MARCELO LIMA
Os Sete Sacramentos, Sinais Sagrados de Deus Em Nossas Vidas.
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APRESENTAÇÃO
Os setes sacramentos, ainda hoje, são mal-entendidos e ainda não são compreendidos em sua verdadeira realidade. Muitos cristãos ainda pensam que os sacramentos são sinais do poder da Igreja, como se fossem atos próximos à magia.
Temos a pretensão com este simples livro de brotar mais fé nos corações das comunidades cristãs, mais entendimento, que os sacramentos são verdadeira graça de Deus, evangelizam e dão vida aos filhos de Deus. Nosso desejo é viver uma Igreja cada vez mais religiosa e missionária.
Estudando os Sacramentos aprendi ainda mais as maravilhas sobre a IGREJA DE JESUS. Este Livro eu dedico totalmente aos catequistas que superam todas as dificuldades encontradas para catequizarem todos os batizados cristãos.
Os sacramentos emocionam as pessoas pela simplicidade, pela pureza, pela alegria de realizá-los sempre memória de Cristo. Os sacramentos são sagrados, são ordens, são vida, são graças dadas por Jesus Cristo, por isso é importante estudar e conhecer, viver melhor estes sete sinais sagrados da vida Cristã.
Professor Marcelo de Lima Cardoso.
“Jesus é a luz do mundo.
Nós podemos ser a luz de
Jesus junto do nosso próximo,
Colocando o amor e a graça de
Deus no coração de cada irmão.”
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O QUE É SACRAMENTO?
Jesus querendo viver sempre em nosso meio instituiu os sacramentos, Eles que dão sentido e significado a nossa vida.
Sacramento: vem de misterium do grego –sacra –sagrado- mento- memória. Uma memória que sempre acontece hoje “isto é atual” presente.Os Sacramentos são as ações salvíficas de Cristo, ou os mistérios de Cristo.
Os sacramentos instituídos por Cristo Senhor e confiados à Igreja “in persona Chirsti” são realizados pela pessoa do próprio Cristo, nas celebrações e cerimônias é representado pelos sacerdotes ordenados e ministros qualificados.
Os sacramentos contém a presença do Sagrado, o próprio Deus se faz presente.
Os sacramentos acontecem com a maravilhosa presença do Espírito Santo. Estes sinais sagrados transmitem a graça de Deus aos seus filhos, trazem a nós a salvação oferecida por Jesus (pela sua paixão) realizam a santificação dos homens e nos fortalece para Missão. Através destes sinais, prestamos culto a Deus.
Os sacramentos são sinais eficazes (que produz o efeito desejado) Ex: (água no batismo, óleo no crisma). São sinais sensíveis (que sente, percebido pelos sentidos, emotivo, apreciável). São sinais visíveis da graça de Deus em nossa vida (presentes), nos ligam a Jesus, ao Pai e ao Espírito Santo. Recebemos estes sinais para vivermos uma vida nova, produzir frutos, sermos participantes e membros ativos da igreja de Jesus.
Jesus Cristo, filho de Deus, o maior de todos os presentes. Jesus, sacramento do PAI. Jesus nos deu um sacramento, a Igreja, sua esposa e a amou tanto que deu sua vida por Ela. Igreja, sacramento de Cristo. A Igreja é um presente de Jesus para o povo. Lugar onde celebra os sacramentos e os realiza memória de Cristo e se faz a sua vontade. Quando recebemos o Sacramento do Batismo e somos resgatados por Deus como filhos, nos tornamos um sacramento da IGREJA.
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Os Sacramentos são as sete necessidades do ser humano.
1- Batismo: Sacramento da iniciação cristã –renascimento, nascer do espírito.
2- Eucaristia: Sacramento da iniciação cristã – nosso alimento.
3- Crisma: Sacramento da iniciação cristã – maturidade da fé.
4- Reconciliação: Sacramento de cura – retomar o rumo certo da vida.
5- Unção dos Enfermos: Sacramento de cura – cura da doença “física e espiritual”.
6- Matrimônio: Sacramento de serviço – viver o Amor, lugar sagrado do Amor responsável.
