Paraíso, Uma Exclusividade Da Humanidade?
Por Rauly de Barros Pinto Filho | 20/06/2008 | ReligiãoQuando falamos do Paraíso, da Nova Jerusalém... Temos um pensar, as vezes até uma "credulidade", um tanto que egoísta ou até mesmo ingênua em relação ao Paraíso (Nova Jerusalém) e a Salvação de Deus. Por este motivo o titulo interrogativo para com o entendimento do Paraíso.
"Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que O amam" ( I Coríntios 2:9 ); Sendo assim seria de uma imensa prepotência de minha parte e de qualquer outro que seja afirma de forma irresponsável "Quem habitará na Santa cidade"...
Para uma melhor compreensão faremos uma "retrospectiva" a respeito do plano de Deus desde seu início, onde o Jardim do Éden, Jardim das Delícias ou Paraíso Terrestre é o local da primitiva habitação do homem. Na bíblia, o Jardim do Éden, do hebraico Gan Eden, גן עדן, é o local onde ocorreram os eventos narrados no Livro do Génesis (Gen., 2 e 3), onde é narrada a forma como Deus cria Adão e Eva, planta um jardim no Éden (a oriente), e indica ao homem que havia criado, para o cultivar e guardar.
A ordenança dada por Deus seria a de que o Homem podia comer os frutos de todas as árvores do jardim, exceto os da árvore do conhecimento do que é bom e do que é mal. Ao desobedecer esta ordenança e comer esse fruto proibido, Adão e Eva eventualmente ficam a conhecer o bem e o mal, e do pecado nasceu a vergonha e o reconhecimento de estarem nus. Em resultado da desobediência, Deus expulsa o homem do jardim. Sabedores disso podemos chegar a uma conclusão sábia e lógica na qual mostra-nos o plano da Criação humana e o seu proposito inicial que foi que Deus criou tudo para o homem, mas o homem foi criado para conhecer, servir e amar a Deus, para Lhe oferecer neste mundo toda a criação em ação de graças e para ser elevado à vida com Deus no céu, porém como vimos acima o homem se rendeu a desobediência e assim o homem e sua "sábia" capacidade de conseguir transformar o que é bom em ruim conseguiu macular a Santa Imagem e Semelhança que herdaríamos de Deus, mas para glória de Deus no mistério do Verbo encarnado se esclarece verdadeiramente o mistério do homem, predestinado a reproduzir a imagem do Filho de Deus feito homem, que é a perfeita imagem de Deus invisível (Col 1, 15), e hoje quando Deus olha para nós, e quando falo nós falo para todo aquele que crer em Jesus Cristo como Único e suficiente Salvador de sua vida, Ele não nos vê mais mas sim a Cristo e assim Cristo "limpa" a mancha deixada por Adão e herdada por nós seres humanos.
Chegamos assim no segundo ponto que devemos ressaltar o plano da Salvação para o HOMOEM o qual se entende como a materialização da ação de Deus em salvar o homem; parte da doutrina da Soteriologia. Deus por sua essência é Amor; esse é um atributo comunicável de Deus, sem o qual ele não seria completamente Deus, apenas uma deidade. Ao criar esse planeta, Deus dotou os seres humanos com o Livre arbítrio, ou seja, a capacidade de tomar suas próprias decisões.
A forma de avaliar e controlar esse Livre Arbítrio, segundo a Bíblia, foi colocar uma árvore no meio do Jardim do Édem (como já foi estudado), para que se pudesse optar em obedecer ou não a Deus. A Desobediência a essa regra, acarretaria em Pecado, afastando assim o homem de Deus.
Deus em sua sabedoria, já havia estabelecido uma forma de livrar o homem, caso ele cometesse tal pecado, por seu amor e misericórdia, Ele sabia que sendo o doador da vida, ao se afastar dEle, o homem morreria. O preço pago pela desobediência teria que ser a morte, causa natural do afastamento de Deus. O Plano da Salvação consistia em alguém morrer pelo pecador, para que esse pudesse ser redimido; mas não poderia ser um outro pecador, porque essa morte não teria sentido, nem poderia ser um Anjo, porque o sacrifício não seria suficiente, visto que os Anjos, também estão sujeitos à Deus, obedecem-lhe, possuem a opção do Livre Arbítrio, e não têm poder sobre a Morte.
