PARA ONDE IREMOS COM ESSA TAL “LIBERTINAGEM”?

 

Professor Me. Ciro José Toaldo

 

Estimados leitores, convivemos no tempo onde a dimensão da liberdade segue o caminho da libertinagem, ou seja, o uso da liberdade sem levar em conta o bom senso. Tudo pode ser feito e a liberdade torna-se algo de deboche, devassidão, depravação e desmoralização para quem pensa ser livre.

Essa dimensão equivocada de liberdade remete-nos ao outro lado do convívio social, onde percebemos que nem todos estão preparados para o pleno convívio do ser livre. Não tenho receio em afirmar que recebi uma educação ‘moralista’ e repressora, pois vivi a adolescência e juventude no regime militar, contudo percebo que muitos seguem o caminho da ‘falsa liberdade’

Para exemplificar saliento a situação vexatória pela qual passa a escola, onde o tom da violência tornou-se prática cotidiana, na verdade os educandários estão reproduzindo a situação que se encontra a sociedade. Nessa dimensão a escola se distancia do seu real foco que é primar pelo aprendizado. Na Educação Básica são constantes os desentendimentos entre alunos e professores, alunos e setor administrativo, inclusive os pais não fazem do diálogo o principal instrumento de relação entre a escola e a família. Nesse marasmo, inúmeras famílias fazem da escola um local de deposito dos filhos.

E para polemizar ainda mais a respeito da tal libertinagem, cito mais fatos relacionados com a escola. Em São Paulo ocorreu o afastamento de uma diretora que fazia os alunos rezar a oração do “Pai Nosso” antes de iniciar as aulas. A justiça alegou que naquela escola não havia a liberdade de escolha para os alunos “ateus”. Mas o que essa mesma justiça dirá para o outro lado que deseja iniciar seus estudos com uma oração coletiva? Não existe plena liberdade quando é vedado o direito de escolha de ambos os lados. Obviamente que essa dever ser uma discussão profunda.

Outro fato relacionado com a escola, diz respeito à violência que faz parte do convívio escolar, para citar um caso, na cidade de Campo Grande (MS), um adolescente de 17 anos esfaqueou um professor na porta da sala de aula, pois o adolescente conversava com uma aluna e o professor pediu para a mesma entrar na sala; o adolescente impediu a entrada da menina na sala, discute com o professor, pegou uma faca de sua mochila e agride o professor com facadas.

Deixando a escola de lado, cito outro fato polêmico que foi a decisão do Supremo Tribunal Federal em aprovar, por oito votos a dois, a interrupção da gravidez de feto anencéfalo (sem cérebro), sem que a prática configure aborto criminoso. Essa é uma discussão polêmica, mas abriu precedente para a legalidade do aborto no país, algo que até o presente momento é proibido pela Constituição. Será que aqui também não se abre um precedente para se acentuar a libertinagem e não a liberdade? Esse é mais um assunto tremendamente polêmico.

Não podemos cruzar os braços e dizer que em nossa sociedade tudo vai às mil maravilhas. As barbaridades acontecem por todos os lados e muitas criaturas não estão nem ai para nada. Os responsáveis pela segurança não conseguem atender os infinitos casos de violências. Os pais estão à mercê dos filhos e não os educam. As famílias não têm diálogo. A droga, prostituição e tantos outros males se proliferam. A classe política (esse ano tem eleição) que é responsável pela elaboração das leis parece não estar sensível para o exercício da plena liberdade; assim a libertinagem se prolifera. Tratando-se de Brasil é assim mesmo, vamos convivendo com tudo, inclusive com os ‘politiqueiros’ que buscam meios para enganar o povo e se perpetuar no poder, tendo sempre em vista o benefício próprio. Que fazer se milhões de ‘cidadãos’ não exercem sua plena cidadania? Infelizmente teremos que continuar convivendo com essa tal libertinagem!