, não poso admitir, agora sob o status de policial civil que sou, que as manifestações de interessados extrapolem o limite do técnico para o ofensivo a todos os membros de minha instituição, quando referem-se, de forma desrespeitosa, à qualidade dos serviços prestados por seus integrantes, inclusive menosprezando os processos seletivos anteriores de ingresso à instituição. Frente a este quadro de difamação, a presente manifestação à manutenção do respeito e do valor devidos. Eduardo André Senna – Delegado de Polícia – Florianópolis” (DC, 20.8.200200). 

Data: 27.08.2002, horário: 10:00 horas:

O Comissário Arno Vieira (aposentado) apareceu na “Assistência Jurídica” para tratar de um assunto do seu interesse, e precisava do meu auxílio... Acabamos indo até o “Conjunto Comercial Ceisa Center” para tomar um café e ficar mais à vontade.  Arno trouxe uma novidade que soube por meio do seu filho (Wlademir Vieira/Técnico Criminalístico) que trabalhava na Diretoria de Polícia Técnica e  Científica: 

- “Eles tiveram um encontro com o Amin (referia-se a Celito Cordiole e à diretoria da Associação dos Peritos/Acrisc) e pediram para ele que caso se reelegesse se comprometesse em dar a independência à Polícia Técnica da Polícia Civil. Foi isso mesmo, o governador se comprometeu com eles de no próximo governo acertar a situação deles e desvincular a Polícia Técnica da Polícia Civil, eles vão acabar conseguindo isso”.

Não fiquei surpreso e fiz meu comentário:

- “Bom, do jeito que estão comandando a Polícia Civil eu não duvido de mais nada, as portas estão abertas”.

Depois disso, mudamos de assunto... e nos despedimos porque já estava próximo do meio-dia.