PROJETO DE UNIFICAÇÃO DOS COMANDOS DAS POLÍCIAS NO ESTADO DE SANTA CATARINA

Data: 22.05.2002 – “Um novo escândalo entre os Delegados acaba fortalecendo a ‘Era do ‘Xerifado’ no comando da Polícia Civil?”:

“DESMANCHE - TJ concede preventiva de delegado - Por dois votos a um, os desembargadores da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado (TJ) acataram recurso do Ministério Público (MP) e decretaram pedido de prisão preventiva do delegado Adelino Roberto Toigo, de Lages. Toigo é acusado de participar de um esquema de desmanche de veículos pesados em Lages e facilitar a regularização de documentos no período em que trabalhou na Delegacia de Trânsito em Lages. O pedido de prisão preventiva se estende ao empresário lageano Luiz Carlos Freitas de Souza, conhecido como Cardoso, que atualmente está no Presídio de Florianópolis, acusado de tráfico de drogas. A decisão dos desembargadores ainda está sub judice. Por não ter sido unânime, permite aos advogados do delegado recorrerem da sentença. Este recurso deverá ser impetrado tão logo a decisão tomada na manhã de ontem na 2ª Câmara seja publicada no Diário Oficial da Justiça, o que leva em média de sete a 10 dias. Votaram a favor do MP os desembargadores Irineu João da Silva, que foi o relator do processo, e Sérgio Roberto Baasch Luz. O voto contrário foi do desembargador Newton Janke. O MP entrou com o recurso junto ao TJ, em 14 de abril, após o juiz da 2ª Vara Criminal de Lages, José Everaldo Silva, negar o pedido de prisão do delegado. O secretário de Estado da Segurança Pública, Antenor Chinato Ribeiro, preferiu não se manifestar sobre a decisão de ontem do TJ. Chinato ressaltou que o delegado Adelino Toigo já foi afastado da função que ocupava na época em que foi considerado suspeito das irregularidades. Chinato lembrou que a decisão de ontem cabe recurso por parte de Toigo. Portanto, só após se esgotarem os recursos e se a prisão for consumada é que a Secretaria de Segurança tomará, se for o caso, as medidas administrativas compatíveis. A principal delas é o seu afastamento do serviço público” (DC, 22.05.2002).

E por falar neles, deu no mesmo jornal anteriormente citado, e parece que só faltou Lipinski?

Segurança traça plano estadual - Florianópolis - A Comissão Superior de Segurança Pública se reuniu e ontem, na Capital, para discutir novas ações de combate à violência. Os participantes começaram a elaborar um Plano Estadual de Segurança Pública. Os principais assuntos abordados foram a união das polícias e o número de homicídios registrados esse ano, em Florianópolis, relacionados ao tráfico de drogas. Participaram da reunião o secretário de Segurança Pública, Antenor Chinato Ribeiro, o comandante geral da PM, coronel Walmor Backes, o secretário de Justiça e Cidadania, Paulo Cézar Ramos de Oliveira, além de representantes da Casa Militar, das Corregedorias da PC e PM, delegados e oficiais da área operacional da PM. Segundo o chefe do Estado Maior Geral da PM, coronel Cláudio José de Barros, o novo Plano irá reforçar as ações de trabalho conjunto entre as polícias. ‘Estamos procurando estreitar os laços pois somente com essa integração teremos condições de fazer frente ao crime.’"

E no sítio do Ministério Público Catarinense os Delegados continuam sendo protagonistas de mais “escândalos”, e parece que não descobriram ainda que sãos os “vulneráveis”, sujeitos à execração pública, digamos que são ingênuos, puros, imprevidentes... e servem de “bobos da corte”, aí fica difícil...:

“Desmanche - Lages / Polícia, pág. 30 - Decisão já era esperada - O delegado Adelino Roberto Toigo, que trabalha no 3º Distrito Policial de Lages, disse que a decisão dos desembargadores já era esperada por ele e seus advogados. Toigo garantiu que seus defensores preparam o recurso pertinente ao caso. ‘No momento oportuno eles vão recorrer’, afirma. Com relação às denúncias que lhe são imputadas, Toigo afirmou que por determinação de seus advogados não vai manifestar. ‘No momento oportuno a verdade será revelada e eu falarei com todos’. Sua advogada, Lúcia Haruê Marin, criticou a decisão do TJ e enfatizou que a defesa é embasada no fato de o delegado ser inocente”  (Clipping/site MP/SC – 22.05.2002).

