PROJETO DE UNIFICAÇÃO DOS COMANDOS DAS POLÍCIAS NO ESTADO DE SANTA CATARINA

Data: 24.11.2002:

Notícias que mais pareciam coisa de boteco, coisa de bar, piada... Tanta coisa importante para se escrever, da licença Raul..:

Cambalacho

“Comissão da Delegacia-Geral da Polícia Civil investiga irregularidade de uma técnica de necrópsia de Blumenau que no ano passado, em sociedade com um amigo, constituiu formalmente uma empresa de consultoria de seguros nacionais e internacionais. Lotada no Instituto Médico Legal (IML) e detendo informações privilegiadas sobre ocorrências, através de sua empresa procurava as pessoas vitimadas ou seus representantes para que estas, via procuração, outorgassem a ela poderes para intermediar junto à Federação Nacional das Empresas de Seguro a liberação e o recebimento de indenizações” ( A Notícia, Raul Sartori, 24.11.2002).

Data: 25.11.2002: horário: 08:20 horas:

Já havia de retornado de minhas férias, como o tempo passou  rápido de mais. “Jô Guedes” já não estava mais e a “Assistência Jurídica” nunca mais seria a mesma diante da sua ausência. Li e reli sua “cartinha”. Notei que havia sido trocado os dois computadores durante a minha ausência.

Horário: 09:30 horas:

Do outro lado outra pessoa não menos querida anunciava que estava prestes a ir embora (Myrian Isabel Lisboa Muller) e me fez um relato das boas novas:

- “A semana passada foi corrida. Pediram muitas leis. Ó, precisa ver...”.

Perguntei:

- “Sim, foi o pessoal lá de cima que andou pedindo leis? Foi o Lipinski?”

E a resposta foi uma surpresa:

- “Não! Foi o grupo de transição. Eles estão ali do lado trabalhando. Eles vieram duas vezes aqui. Pediram leis. Perguntaram pelo senhor. Eles queriam leis, também pediram o quadro de lotação da Polícia Civil. Eu disse para eles que não havia quadro de lotação e aí um deles começou a discursar que isso era uma vergonha, como é que este governo não criou um quadro de lotação e que se fosse o PMDB o governo já tinha aprovado o quadro de lotação”. 

Pensei comigo: “brincadeira, ficaram quatro anos com a Delegada Lúcia Stefanovich, Lourival Mattos, Evaldo Moreto, Jaceguay Trilha... e não fizeram o quadro de lotação, muito menos apresentaram um projeto de Lei Orgânica da Polícia Civil, o que esperariam de uma Secretaria de Segurança sob administração de pessoas estranhas à Polícia Civil, dos Delegados... era muita cara de pau! Mas era isso mesmo, a cada mudança de governo  “raposos” aparecem sedentas por cargos, poder... com seus discursos prontos para atacar o governo que se encerra, ainda mais sendo de partido adversário”.

Depois de ouvir o relato de Myrian acabei deixando escapar um sorriso amarelado e fiz o seguinte comentário:

- “Isso até parece curso primário. A cada quatro anos se repete a mesma cena, o pessoal do governo que vai assumir forma um grupo de transição e aí botam as caras, apresentam nomes que já são velhos conhecidos, todo mundo querendo cuidar dos seus interesses... Realmente assim não dá, como é que uma instituição pode aguentar tudo isso?”

Lembrei que havia quadro lotacional criado e comecei a pesquisar no meu “notebook” até encontrar algumas portarias do Secretário de Segurança Pública do ano de dois mil...

E, mais uma vez tive que rir para não chorar, só que essas pessoas depois de investidas de poder acabavam fazendo maldades, especialmente, nos primeiros anos de governo, por meio de cargos comissionados  passavam a exercer controle sobre pessoas por meio da hierarquia e da infusão de medos, insegurança, temores... e uma Corregedoria-Geral manipulada politicamente, tendo à frente Delegados com um perfil dentro dos ensinamentos de “Maquiavel”. 

Obviamente que tive que perguntar para Myrian quem era o pessoal da equipe de transição que estava frequentando a “sala de reuniões” (auditório, meu antigo lugar de recolhimento...) e veio a resposta:

- “É o doutor Ademir Martins, Ricardo Thomé, Luiz Carlos Half, Neves e esposa, Feijó... O pessoal anda dizendo que o doutor Maurício Eskudlark vai assumir um cargo importante.  Dizem que ele está muito forte. Quem não esta gostando de nada disso é o doutor Braga, ele não quer nem ouvir falar nisso”.

Fiquei intrigado com o nome de “Ademir Martins” e procurei verificar se não havia algum engano nesse nome e se não seria “Ademir Braz de Souza”. E de imediato veio a correção:

- “Isso, é o Ademir Braz de Souza, aquele que esteve aqui pedindo votos, lembra? Esse mesmo!”