O que a principio poderia ser uma simples apreensão de entorpecentes há sete meses, hoje é considerada um verdadeiro surto que mobiliza autoridades públicas e privadas. Uma nova droga com um poder de destruição avassalador ao seu usuário: o oxi.

Essa nova droga é uma mistura que tem como base a cocaína, querosene (ou gasolina, diesel e solução de bateria), cal e permanganato de potássio. Antes, a droga era diluída na maconha, mas hoje, ela já é transformada em pedra e consumida da mesma forma que o crack.

Por ter muitos componentes, a toxidade é muito alta, podendo afetar o sistema cardiorrespiratório e gerar perda da consciência e problemas hepáticos em minutos.

De acordo coma coordenadora terapêutica da Clínica Maia Prime Ana Cristina Fulini, essa nova droga compromete o funcionamento de vários órgãos. "As complicações médicas são diversas aos usuários dessa droga. No fígado e coração ela causa enfisema, arritmias, infarto agudo no miocárdio. Já no cérebro, ela pode causar cefaleia, convulsões, acidentes vasculares cerebrais e coma. Pelo sistema gástrico causa dor abdominal e náuseas. Ainda no fígado e rins, ela compromete seu funcionamento pelo grau de intoxicação causada pela ingestão dos insumos como querosene, gasolina, solução de bateria e cal", afirmou.

De acordo com especialistas do Departamento de Narcóticos da polícia civil de São Paulo (Denarc) em média, 30% dos usuários desse tipo de droga não sobrevivem após um ano de uso. Ainda de acordo com o órgão, o preço de cada pedra de oxi, é comercializado de forma similar varia de R$2,00 aR$ 5,00. Porém em algumas localidades, o seu preço já está equivalente ao da uma pedra de crack devido ao seu alto consumo.

O oxi já é uma epidemia sem controle em alguns estados brasileiros como o Acre, que faz fronteira com Peru e Bolívia (países produtores da droga), mas chegou a São Paulo há algum tempo, o que mostra também a vulnerabilidade de nossas fronteiras.

O governo do Estado, através da secretaria da saúde começou a promover uma campanha de esclarecimento sobre o entorpecente, por intermédio da entrega de panfletos que alertam sobre o risco da droga.

Segundo a secretaria, em um primeiro levantamento realizado com 92 pacientes em tratamento de dependência química apontou que 12% já relataram ter tido contato com a droga. A maioria dos entrevistados, no entanto, nunca ouviu falar da substância e podem tê-la usado sem saber.

No levantamento feito com os usuários, nenhum manifestou interesse pela droga e 22% a classificaram como "devastadora" e pior do que o crack.

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