Data: 22.05.2002, horário: 17:15 horas:

O Delegado Braga entrou na “Assistência Jurídica”, primeiro foi pedir um favor para “Jô Guedes” que em seguida saiu do setor. Braga disse - que tinha acabado de conversar com Maurício Eskudlark e Mauro Dutra na portaria do prédio da Delegacia-Geral:

- “Felipe eles não querem que eu não faça nada, não querem que apreenda máquina nenhuma, não querem que eu fale nada, eles querem que eu feche a boca, é só o que eles me pedem, mas eu não aceito esse jogo, é muita sujeira, eles só querem saber de dinheiro para campanha”.

Braga relatou que tinha amizade com Mário Martins e estava numa situação difícil pois não sabia quem apoiar e que iria ficar quieto:

“Tá vendo, eu pedi para que o Mário falasse com a Márcia Arend  e ele já conversou com ela, tá vendo, eu só não sei por que é assim,  em época de campanha o pessoal atende os pedidos da gente rapidamente, antes não era assim, eu não entendo por que isso acontece?” 

Era tão infantil aquele questionamento de Braga que deixei passar batido e ele relatou que a conversa entre os três (Braga, Maurício Eskudlark e Mauro Dutra) girou em torno da nota de Mário Martins no jornal da Adpesc. Maurício e Mauro argumentaram que tudo não passou de uma jogada política de Mário já que também era candidato.  Maurício Eskudlark esclareceu que Mário Martins estaria descontente com Lipinski porque o mesmo estava apoiando Celestino Secco:

- “O Lipinski todo dia está atrás do Celestino, não tem um dia que o Lipinski não vai atrás do Celestino!”

Fiquei surpreso e resolvi reperguntar:

- “Braga tu tens certeza disso? O Lipinski todo dia tem mesmo ido atrás do Celestino? Tu tens certeza de que é o Celestino Secco mesmo?”

Braga respondeu:

- “O quê? Tu precisas ver, Felipe não tem um dia que o Lipinski não corre atrás do Celestino  e eu disse para o Maurício que o Mário já tinha me dito o mesmo no último encontro lá na Adpesc”.

Perguntei:

- “Tu estais me dizendo que o Mário te contou isso, por que tu não me dissestes isso ontem?” 

Braga desconversou e continou:

- “Eu disse para o Maurício que o Mário me contou que o Lipinski está apoiando a candidatura do Celestino e eles me disseram que se o Lipinski estivesse apoiando o Mário nada disso tinha sido publicado no jornal, a matéria só saiu porque o Mário ficou puto da cara com o Lipinski”.

Arrisquei um desabafo:

- “Pera aí, então eu fui usado, saiu um artigo meu também no jornalzinho da Adpesc, foi o Mário que pediu para eu escrever”.

Braga fez de conta que não ouviu  e continuou seus comentários:

- “Felipe o Lipinski tem um projeto para ficar no comando mais quatro anos, ele quer por que quer continuar no cargo no próximo governo do Esperidião, ele não quer largar isto aqui. Se um dia o nome do doutor Felipe Genovez for indicado para o cargo de Delegado-Geral...”.

Acabei interrompendo para dizer:

- “Não! Não, Braga, tu sabes que eu não tenha essa pretensão, eu já te disse tantas vezes isso, não sou o homem talhado para esse cargo, você é!” Braga pareceu tenso, se levantou (havia recebido uma chamada no celular para descer...) e disse com o dedo em riste, com a face ruborizada...:

- “Tu não podes dizer uma coisa dessas, todo mundo gosta de ti, mas tu não podes dizer uma coisa dessas, tudo que tu escrevestes, tudo que tu dissestes vai por água abaixo, se o pessoal ouvir o que tu acabastes de me dizer vais ficar desmoralizado, é o sonho de todo jogador de futebol jogar na seleção, então não podes dizer que não é o teu sonho comandar a instituição”.

Braga na medida em que foi saindo reiterava energicamente suas afirmações. e eu apenas sorria diante da sua tensão e rosto enrubescido e antes que ele fechasse a porta brinquei:

- “Então me lança, me lança!” 

Nisso, “Jô Guedes” entrou   e foi logo me lançando uma pergunta:

- “Ué, por que tá rindo?”

Eu tentei disfarçar, mas não consegui, Braga sempre teve grande expectativa pelo cargo de Delegado-Geral, era o seu final de carreira, o seu sonho... No meu caso já fiz questão de ter sido preterido em duas oportunidades, então..., e respondi:

- “Ah, não vou te dizer não, não tem importância...”.

Ela insistiu:

- “Agora me conta...”.

Respondi:

“É que Braga acabou de sair daqui e tu precisas ver como ele ficou, só porque eu disse que não tenho nenhum interesse pelo cargo de Delegado-Geral”.

“Jô Guedes”, bem melhor do que ontem,  acabou deixando escapar um sorriso e entendendo o meu estado mental..., apesar de que as palavras do Delegado Braga mais pareceram uma sentença dúbia ou uma afronta a ao meu ou ao seu desideratos máximos?