Pão e Circo: falidos batem em mal pagos

Edson Silva

Vocês podem não acreditar, mas depois da história de meu amigo Lynno Typpo dizer que sofreu estranho seqüestro e quase foi torturado como nos nada saudosos “Anos de Chumbo”, ele anda mais quieto e não liga mais. Por isso, resolvi ligar e ver o que está acontecendo. Ele disse que continua na batalha para emplacar sua “Coluna: Mico, Lino” e que estudava proposta do New York Times, mas no artigo de teste trocou o nome do Obama por Osama e os gringos não voltaram a ligar.

Perguntei como andavam as demais coisas e ele relatou o que segue. Disse que tem coisa que só acontece mesmo no estado, que ele chama de abandono, que é São Paulo, que está faz 15 anos, mas parece não aprender, sob desgoverno e bem pedagiado pela U.T.I (Unidade Tucana de “Inteligência”). O Lynno lembrou que parte do Rodoanel para o Litoral foi liberado às pressas, com pedágio só para depois das Eleições, mas isso, e outras “coisinhas” que o “Moto Serra” faz não é enquadrado em campanha antecipada.

Ele citou outras, tal como inaugurar fábrica que funcionava fazia meses; reduzir alíquotas para indústrias têxteis (reivindicação de 5 anos) a poucos meses de Eleição; inaugurar maquetes; enfim uma série de coisas que será que fariam ministro do Supremo mudar voto para enquadrar o Serra ? Mas o Lynno dizia-se particularmente atônito com a greve dos professores da rede atual, iniciada dia 8 de março e quando ele me escreveu chegava mais um fatídico 31 de março (ou seria 1º. de abril ?) , ou seja, 25 dias, sem solução.

Ele aproveitou para falar que não teve tempo de ligar, pois com a greve, seu Lynno Typpo Junnyor, estava mais em casa e ele tinha de cuidar da cria, que caiu em si e disse:“Tio Serra me enganou, falou que ia ter dois professores e não tem nenhum”. O menino questionou Lynno ao ver uma foto de jornal com a Tropa de Choque e a Cavalaria da Polícia Militar reprimindo com bombas de gás e cassetetes a manifestação de professores grevistas.

Lynno, que não tem “papas na língua” nem para o filho de seis anos, disse que tanto policiais como professores trabalham para o povo e são mal pagos pelo governador Serra. E resumiu: “São falidos batendo em mal pagos, filho. O governo diz que não tem greve, não deixa helicóptero com câmera de TV mostrar passeata; enfim democracia não é coisa que tucano goste ou respeite, preferem o pão e o circo da merenda de 20 centavos...”

Edson Silva, 48 anos, jornalista da Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Sumaré

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