PALESTRANTE MOTIVACIONAL - RH - O que estamos Construindo?
Publicado em 30 de agosto de 2009 por Múcio Morais
PALESTRANTE MOTIVACIONAL - RH - O que é que nós realmente estamos construindo?
Múcio Morais – Palestrante Motivacional (31) 3082-7271 || www.muciomorais.com
O Mundo virou uma verdadeira loucura. Uma neurose coletiva em busca do homem perfeito, e perfeição se torna um padrão baseado em comportamentos, conhecimentos, capacidades, habilidades, resultados, posturas e outras encrencas mais.
Pegamos atitudes simples e as teorizamos a ponto de sistematizar um simples “eu te amo”, somos escravos do status cultural, aquele negócio de tornar o simples em complexo e falar de arroz com feijão como se fosse caviar com champagne francesa. Quanta vaidade, quanta besteira.
E o que nós estamos construindo com isso?
Parece que nos esquecemos ou preferimos ignorar à bem da manutenção da pose, que vem vindo constantemente novos discípulos, aprendizes da vida que precisam entrar nessa roda da sobrevivência. Gerações com espaço para aprendizado, com anseio de saber o que fazer e para onde ir. Esses recebem toda essa carga de imposições tecno-sub-statu-cultural (essa é uma das melhores palavras que já criei, que beleza) e, sob a égide dos filósofos modernistas, segue em frente o gado novo, marcado, feliz?
Pressionados, esmagados, conduzidos, despersonalizados, angustiados, ansiosos, aflitos, submissos, indecisos e gerados à partir do que se deve ser e não do que realmente se é podendo ser melhorado. O ser humano não pode mais, segundo o comportamento tecnológico atual, evoluir a partir de, mas construído a partir do e das. Estamos construindo “criadores” e não “mentores” esse é, a meu ver, um dos perigos mais sutis na formação das lideranças de RH e atividades afins.
Enquanto a vida vai
pela estrada e as chamadas novas tecnologias comportamentais interferem
poderosamente no dia a dia das pessoas dentro e fora das organizações, vamos
assistindo a partida de atitudes que até pouco tempo eram consideradas comuns,
coisas como pensar simples, o sim representando simplesmente sim e o não
simplesmente o não. As variáveis de cada tomada de decisão são tantas e exige
um conhecimento teórico tão grande que o óbvio se torna um exercício de
experiência laboratorial humana, geradora de expertise.
Será mesmo que toda
essa tecnologia comportamental está realmente ajudando o ser humano? Não seria
um caminho mais prático desenvolver essa tecnologia à partir do ser humano e
não simplesmente para ele? Seria um caminho inteligente focalizar nossos
estudos nas experiências mais primitivas do comportamento humano? Essas são
questões que, penso eu, podem contribuir para aqueles que definiram seu rumo no
sentido da gestão de pessoas. Um alerta. Um susto, quem sabe.
AS EXPERIÊNCIAS SE CONFUNDEM
Ganhei um novo
celular da galera de casa, um presente legal, cheio de funções, botões pra todo
lado, luzes que mudam de cor, músicas, gostei. Confesso que fiquei com
dificuldade de saber onde atender as chamadas, ah sim, também é telefone, dá
pra ligar para outras pessoas, legal. Decidi que seria melhor ler o manual,
nunca imaginei ter que ler um manual para usar um telefone, confesso que sou meio
atrapalhado com tecnologias. Mas vamos lá: 106 páginas, fonte arial 6 (acho que
o manual é destinado a jovens com excelente visão), termos como led, GSM, menu
(esse eu sabia) e outros. Links para informações adicionais por toda parte,
coisas como: Após essa operação aperte a tecla tal, vide pag. 55. Ou acesse no
site. Após 40 minutos de verdadeira batalha entre vá a pag X e volte a pagina
Y, além de um dicionário de Inglês que não me serviu muito, desisti. Preferi
perguntar aos meus filhos qual o procedimento para fazer e receber ligações,
afinal é pra isso que serve um telefone, ou não é?
UM SHOW DE HUMOR SEM GRAÇA
Descobri que eu sou
um idiota, um neandertal recém chegado ao mundo cibernético. A turma deu tanta
risada que vou até incluir uma parte disso em minhas palestras para jovens. O
normal é ser complicado. É ter a mente pronta para decifrar o complexo. É olhar
para emaranhados e saber as respostas por lógica sem nenhuma intuição.
Tudo que eu queria
era uma página com indicações, partido de como ligar o aparelho, passando por
algumas etapas operacionais ilustradas por bonequinhos e algumas setas. Nada
além de uma página ilustrada e com linguagem simples. Será tão complicado isso?
E o custo? E o nível de satisfação? E a praticidade? Duvido que a maioria das
pessoas saibam como funcionam todas aquelas funções, então porque elas estão
lá? Eu sei a resposta, você também, mas a resposta é tão ridícula quanto a
questão.
GENTE VAMOS ACORDAR. O que realmente estamos
construindo?
Quanta complexidade,
quanta complicação. Vejo com urgência a instauração de um processo de
simplificação da vida, precisamos disso antes que nossa qualidade como gente se
perca irreversivelmente. E esse mundo sem gente parecendo com gente, seria
terrível. Se você vive em ambientes complexos, competitivos e sofisticados
demais certamente sabe do que estou falando.
Abraço a todos,
Múcio
Morais Palestrante
Motivacional (31) 3082-7271 || www.muciomorais.com
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