Paralelas
Bom dia tristeza? Françoise Sagan fez desse título mundialmente famoso eternizar esse questionamento.
Será que esse sentimento é realmente nosso amigo íntimo? O primeiro a ver ao acordar?
Com que olhos essa escritora feminista, humanamente sem norte a escreveu?
Direcionou um olhar admirado por Marcel Proust, grande escritor francês e se auto nomeou Sagan em homenagem a sua obra.
O que Sagan, Proust e a tristeza têm em comum? Talvez a sensibilidade a flor da pele, um inconstante "não sei o que"
Seguindo a linha da dúvida , admiração, não sei como dois caminhos ,por obra do acaso se entrelaçam numa tarde de domingo.
Domingo, família, a mãe chora ao ver todo o cuidado de três anos se esvaírem de suas mãos quando seu filho em seu pedalar compassado foge do seu campo de visão. É prenúncio de divisor de águas, liberdade, maturidade, vida...
Mas fica dentro o amor, esse não vai!
Toca o telefone e o domingo fica nublado. Acaba de partir alguém especial que como meu filho não vai fazer o contorno no final do parque.
Dois caminhos distintos, um traz a vida o outro, falta vida.
Haja bagagem para enfrentar essa trilha! Trilha essa que me faz encontrar com "Bom dia tristeza" me faz encantar com Proust , chorar com a vida.
Mas ainda é vida ! posso ver as linhas paralelas! Só me resta seguir e já é tudo, com a sabedoria que o tempo traz e o menos tempo para praticar.
No fim de domingo, sabiamente, cordialmente, diga: "Bom dia tristeza?". Viva-a e a deixe passar.