Resta apenas o próprio Deus, que seria um sacrifício suficiente para salvar o pecador de sua condenação eterna, a morte;
Nisso consistia o Plano de Salvação estabelecido por Deus antes mesmo da criação do mundo, de que seu mandamento era tão importante, que só o próprio Deus, morrendo, poderia livrar alguém da culpa pelo pecado, garantindo assim o perdão para o pecador.
Em fim chegamos ao cume deste estudo que tem por realce a seguinte interrogação quem pecou, quem foi distituido do paraíso, quem se encontrava separado de Deus e consequentemente quem precisa da Salvação de Deus?????
Obviamente você irá concordar comigo que para as quatro perguntas existe uma única resposta: O HOMEM!!!!
Então o que impediria os ANIMAIS de habitarem na Nova Jerusalém??!!!
Para mim é perfeitamente óbvio e teologicamente essencial que os animais vão para o céu, ou seja, irão habitar na Nova Jerusalém. Afinal nenhum animal peca ou pecou, nenhum é sem fé ou violentos como nós, seres humanos. Os animais são criaturas inocentes que sofrem por erros que não são deles.
O Deus Justo certamente dará a redenção e libertará de sofrimentos os animais, e dará a eles um lugar no céu. A Bíblia se refere em varias passagens aos animais:
Isaías 11.6-8: "Então o lobo será hóspede do cordeiro, a pantera se deitará ao pé do cabrito, o touro e o leão comerão juntos, e um menino pequeno os conduzirá; a vaca e o urso se fraternizarão, suas crias repousarão juntas, e o leão comerá palha com o boi. A criança de peito brincará junto à toca da víbora, e o menino desmamado meterá a mão na caverna da áspide".
A alma de todas as coisas vivas estão nas mãos de Deus. (Salmo 104.1-30...)
Salmo 24.1: "Ao Senhor pertence a terra e tudo o que nela se contém, o mundo e os que nele habitam."
- À luz do que foi dito, é inconcebível que o homem tenha uma "alma imortal", ou qualquer elemento imortal naturalmente dentro dele. Agora vamos tentar esclarecer a confusão em torno da palavra "alma".
As palavras em grego e hebraico que são traduzidas como "alma" na Bíblia ("Nephesh" e "Psuche", respectivamente) também são traduzidas das seguintes maneiras:-
Corpo |
Respiração |
Criatura |
Coração |
Mente |
Pessoa |
O próprio |
Deste modo, a "alma" refere-se à pessoa, corpo ou eu. A famosa sigla S.O.S., "Save Our Souls" (Salve Nossas Almas) significa claramente "Salva-nos da morte!". A "alma" é, portanto, "você", ou a soma de todas as coisas que compõem uma pessoa. É compreensível, desta forma, que muitas versões modernas da Bíblia (por exemplo, a N.I.V. New International Version) raramente usem a palavra "alma", em vez disto, ela é traduzida como "você" ou "a pessoa". Os animais que Deus criou são chamados "todos os seres viventes" (Gn. 1:20,21). Em hebraico a palavra traduzida como "criatura" aqui é "nephesh", que também é traduzida como "alma"; por exemplo em Gn. 2:7: "...e o homem tornou-se alma vivente". Assim o homem é uma "alma", bem como os animais são "almas".
A única diferença entre a humanidade e os animais é que o homem é mentalmente superior a eles; ele é criado à imagem física de Deus (Gn. 1:26;), e alguns homens são chamados para conhecer o Evangelho através do qual a esperança da imortalidade se abre para eles (2 Tm. 1:10).
Com respeito a nossa natureza fundamental e a natureza da nossa morte, não há diferença entre o homem e os animais:-
(Ec. 3:19,20) "O que acontece aos filhos dos homens, isso mesmo também acontece aos animais; a mesma coisa lhes acontece (observe a dupla ênfase). Como morre um, assim morre o outro...e nenhuma vantagem têm os homens sobre os animais....Todos (homens e animais) vão para o mesmo lugar (a sepultura); todos são pó, e todos ao pó tornarão".