7- Ordem: Sacramento de serviço –guia o povo para Deus.
Viver bem os Sacramentos, é se colocar totalmente no único caminho que nos leva ao Pai que é Jesus, pois estes mistérios são a continuação da presença e da ação de cristo no mundo.
SACRAMENTO DO BATISMO
Cân. 849- O Batismo, porta dos sacramentos, em realidade ou a menos em desejo necessário para salvação, pelo qual os homens se libertam dos pecados, são de novo gerados como filhos de Deus e se incorporam à Igreja, configurados com Cristo por caráter indelével, só se administra validamente pela ablução com água verdadeira, juntamente com a devida forma verbal.
FOTO: O ministro extraordinário do Batismo Admar de Souza Pinto batizando
à criança Luiz Otavio Morais Duarte Oliveira, filho do casal Romulo e Isabela
BATISMO
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O QUE É BATISMO?
É um sacramento (instrumento de salvação) instituído por Jesus, para salvação do povo.
Jesus afirma que o Batismo é necessário para a salvação. Lemos no evangelho: eu afirmo, diz Jesus: que ninguém pode entrar no reino de Deus se não nascer da Água e do Espírito Santo.
O homem nasce fisicamente de pais humanos mas nasce espiritualmente da Água do Espírito Santo de Deus (JO 3, 5-6).
O QUE É BATIZAR?
Significa: Mergulhar ou lavar na água.
QUAIS SÃO OUTROS SIGNIFICADOS DO BATISMO?
* Iniciação Cristã
* Porta de entrada da Igreja
* Vida nova, compromisso ser Cristão
* Primeiro ato de fé que leva a Cristo
OBS: O Batismo não é mágica, nem milagre, nem remédio.
CONDIÇÕES PARA O BATISMO SER VÁLIDO:
 Batismo com água
 A Igreja que batiza manifeste a Trindade Santa em Nome do Pai, do Filho, do Espírito Santo
 Honestidade, intenção de incorporar a pessoa na Igreja de Cristo.
QUAIS AS FORMAS E IDADE DE PEDIR O BATISMO?
1º) De 01 a 07 anos, Batismo de crianças. Os pais são os responsáveis, pela fé cristã da criança, eles que fazem o pedido do Batismo.
2º) De 07 a 14 anos, nesta faixa de idade a criança pode pedir o Batismo, mas os pais devem estar de acordo. É necessário fazer uma preparação na catequese de 03 (três) anos.
3º) Acima de 14 anos, a pessoa pode pedir o Batismo, não precisa mais da concordância dos pais. É necessário fazer uma preparação na catequese de 01 (um) ano. Neste caso, a pessoa batizada receberá mais dois sacramentos da iniciação cristã, a confirmação (Crisma) e a Primeira Eucaristia.
O QUE É ESSENCIAL NO BATISMO?
Matéria - Água - Fonte de vida
Forma - em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
QUAIS SÃO OS SÍMBOLOS DO BATISMO?
ÁGUA - É o símbolo batismal mais importante e significativo.
- A mãe igreja pelas águas do batismo fecundadas pelo Espírito Santo, dá a luz novos filhos.
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- Pela água do batismo o cristão se dispõe a mergulhar na paixão e morte de Jesus Cristo e assim participar de sua Ressurreição.
SINAL DA CRUZ - Sinal de Cristo, sinal de todo cristão.
- Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo.
UNÇÃO COM ÓLEO - O óleo simboliza a consagração, a força do Espírito Santo que impulsiona o cristão a viver o evangelho.
VESTE BRANCA - É símbolo da felicidade e da mensagem de Cristo.
- Recorda Cristo cheio de glória
- Significa Revestir-se de Cristo (CL3,10)
- Paz, pureza
VELA ACESA - A entrega da vela acesa é símbolo da passagem das trevas para a luz.
- É a responsabilidade de dar testemunho da verdade e de revelar Deus.
- A vela mais importante é o círio pascal símbolo da ressurreição de Cristo
- “Vós sois a luz do mundo” (MT 5,14)
O SAL - Pelo Batismo é dado aos cristãos degustarem e saborearem as realidades espirituais e divinas, este símbolo batismal não é mais usado em nossa diocese e também na maioria das Dioceses do Brasil.
