PROJETO DE UNIFICAÇÃO DOS COMANDOS DAS POLÍCIAS NO ESTADO DE SANTA CATARINA

Data:  31.01.2003, Horário:

“Grupo de trabalho: ‘retrocessos’ e ‘apequenamento’ institucional?

E a posse do Deputado João Henrique Blasi ao invés de ser num dos prédios das Polícias ao que tudo indica seria mesmo no Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina, com direito a toda  pompa. Com isso o Deputado Blasi dava demonstrações claras que seu olhar estava muito além do universo policial e prisional, muito menos político. Tudo dava a impressão que parlamentar era atraído para a área da Justiça e a expectativa talvez fosse que ele buscaria apoio especialmente do Judiciário para realizar algum projeto na área de Segurança Pública, diferentemente do seu antecessor que era ligado ao Ministério Público. Não ficaria surpreso se um dia acabasse como Desembargador (estaria ele preparando o chão para voos mais seguros num futuro próximo)? Também, corria nos bastidores que o futuro Corregedor-Geral da Segurança Pública (órgão criado com a reforma administrativa protagonizada pelo Governador Luiz Henrique da Silveira), seria um magistrado. Aliás, ao que tudo indica essa mudança no órgão correcional só poderia ter partido do “grupo” encarregado de apresentar o projeto e, não tive como não lembrar da Delegada Sonêa que veio até a “Assistência Jurídica” atrás de um livro de frases bonitas para colocar na capa do “projeto” que seria entregue ao governador. A exemplo da cúpula passada, não havia qualquer resistência a essas violações, retrocessos institucionais, o que estaria sinalizando que diferentemente da gestão de Lúcia Stefanovich nós teríamos uma continuação da política de “Polícia Civil” operacional, pior ainda, com a imposição de “retrocessos” e “apequenamento” da instituição, cujas propostas – ao que tudo indica –passaram pelo crivo de Delegados que integravam o grupo de estudos (se não fosse certamente que com essas afrontas teriam rejeitado cargos...como sugeri para o Delegado Juraci Darolt (nomeado Delegado Regional de Blumenau)?.

Um fato que me chamou a atenção foi que o Delegado Mário Martins não deu as caras, parecia que estava em clima de despedida da Adpesc... E se poderia esperar alguma resistência do “triunvirato” e seus seguidores, tipo Moacir Bernardino, Paulo Koerich...? Agora era a vez do silêncio, muito embora não tivessem nas costas ter que explicar um “concurso” público polêmico como o de 1998... , então, estariam livres para criticar, liderar uma oposição..., mas fariam isso?

De outra parte os Delegados deveriam a todo custo querer se manter nos seus postos comissionados que já foram conquistados, após desbancarem os antecessores..., nem que tivessem que vender a alma para o diabo?. Com a palavra os novos Delegados  Regionais. Saímos de um governo que foi terrível para a Polícia Civil, e será que iríamos afundar  ais ainda neste governo Luiz Henrique, um ex-Escrivão de Polícia? Só o tempo poderia dar as respostas, seriam mais quatro ou oito anos:

Entra em cena a “Era” João Henrique Blasi na Segurança Pública e Delegado Dirceu Silveira na direção da Polícia Civil:

Coletei algumas notas nos jornais sobre a nova “Era” Blasi:

“Blasi - Confirmada para amanhã a posse do novo secretário da Segurança Pública e Defesa do Cidadão, deputado estadual João Henrique Blasi, às 17 horas, no auditório do Tribunal de Justiça. Uma das presenças já confirmadas é a do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. Blasi revelou ontem que vai criar a corregedoria unificada para cuidar da parte disciplinar das polícias Civil, Militar e do sistema prisional. Um juiz aposentado será o responsável pela função. Alguém sem vínculo com nenhuma dessas instituições” (A Notícia, Cláudio Prisco, 05.01.2003).

Visitas - Os secretários nacionais de Segurança Pública e dos Direitos Humanos, Luiz Eduardo Soares e Nilmário Miranda, respectivamente, vão estar em Florianópolis na terça-feira, dia 11. Além conversar com o governador Luiz Henrique da Silveira e com o secretário da Segurança Pública e Defesa do Cidadão, João Henrique Blasi, vão conhecer projetos educacionais mantidos pelo governo e visitar o maciço do Morro da Cruz”  (A Notícia, Cláudio Prisco, 05.01.2003).

