PAINS, TERRA QUERIDA.
Publicado em 11 de maio de 2017 por Lourival Jose Costa
Terra do calcário e da Capela dos Paim
Cravada na fertilidade de suas matas
Sustentada por um povo generoso e
Pelas estalactites e estalagmites.
Da Senhora do Carmo uma história
História contadas por nossos pais
História que contamos aos filhos
História guardadas no coração.
Lembranças das moças e moços na praça
Das músicas tocadas no coreto florido
Dos olhares trocados, dos flertes
Eles iam e elas vinham...!
Dos meninos faceiros corriam na praça
Aos poucos a praça estava tomada
A noite era curta para os intentos
Dama da noite, perfume no ar.
Na esquina uma casa de alpendres
Nela, uma floresta em miniatura
A Pharmácia do Seu Chiquinho
Abaixo, o bijú bem quentinho!
O domingo, a Igreja era o lugar do encontro
Mães com rosários, pais com escapulários
Depois, frango caipira na panela e
Matines do Tarzan, balas Chita.
Dona Maria Eulália e seus discursos
Com seu olhar para o alto dizia:
“Para mim, para Pains!”
Ela amava Pains.
Na segunda, os meninos de uniformes
Pareciam pássaros azuis em revoada
Filas antes entrar pra sala de aula
Alunos de pés, a diretora chegou!
Era comum as carrocinhas com carneiros
O soro da figuinha tinha destino certo
Das espigas de milhos o fino fubá
Do fubá, broa e mingau quente.
As avós guardavam suas palhas de pito
E delas fazíamos nossos pitinhos
Como esquecer das procissões
Do pássaro Ferreiro do Lopes.
Como esquecer do bar do Véio
Do hotel do senhor Samuel
Da primeira professora
Da paixão de criança
Saudades dos picolés de amendoim
Da peça de teatro onde fui ator
Eu era o João Magriça o
Fantasma da fome.
O Zé da Farmácia com suas injeções
Do rio que fica final da ladeira
Dos mergulhos em suas águas
Peguei esquistossomose!
Saudades da loja do senhor Zé Maria
Da bicicleta Braziliana 1964
Das ruas encascalhadas
Do barro da chuva.
O tempo não apagou as lembranças
Das artes de criança e dos amigos
Como esquecer da infância
Como esquecer de Pains?
Por: Lourival Jose Costa 10/05/2017 às 11:10hs