cap.1 - Madeira, Caça.
Dallardo Jardim é uma região calma, aproximadamente 2 dias de caminhada, ou 10 horas a cavalo de Minowarj, Capital do Reino dos Kahanus . Pamute Stor vive numa pequena casa feita de bordo, perto das montanhas. Junto com seu pai Jonne Stor, sua mãe grávida de cinco meses Katta Lis, além de sua irmã mais nova Janna.
Com um clima frio porém agradável e húmido, Pamute vive uma rotina sem grandes novidades, o pai possui um antigo armázem, com máquinas, ferramentas, produtos e madeiras. A casa se encontra no meio da floresta de Bradistur, a maior das proximidades. A flora e fauna riquíssimas, animais, frutas, rios... Mas principalmente árvores, por ficar na base do Maçiço de Dallardo o solo se fertilizou durante séculos com ricos minerais, dando substância para as todo tipo de vegetação crescer a ponto de você dizer que elas estão tocando o céu. Bordos, Salgueiros, Mallardo e ainda outras especies de árvores prenchiam todo o seu campo de visão, das menores até árvores do tamanho de montanhas.

Nesse cenário os dias corriam, Pam comia ovos com espinafre no café. Ajudava seu pai a cortar, podar, tratar e fabricar: cadeiras, mesas, arcos, portas, talheres, todos produzidos de um jeito caseiro e manufaturado. Depois ele gostava de passear pela floresta, ouvir os diversos sons e aromas, descobrir novas plantas e subir nas árvores, o mais alto que sua coragem permitisse (o que tirando casos realmente absurdos, era até a copa das árvores). O Arco e Flecha também era uma de suas paixões, praticava constantemente com persistência, sempre tentando alcançar um tiro mais preciso do que o anterior, podia colher uma fruta a metros do chão, somente acertando o galho ao qual o fruto estava preso.
Assim depois de acabar de montar uma escada com seu pai ele se dirigiu para a floresta. Passando pela ponte um mundo que ele se sentia a vontade se abriu, cheiros, terra, sol, sons, ao sair do jardim e imergir nas trilhas que percorrem a mata, ele se sentia vivo, realmente vivo. Estava a procura de uma caça, de prefêrencia um coelho, pois segundo sua mãe: "eles caíriam como uma luva no ensopado de cenoura", apesar de Pam não concordar com a idéia, uma luva no ensopado daria um gosto ruim.
Ele percorre o caminho habitual, onde ele sabe que há mais chance de se encontrar um coelho. Perto da plantação de mandioca embaixo da Pedra Torta, nada. Armadilhas deixadas durante a semana, por ele mesmo, todas vazias. Desesperançoso começa sua subida de volta para sua casa, "que bradock (palavra do idioma Kahanês que significa ruim), hoje vai ter que ser só cenoura", quando um pequeno estalo a sua esquerda o acorda como o acender de uma chama, ele para e se abaixa. Um pequeno coelho está comendo uma gramínia do lado de uma petúnia, Pam então saca seu arco, posiciona a flecha e respira, ele consegue, ele sabe disso, porém um ruído ou uma pequena desconcentração o levariam a perder a presa. Com calma ele respira pela segunda vez, prende o ar, espera até ter posicionado precisamente a direção da flecha... VUMP!! Um clarão faz com que ele perca a concentração, de repente o coelho que estava ali sumiu e em cima dele quase que o engolindo com uma mordida um Tigre Lessiano. Pam se assusta e dá um passo para trás, o movimento precipitado faz com que ele pise num galho, despertando a atenção do Tigre que agora voltou seus olhos para Pamute. Ele tenta recuar encarando o tigre, porém esse acompanha seus passos, num frenesi de uma luta que está prestes a começar, Pam prende sua respiração, seu coração bate a mil, um suor escorre por suas sombrancelhas, mas esse medo não o atrapalhava, o deixava concentrado. Como num piscar de olhos o tigre avança, salta e de repente silêncio.