Data: 05.02.2003:

“Só para ler  e ficar quieto”:

“Delegados regionais traçam metas - Canoinhas/Joaçaba - Melhorar o atendimento a população, transparência, tratamento igualitário a todos e a montagem de uma equipe de investigação são as metas iniciais de trabalho do novo delegado regional de Canoinhas, Jaime Martins. Ele, que já havia trabalhado em Canoinhas no ano passado, atuando na delegacia de comarca, e que estava trabalhando na delegacia de Piçarras, disse que não vai tolerar qualquer tipo de mal atendimento ao cidadão nas delegacias que estão sob sua jurisdição. Martins reuniu ontem os trinta policiais, funcionários cedidos por prefeituras e estagiários que atuam nas delegacias de Canoinhas, Três Barras, Major Vieira e Bela Vista do Toldo, para anunciar sua metodologia de trabalho e as mudanças administrativas que pretende implementar. No setor de identificação, que funciona anexo à delegacia regional, Martins cobrou mais agilidade na confecção das carteiras de identidades. Apesar do setor não estar totalmente informatizado, queremos que as identidades sejam confeccionadas e entregues aos interessados no mesmo dia da solicitação’, explicou. No setor de trânsito, Martins pretende acabar com qualquer tipo de privilégio que poderia estar acontecendo para despachantes ou autoescolas na confecção documentos. ‘Todos serão bem atendidos, porém ninguém vai ter qualquer privilégio’, explicou. Quanto ao setor de segurança pública, Martins pretende destinar atenção especial. Criar uma equipe de investigação com policiais preparados, além de dotá-los de todos os equipamentos e meios para a realização de um bom serviço, fazem parte de suas ações iniciais. Em Joaçaba, o novo delegado regional, Luís Carlos Gross, elogiou a estrutura que encontrou no município. ‘A estrutura da regional é de excelente qualidade, têm bastante pessoal para trabalhar e bem equipada materialmente fazendo com que possamos prestar um trabalho de qualidade à comunidade’." (A Notícia, 5.2.2003).

Data: 10.02.2003:

“Delegado e Vereador Zulmar Valverde faz oposição em Joinville, após perder a DRP?”

“Valverde pede reabertura de distritos - O delegado e vereador Zulmar Valverde (PFL) no retorno das atividades parlamentares pediu, por meio de uma moção, melhorias para a segurança pública do município, como a reativação do 2º e 4º Distritos Policiais, que estão fechados. Sugeriu ao Executivo que estabeleça convênio com a Receita Federal, a fim de receber doações de materiais eletrônicos apreendidos, com o objetivo de melhorar a qualidade dos trabalhos de investigação da polícia. Fez um apelo para que o governador contrate estagiários para trabalharem nas delegacias, liberando os policiais civis para investigação” (A Notícia Antonio Neves – Alça de Mira, 10.02.2003).

Data: 11.02.2003:

“José Roberto de Castro – “O ‘Betão’, novo Delegado Regional de Chapecó,  em movimento’:

Delegado regional de Chapecó adota mutirão - Medida vai amenizar a falta de policiais civis , principalmente na 1ª DP - Chapecó - Para suprir a deficiência de efetivo policial no Oeste, o novo delegado regional de Polícia Civil, João Roberto de Castro, está organizando uma espécie de mutirão. Desde ontem a 1ª DP de Chapecó está operando com o auxílio de três escrivães, deslocadas da Delegacia Regional, e mais sete comissários, vindos esporadicamente dos municípios do interior. A medida tem por objetivo desafogar o trabalho comandado por apenas um delegado, Carlos Heineberg. A delegacia conta hoje com mais de 180 inquéritos em andamento referentes a quase 70% das ocorrências policiais registradas em Chapecó. Além de remanejar policiais e escrivães, Castro determinou que a partir de agora os registros de perdas de documentos não serão feitos nas DPs, mas na própria Delegacia Regional. ‘São medidas para amenizar a situação. O atual quadro só vai mudar com a ampliação do prédio da 1ª delegacia e com a contratação de novos delegados e policiais’, observou. A atual deficiência no efetivo policial, de acordo com o delegado regional, está maior que há 20 anos. ‘Na época Chapecó contava com a metade dos habitantes e mantinha pelo menos mais 20% de policiais lotados aqui’, compara Castro. A Polícia Civil aguarda a chegada de quatro delegados e cinco policiais formados pela Acadepol em Florianópolis. Ainda não há data certa para o reforço no efetivo. Pelas previsões do delegado regional, pelo menos quatro delegados devem ficar lotados em Chapecó, alguns na própria 1ª DP. Conhecedor das práticas criminosas envolvendo mulheres e adolescentes no Oeste catarinense, João Roberto de Castro adiantou que a primeira reivindicação ao governo estadual será a criação de uma delegacia especializada em Chapecó. ‘Estaremos protocolando casos de violência sexual, doméstica e infantil e organizando as entidades sociais para tentar suprir a falta da delegacia especial.’” (A Notícia, 11.2.2003).