PANDEIA X EDUCAÇÃO: UMA REFLEXÃO!

Professor Me. Ciro José Toaldo

Faz tempo que estou no magistério e nunca passei um ano com tanta tensão e angústia como este, pois desde março trabalho em casa com aulas online! E, nesta semana o governador sde Mato Grosso do Sul, decretou que neste ano não haverá mais as aulas presenciais!

Neste artigo desejo trazer questões polêmicas para proporcionar discussões! A primeira dela: por quais motivos a vida em sociedade ganha normalidade, mas a escola não pode funcionar? É estranha essa conduta das autoridades e, pior ainda é o aceite inquestionável de professores, pais e dos demais responsáveis pelo setor educacional. Existem argumentos para fazer alunos e professores ficar em casa, essa é a realidade brasileira, porém na maior parte do mundo, onde também a pandemia passou, não foi registrado tanto tempo da permanência de alunos em casa, sem aceso a aula presencial, como em nosso país! Fico inquieto diante de tais atitudes, penso que algo está por atrás de tudo isto!

Alguns estados tentou-se voltar à normalidade com as aulas presenciais, mas lamentavelmente ocorreu manifestação de ‘sindicatos’ para as aulas continuar na forma online! Não adentro em questões ideológicas ou políticas, mas, a questão do ‘ficar em casa’, parece ter ‘agradado’ setores da sociedade, como a educação!

As ditas aulas remotas, com este nome as registramos em nossos diários de classe, onde estão às normativas para o aluno desenvolver as atividades domésticas, podem ser vídeo-aulas ou outros instrumentos tecnológicos criados pelo professor, tudo na forma online (são muitas ferramentas disponível neste farto mundo virtual)! Mas, lidar com toda essa parafernália, tendo que atender, pelos meios eletrônicos, centenas de alunos, isto nos leva a exaustão, cansaço maçante e fadiga! Além de termos, como em meu caso, a questão das escolas periféricas, onde os resultados são irrisórios, ou seja, pouquíssimos alunos fazem a devolução de atividades!

O resultado desta aberração cometida junto ao setor educacional, apenas corrobora para dar continuidade das estatísticas que demonstram ser este setor capenga e frágil! Não esquecendo: faz tempo que estes resultados são ínfimos!

E a segunda indagação diz respeito aos recursos utilizados todos os meses no setor da educação! Com as escolas ‘fechadas’, desde março, podemos dizer que ocorreu muita ‘economia’ nos mais variados setores: merenda, estrutura, manutenção, transporte escolar, entre outros! E, todos sabem que o recurso do Fundeb (Fundo Nacional de desenvolvimento da Educação Básica) é carimbado, ou seja, ele chega todo mês nas prefeituras. Este Fundo tem destinação certa: 40% para manter a estrutura e 60% para pagamento de professores! Justiça seja feita, os professores estão recebendo seus salários e, em muitas cidades, somente este recurso não cobre a folha dos educadores! E, também em alguns municípios parte da merenda está sendo entregue para as famílias!

Em que pese à estrutura gigante que compõe a educação municipal ou estadual, pois, referimo-nos a Educação Básica e, principalmente quanto aos 40%, mesmo que exista a fiscalização dos Conselhos deste Fundo e até do Tribunal de Contas, também não seria o caso das Câmaras Municipais averiguar como anda essa tramitação referente a este recurso?

Não estou atacando, apontando ou denunciando ninguém, tenho consciência de que é pesado administrar o setor da educação. Contudo, como cidadão tenho direito de expressar opinião e apresentar dúvidas, pois desde a pandemia atingiu com força este setor de onde obtenho meu sustento!

Aliás, essa pandemia não tirou apenas as crianças e jovens das escolas, mas também afetou a questão religiosa das pessoas que não conseguem participar ativamente das celebrações em suas igrejas! Nestas reflexões, surgem tantas dúvidas e indagações! Por que justamente escolas e igrejas têm restrições, enquanto bares e tantos outros ambientes públicos estão lotados?

Pense nisto e até o próximo artigo!