O escritor inspirado de Eclesiastes (Rei Salomão) ora para que Deus ajude os homens a encarar este fato difícil, "que eles (os homens) possam ver que são em si mesmos como os animais" (Ec. 3:18). Assim, é de se esperar que achem difícil aceitar este fato; na verdade, pode ser humilhante admitir que, por natureza, somos apenas animais, vivendo os mesmos instintos de auto-preservação, sobrevivência do mais forte e procriação. A tradução de Almeida de Ec. 3:18 diz que Deus "prova" o homem ao fazê-lo ver que ele é apenas um animal; aqueles que forem humildes o suficiente para ser seu povo verdadeiro irão compreender esta realidade, mas aqueles que não forem, vão falhar nesta "prova".
A filosofia do humanismo - a idéia de que os seres humanos são de suprema importância e valor - tem se difundido sutilmente através do mundo durante o século vinte. É uma tarefa considerável limpar o nosso pensamento da influência do humanismo. As palavras diretas do Salmo. 39:5 nos servem de ajuda: "Todo homem é como um sopro". A palavra sopro deriva de Influência, Instigação, Insinuação. Já a palavra Influência, que é um substantivo feminino, deriva de Preponderância, Poder, Prestígio. E Preponderância, que também é um substantivo feminino, significa algo ou alguém que é superior em importância e que é sinônimo de vaidade.
"Nem é do homem que caminha o dirigir os seus passos" (Jr. 10:23).
Uma das coisas mais básicas que sabemos é que todos os corpos humanos - na verdade, todas as "criaturas vivas" - vão finalmente morrer. Assim, a "alma" morre; isto é exatamente o oposto de algo que é imortal. Não é de surpreender que cerca de um terço de todos os usos das palavras traduzidas como "alma" na Bíblia estão associadas com a morte e destruição da alma. O próprio fato de que a palavra "alma" é usada desta maneira, mostra que não pode ser algo que é indestrutível e imortal:
- "A alma que pecar, essa morrerá"(Ezequiel. 18:4).
- Deus pode destruir a alma (Mt. 10:28).
- Todas as "almas" que estavam dentro da cidade de Hazor foram mortas pela espada (Josué. 11:11; cf. Josué. 10:30-39).
- "...Morreram todos os seres viventes" (Apocalipse. 16:3; Salmo. 78:50).
- Freqüentemente a Lei de Moisés ordenava que qualquer "alma" que desobedecesse certas leis deveria ser morta (por exemplo Números. 15:27-31).
- Referências a alma sendo estrangulada ou enlaçada somente podem fazer sentido se for entendido que a alma pode morrer (Provérbios. 18:7; 22:25; Jó 7:15).
- "Os que não podem reter a própria vida" (Sl. 22:29).
- Cristo "derramou a sua alma na morte" de tal modo que a sua "alma", ou vida, foi feita como oferta pelo pecado (Is. 53:10,12).
A maioria dos versos em que a palavra ocorre, mostra que "alma" refere-se mais a pessoa ou corpo, do que a alguma fagulha imortal dentro de nós. Alguns exemplos óbvios são:
- "O sangue das almas" (Jer. 2:34).
- "Ó minha alma...tudo que há em mim...Bendize, ó minha alma, ao Senhor, ...É ele quem enche a tua boca de bens" (Sl. 103:1,2,5).
- "Quem quiser salvar a sua vida ("alma") perde-la-á; mas quem perder a sua vida ("alma") por causa de mim...esse a salvará" (Marcos 8:35).
Isto é prova suficiente de que alma não se refere a qualquer elemento espiritual dentro do homem; aqui, "alma" (no grego, "psuche") significa apenas a vida física de alguém, que é como se traduz neste ponto.
- Nada, absolutamente nada, comprova a tese da imortalidade da alma pela simples leitura do relato objetivo e simples do Gênesis. E que o "fôlego de vida" de homens e animais é exatamente o mesmo, constatamos de passagens claras nas Escrituras que o indicam. Vejamos algumas:
"Porque eis que eu trago um dilúvio de águas sobre a terra, para desfazer toda a carne em que há espírito de vida debaixo dos céus; tudo o que há na terra expirará".(Gênesis. 6:17).
"E de toda a carne, em que havia espírito de vida, entraram de dois em dois para junto de Noé na arca" (Gênesis. 7:15).