NO BASTIMO, QUAIS AS RESPONSABILIDADES DOS PAIS E PADRINHOS?
No início do cristianismo as primeiras famílias cristãs através da sua fé muito grande e responsabilidade pediam aos sacerdotes da época (apóstolos e presbitérios) o Batismo para seus filhos.
Nos anos 60 D.C. os sacerdotes começaram a batizar as crianças, até nossos dias de hoje é assim, as crianças são batizadas pela fé dos pais além da fé, os pais tem outras responsabilidade:
 Ser o primeiro catequista do seu filho.
 Fazer da sua casa Igreja de Cristo, a primeira Igreja de seu filho.
 Educar na fé, na educação, levar o filho para a catequese comunitária. Os padrinhos tem o dever de auxiliar, ajudar e fiscalizar os pais, em todas estas tarefas citadas.
Os pais também tem direito de cobrar dos padrinhos este auxílio na responsabilidade.
COMO PODEMOS VIVER BEM NOSSO BATISMO?
 Viver como Batizado.
 Viver como Jesus Cristo.
 Ser solidário, fraterno, ser um verdadeiro filho de Deus.
POR QUE JESUS SE DEIXOU BATIZAR POR JOÃO NO JORDÃO?
 Primeiramente para mostrar que Ele, Jesus, veio para assumir em seus ombros os pecados de toda humanidade e carregar nossas culpas, para se oferecer a Deus no lugar de todos nós. (Is 53,4)
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 Para mostrar que, a partir dalí, estava sendo inaugurado um novo batismo (o da graça) e ainda para que Deus Pai pudesse manifestar publicamente aos homens o seu filho amado, dando início à missão salvadora de Jesus no mundo.
 Jesus recebeu o batismo no rio Jordão junto dos pecadores, cobradores de impostos, prostitutas e tantos outros, assumiu a missão de salvar a todos. O desfecho da missão foi no calvário junto de dois ladrões, foi crucificado e teve morte de cruz. Mas a graça de Deus venceu as trevas e Jesus ressuscitou. Maria madalena, Zaqueu, Mateus a mulher samaritana tiveram vida nova com Jesus, assim todos são convidados a renascer pelo santo batismo.
“Todo aquele que crer e for batizado será salvo.”
MINISTRO DO BATISMO
Pode ser Diácono, Presbítero, Bispo ou Ministros Extraordinários, se o Batismo for de urgência pode ser um cristão comum.
A Igreja Batiza, mas cabe aos pais ou padrinhos educar a criança na fé , orientá-la no caminho da salvação e introduzi-la na vida da comunidade cristã.
Diz o Concilio: O batismo é só o início, o ponto de partida. Ele consegue a sua plenitude na consciente profissão e prática da fé.
O Cristão só pertence verdadeiramente à comunidade cristã, à igreja, quando ele participa da vida social e religiosa desta comunidade, sobretudo quando participa da celebração eucarística da Santa Missa.
As condições para alguém ser batizado são as seguintes:
a)_ Renúncia a tudo o que separa de Deus (renúncia ao mal, a Satanás);
b)_ Profissão de Fé, que a igreja prega desde o tempo dos apóstolos;
c)_ Participar da vida da igreja.
O homem se compromete a crer na palavra de Deus, evitar o pecado e levar uma vida cristã: são as promessas do batismo.
Batismo pressupõe a fé. Uma criança só poderá ser batizada, quando é garantida a sua educação na fé. Daí os pais e padrinhos se responsabilizam que a criança seja instruída na fé, aprenda o catecismo, leia a Bíblia e que leve uma vida cristã, cumprindo seus deveres para com Deus e seu próximo. Por isso eles fazem as promessas do batismo que é um sagrado compromisso assumido perante Deus e sua igreja.
POR QUE A IGREJA BATIZA CRIANÇAS? (Jo3,5; At 16,14-15)
Das palavras da sagrada escritura podemos concluir que também no tempo dos apóstolos já foram batizadas crianças, pois à família inteira que foi batizada por Paulo pertencem também as crianças.