cap.2 - Família, Casa.
Os barulhos diários da oficina não se assemelham ao de uma indústria nos dias atuais, onde predomina o calor e o malcheiro produto de homens e produtos pesados. Os sons de máquinas que não se utilizam de nada mais que a força humana, moldados através de uma enorme quantidade de animais, compondo uma sinfonia bela e única.
Nesse momento, numa tarde chuvosa do tijir, Pam estava se gabando para seu pai da proeza do dia anterior:
- Pai, foi a parada mais rápida que eu já vi na minha vida, se fosse o senhor talvez não conseguisse sair vivo.
O pai de Pam, suado mesmo numa tarde fria, por causa do fogo, utilizado para secar e endurecer a madeira, trabalhava num rodapé de uma mesa, ombros largos careca, barbudo, ruivo (a famlília, com um olhar duro, implacável, como quem diz só de olhar que já havia passado por muito na vida, sem nunca nem pensar em desistir e retrucou:
- Um tigre não é nada, primeiramente seu erro básico foi ser notado, um bom caçador mantem-se à distancia, onde o terreno é mais alto, sem ter sua localização traçada pelos outros seres, sejam eles presas ou predadores.
De todo jeito Pam, há um assunto que eu preciso que você me faça um favor. Ir comigo até Grooud comigo, daqui a dois qarks, tudo bem?
- Claro sem problemas...
- Obrigado, estou morrendo de fome, vou pegar um pedaço do tigre de ontem que estava dos deuses...
- Vou pra casa também, difente de você eu não tenho esse casaco natural e to com o dedo congelando....
De volta na casa, sua mãe está preparando a segunda metade do tigre que Pam trouxe no dia anterior (dia dos humanos), Janna havia comido todo resto.
Pam então começa se gabar de novo da proeza agora na frente de toda família, sua mãe já tinha ouvido a história mas Janna estava dormindo, e era só a segunda vez que ouvia, o que para uma criança podia ser considerado como a primeira, por isso os olhos alaranjados e grandes da pequena irmã estavam ainda maiores, na medida que a emoção que ela sentia pela história do seu irmão mais velho faziam seus olhos dilatarem:
- E então ele saltou! e NHACC!! tentou me morder, rápido eu me inclinei para trás e esquerda, ao mesmo tempo que atirei a primeira ficou no olho, ainda não totalmente morto a segundo atravessou... SUA CABEÇA!!!
A irmã berra, e a mãe berra com o berro da irmã, todos param e riem.


Cap.3 - Chapéu, fogueira
Logo pela manhã, Pam acabara de acordar, mas ainda estava completamente entorpecido de sono. Pegando o prato preferido de desjejum, ovos com espinafre e água fresca, quase dormindo, esperando a fome vir, o que não tardou a acontecer, no primeiro cheiro que tocou seu nariz sua boca já salivava, e ele começou a comer. No meio da refeição seu pai entra estrondosamente no recinto.
- Pam, vamos, apresse-se, precisamos andar uma boa distância até o entardecer.
- Por que a pressa, pai?
- A madeira que eu estou indo cortar é um pedido de nosso melhor cliente de toda Dallardo, e ele precisa da bengala pronta para um banquete daqui a 3 qarks, até cortamos, voltarmos e tranformamos a madeira, vai demorar praticamente 2, dando só 1 qark para retoques e entrega.
- Tudo bem, detalhado demais. Já tô indo....
Então eles se despediram de Katta e Janna, e, ao som de pedidos incessantes de Janna de se juntar à viagem, e de sua mãe, pedindo para ela parar, pois era muito perigoso para alguém tão pequena, eles partiram.
Pegaram a estrada no começo da manhã, e, com um céu limpo, eles foram. Em Dallardo, ao invés de cavalos, existia uma espécie de mula, com patas de lagarto, mas peludas, chamadas de SeLuos. Mais ágeis, porém em distâncias longas, eram mais lentas.
Ao meio-dia pararam, para o almoço. Seu pai havia trazido cenouras e batatas da horta, além de um pedaço de caça, salgado. Assim, se satisfizeram e continuaram. Ao fim do dia, estavam perto de sair de Kahanus, pela fronteira norte e entrar no reino Wundria, onde residiam os Wallders.
Os Wallders eram uma espécie de seres humanos, mas que lembravam superficialmente um duende. Só que eram maiores, aproximadamente 2,15m, com a pele queimada, sem pelos no corpo, e um sorriso pontudo, assim como queixos puxados e olhos vermelhos e puxados. Eram tidos pelos outros reinos como vigaristas e malandros. Porém Pam achava que, na verdade, eles eram só um bando de preguiçosos. Gostavam de beber, fumar e apostar em diversos eventos. Mas no fundo, Pamute sentia que eles eram confiáveis, de um certo modo.
Porém o que realmente caracterizava essa raça era sua perícia em fabricar chapéus. Normalmente pontudos, de modo a combinar com suas caras, seus chapéus eram lendários, conhecidos por todos os sete reinos, podendo chegar a valer até 20k z, o que era uma quantia considerável. Mais chatos, mais altos, com plumas, de todas as cores, eles até tinham um nome para a profissão de confeccionar chapéus, eram os Hooders, e eles eram o alto escalão da sociedade. Para votar, deveria ter sua loja e maestria 3 no título de confeccionadores chapéus. Definitivamente, Pam queria conseguir um.
O Reino dos Wallders tinha boa parte de seu território coberto por água, assim eles também eram muito hábeis em manobrar barcos. Dessa forma, pode-se dizer que eles sabia fazer bem tudo que demantava certa destreza. Assim que entraram no território, pararam numa clarera e comeram o resto da carne. com a boca cheia de carne salgada, ele esbravou:
- Não demoraremos na cidade, venderemos parte dos nossos produtos, compraremos o necessario para a excursao para derrubar o salgueiro de linho cunhado, e depois voltamos para casa.
-Tudo bem, ficarei quieto, e comportado.
sim ele ficaria, bem... bem... comportado.