Seu Vavá vivia no mar, tirava o sustento da sua família da pescaria, ele ia para o mar todos os dias. Pescava com rede, pescava com vara, pescava com tarrafa e munzuá. Porém, de um tempo pra cá, o azar passou a lhe acompanhar... Um dia, a rede furava, outro dia a vara quebrava, em outro o munzuá desarmava, e a tarrafa só pegava filhotes que ele tinha que devolver para o mar. Seu Vavá, sabia que era proibido pescar com bombas, além dos riscos de acidentes que corria, sabia que podia ser flagrado pela marinha. Porém, diante de tanto azar, seu Vavá resolveu arriscar... comprou o necessário para preparar o artefato, separou o que ia levar para o mar e escondeu o restante no mato. No dia seguinte, seu Vavá ainda pela madrugada, saiu para sua empreitada, seria a sua primeira pescaria com bomba caseira, no caminho, seu Vavá ia pensando besteiras, na verdade, ele queria fugir da realidade para não desistir do que pretendia fazer. Ao chegar no mar, ficou a esperar o cardume aparecer para acender...Dito e feito!
Porém,  a bomba saiu com defeito e na explosão seu Vavá ficou sem as duas mãos.
O pescador agora vivia de favor, não era mais o provedor da sua família, vivia pelos cantos desolado, triste e mutilado.