PROJETO DE UNIFICAÇÃO DOS COMANDOS DAS POLÍCIAS NO ESTADO DE SANTA CATARINA

Data: 04.12.2002:

Segurança - O delegado e vereador Zulmar Valverde (PFL) continua ouvindo lideranças da segurança pública de Joinville, na presidência de comissão especial que trata de fazer um diagnóstico do quadro no município. Delegados de Polícia, ouvidos pelos vereadores, largaram as queixas mais diversas, com críticas ao atual sistema. Nas nternas, o modo como a segurança pública foi administrada no atual governo. O desmonte existente nas delegacias de Joinville, sem policiais e material, é uma prova disso. Tentaram montar uma super estrutura na delegacia de Marco Aurélio Marcucci, titular do DIC, e esvaziaram as demais”  (A Notícia, Antonio Neves – Alça de Mira, 4.12.2002). 

Final de governo e o que se vê é o comando da Polícia Militar continua bem atento... enquanto que por aqui...:

“AL aprova contratação de salva-vidas civis - Governo poderá abrir até 400 vagas para a temporada - Florianópolis - O Corpo de Bombeiros de Santa Catarina terá um reforço de peso para a alta temporada. A Assembleia Legislativa aprovou ontem o projeto que permite ao governo do Estado contratar até 400 salva-vidas civis para desempenho de funções em regiões turísticas. O projeto, encaminhado pelo próprio Executivo, deve aliviar um pouco a situação da corporação, que reiterava a falta de efetivo para cobrir todas as áreas que apresentam perigo aos banhistas. ‘Com a contratação dessas pessoas, deverá melhorar bastante as condições da operação veraneio’, explicou o subcomandante do Corpo de Bombeiros de Santa Catarina, coronel Adilson Alcides de Oliveira (...). O número de salva-vidas destinados a cada praia será definido pelo Corpo de Bombeiros da Polícia Militar de Santa Catarina (...)”  (A Notícia, 4.12.2002). 

A questão posta é o fato de que o futuro governante não conhece a vida intestinal de uma instituição, não conhece com profundidade os problemas afetos à segurança pública e seus assessores são neófitos em várias frentes. Vários Delegados sequiosos por poder, ansiosos em ocupar espaços na estrutura da Segurança Pública... serão levados a assumir a bandeira desses políticos e políticas, mesmo que isso custe a violação de princípios, o atraso, prescindir valores institucionais... Acabei lembrando o que fez a cúpula da Polícia Civil no atual governo: quebra da hierarquia (nomeação de Delegado aposentado para cargo de direção, nomeação de Delegados de graduação inferior para assumir postos de comando, designação de Delegados mais novos para dirigir comissões com a participação de mais antigos e etc.), esvaziamento da Polícia Civil (falta de aumento do efetivo, ausência de nomeações para cargos efetivos, transposição de cargos estratégicos da Polícia Civil para o Gabinete do Secretário, nomeações de pessoas estranhas à Polícia Civil para ocupar postos estratégicos no Gabinete do Secretário, absorção pela Polícia Militar do sistema de rádio da Polícia Civil, desestruturação de órgãos estratégicos da Polícia Civil como a “Gerência de Fiscalização de Vigilância Privada” e etc.), imobilidade e apatia para as questões salariais dos policiais civis e etc.

Tudo isso com a total conivência das lideranças classistas (Adpesc/Fecapoc/Acrisc). O novo governo que assumiria em breve dava a impressão que pretendia fazer o mesmo, isto é, colocar pessoas totalmente submetidas, comprometidas e entregues...  que defendessem os interesses dos políticos... Pensei no destino dos Delegados Lúcia Stefanovich, Lourival Mattos, Ricardo Thomé, Maurício Eskudlark... teriam finalmente um projeto para resgatar os interesses da instituição, corrigindo erros que cometeram no passado? Teríamos que aguardar o passar do tempo..., mais quatro anos que esperava não fossem novamente perdidos, como foi o caso da atual gestão, se bem que não tinha a força e o respaldo político que teve a antecedeu.

No atual governo tudo começou com Redondo, Rachadel, Lipinski e Celito. No próximo governo quem serão os homens que venderão suas consciências? Bom, só o tempo dirá, porém, está lançada a sorte:

“Critérios e competências - O governador eleito Luiz Henrique da Silveira lançou um "balde de água fria" nos mais afoitos por cargos, durante a reunião de ontem de manhã, na Capital, com os partidos que o apoiaram nas eleições. Deixou bem claro que, ao apresentar um nome para essa ou aquela função, sua efetiva nomeação não estará garantida. Cada sugestão será discutida com os demais partidos, sendo observados critérios como competência, capacitação técnica, afinidade política e aspectos de probidade (...). Como há um projeto de governo (Plano 15), os pretendentes terão de se adequar ao que está escrito ali e às orientações que venham a ser dadas pelo próprio governador. O recado foi ouvido e debatido por representantes do PMDB, PSDB, PC do B, PV, PSB, PPS, PSC, PSD, PMN e PDT. O representante do PL chegou atrasado e não participou (...)” (A Notícia, Moacir Pereira, 5.12.02). 

E logo hoje há uma pergunta no jornal:

“Segurança - É de perguntar se a Deic, em Florianópolis, tem condições de manter encarcerados presos de alta periculosidade. Até que ponto o prédio possui condições adequadas? E há pessoal suficiente para o serviço?”  (DC, Paulo Alceu, 5.12.2002).

E isto não é piada:

Problema - As carteiras de identidade emitidas pela Secretaria de Segurança Pública não possuem acentuação gráfica, o que acaba deturpando o nome da pessoa. João, por exemplo, passa a ser “Joao”. Graça vira “Graca”, pois também não tem cedilha e nem trema. Um erro que não pode perdurar, exigindo uma solução”  (DC, Paulo Alceu, 5.12.2002).

Data: 05.12.2002, horário: 07:40 horas:

Dia 05.12.2002, por volta de sete horas e quarenta minutos estava chegando na Delegacia-Geral e encontrei na Portaria os Comissários Tadeu, Samuel e Jacó conversando. Samuel que trabalhou diuturnamente para Heitor Sché nas últimas eleições parecia que estava mais encorajado, disposto, aceso,  sensível para questões classistas, embates sindicais e procurava colocar uma pilha na cabeça dos outros dois colegas, orientando os mesmos que teriam direito a uma vantagem salarial atrasada, que deveriam procurar o advogado do Sindicato (Alípio e outro) para patrocinar a causa e prestar orientação.