"Porque o que sucede aos filhos dos homens, isso mesmo também sucede aos animais, e lhes sucede a mesma coisa; como morre um, assim morre o outro; e todos têm o mesmo fôlego, e a vantagem dos homens sobre os animais não é nenhuma, porque todos são vaidade. Todos vão para um lugar; todos foram feitos do pó, e todos voltarão ao pó. Quem sabe que o fôlego do homem vai para cima, e que o fôlego dos animais vai para baixo da terra?"(Eclesiastes. 3:19-21).
A posse do "fôlego de vida" não confere em si mesmo imortalidade, porque, por ocasião da morte, "o fôlego de vida" retorna para Deus. A vida deriva de Deus, é sustida por Deus, e retorna para Deus. Essa verdade é expressa em Eclesiastes 12:7: "O pó volta à terra, como era, e o espírito [ruach] volta para Deus que o deu". O que retorna para Deus não é a alma imortal humana, mas o Espírito divino que transmite vida e que nas Escrituras são igualadas ao fôlego de Deus: "Se Deus. . . recolhesse o seu espírito [ruach] e o seu sopro [neshamah], toda carne pereceria juntamente, e o homem retornaria ao pó"(Jó 34:14-15).
O paralelismo indica que o fôlego de Deus é o Seu Espírito transmissor de vida. E observem que é o "espírito [fôlego]" de TODOS os homens, não somente dos salvos, que vai para Deus. O fato de que a morte é caracterizada como a retirada do fôlego de vida (o Espírito divino que concede vida), demonstra que o "fôlego de vida" não é um espírito ou alma imortal que Deus confere a Suas criaturas, mas o dom da vida que os seres humanos possuem pela duração de sua existência terrena. Enquanto permanecer o "sopro de vida", os seres humanos são "almas viventes". Quando, porém, o sopro se vai, tornam-se almas mortas. Isso explica porque a Bíblia freqüentemente se refere à morte humana como a morte da alma.
Para apreciar os lampejos bíblicos sobre a vida no mundo por vir, é importante lembrar-nos primeiro de tudo que na Bíblia a habitação eterna dos redimidos localiza-se aqui sobre a Terra, e não em alguma parte do céu, lá no alto. Tanto o Velho quanto o Novo Testamentos falam de um "novo céu e uma nova terra" (Isaías. 65:17; Apocalípse. 21:1) como não sendo um mundo diferente longe no espaço, mas o céu e a terra presentes, renovados e transformados a sua perfeição original.
A visão bíblica do mundo por vir é inspirada pela paz, harmonia, prosperidade material e deleite do sábado primordial. O Primeiro Dia de Adão após sua criação funciona no Velho Testamento como paradigma dos Últimos Dias, uma designação comum para o mundo por vir. A paz e harmonia que existiam entre Adão e os animais quando da criação serão restaurados na nova terra quando "o lobo habitará com o cordeiro, e o leopardo se deitará junto ao cabrito, o bezerro, o leão novo e o animal cevado andarão juntos, e um pequenino os guiará"(Isaías. 11:6).
Semelhantemente, a prosperidade e abundância que prevaleceram durante a criação serão restaurados na nova terra, onde "o que lavra segue logo ao que ceifa, e o que pisa as uvas ao que lança a semente; os montes destilarão mosto, e todos os outeiros se derreterão" (Amós 9:13; Isaías. 4:2; 30:23-25; Joel 3:18; Sofonias. 3:13). Estas descrições transmitem o quadro de uma vida "terrena" real e abundante no novo mundo. "O deserto se tornará em pomar" (Isa. 32:15) e "o lobo habitará com o cordeiro" (Isaías.11:6).
O Novo Testamento apresenta essencialmente a mesma visão do mundo por vir. Pedro fala desta "terra e das obras que nela há" a serem purificadas pelo fogo (2 Pedro. 3:10). O resultado serão "novos céus e uma nova terra nos quais habita a justiça" (2 Pedro. 3:13). Paulo declara que toda a criação humana e sub-humana está ansiosamente na expectativa de que "a própria criação será redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus" (Romanos. 8:19-21). João viu em visão os "novos céus e a nova terra" que Deus estabelecerá após purificar esta Terra presente (Apoc. 21:1-4).
Que a Graça de nosso Senhor Jesus Cristo o Amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo esteja sobre você!!!.......Amém!!!!!