O Batismo é antes de tudo uma graça de Deus, que oferece gratuitamente ao homem e também às crianças. Porque então negar esta graça às crianças?
O pecado original também existe na criança. Por que não eliminá-lo pelo Batismo?
Pelo batismo a criança torna-se filha de Deus e membro do corpo de Cristo, e o Espírito Santo vem habitar na sua alma, por que então negar estas graças à criança? Se cremos na comunhão dos santos, isto é, todos os fiéis que pertencem a Igreja, pelo Batismo, participam da sua vida e de suas graças, por que então excluir às crianças desta vida?
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Um falso conceito de liberdade humana (autodeterminação) levou muitos pais a não batizarem mais seus filhos, dizendo que eles mesmos mais tarde devem decidir se querem ser batizados e a qual Igreja querem pertencer.
Pais que pensam assim menosprezam a sua própria responsabilidade. Interpretam mal a liberdade humana e se esquecem de que a obra redentora de Cristo não é uma oferta de Deus ao homem, que ele possa aceitar ou rejeitar sem contrair uma grave culpa para si.
Poderíamos perguntar a estes Pais: a criança antes de nascer foi consultada sobre sua existência, sexo, índole, cor, estatura? A criança foi consultada se queria ser registrada como cidadão brasileiro? Também para ser bom brasileiro não basta o registro civil; precisa amor e dedicação à Pátria brasileira.
Se os pais consideram a religião católica boa, verdadeira, valiosa e necessária para a felicidade e salvação, por que lhes negar o direito de encaminhar seu filho para esta religião, a fim de receber as graças que Cristo oferece a todos os homens?
O COMPROMISSO ASSUMIDO NO BATISMO.
Qual é o compromisso que os pais e padrinhos assumem ao batizarem uma criança?
Pelo batismo é lançada na alma da criança a semente da fé. Esta semente deve ser protegida pelos pais, a fim de que ela possa crescer e produzir frutos.Se a semente da fé não encontrar apoio e um clima favorável morrerá e não dará frutos. Isto infelizmente acontece onde os pais não dão a devida formação religiosa aos filhos quando estes chegam ao uso da razão.
(G .E.3).
Pais e padrinhos se comprometem, perante Deus e a comunidade cristã, dar uma sólida educação religiosa à criança através da palavra e do bom exemplo.
Basta se batizar para ser salvo?
(Gl.5,25; Cl. 3,1; Cl.3,10)
Os fiéis incorporados na igreja pelo Batismo, São destinados pelo caráter batismal ao Culto da religião Cristã. Eles devem confessar diante dos homens a fé que receberam de Deus através da Igreja. (L.G.11).
Aos leigos, inseridos em Cristo pelo Batismo, compete o direito e o dever do apostolado, pela sua união com Cristo Cabeça (A.A.3).
Destas palavras do Concílio, podemos concluir os deveres daqueles que foram batizados em Cristo. De forma alguma basta só o batismo para a salvação. À regeneração radical no sacramento do Batismo, deve seguir uma vida na luz da fé e da caridade.
O batizado foi chamado a:
a)_Render louvores a Deus, no cumprimento dos seus deveres religiosos: oração, missa e recepção piedosa dos sacramentos;
b)_Aprofundar os conhecimentos da sua fé, fortalecer suas convicções religiosas para poder dar testemunho de sua fé pelas atitudes e virtudes de sua vida;
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c) Dedicar-se ao apostolado, seja na pastoral da evangelização ou nas obras sociais da caridade e da promoção humana.
Quem foi batizado está obrigado, perante Deus e a comunidade cristã a professar sua fé, dedicar-se ao apostolado da igreja, dar testemunho de uma vida cristã na oração, honestidade, justiça e caridade.
RITO E MINISTRO DO BATISMO
Como é administrado o sacramento do batismo?
(Mt. 28,19; At. 8,36)
Os pais que querem batizar seus filhos devem observar o seguinte:
_ Registrem o nascimento de seu filho no cartório e fiquem com uma cópia do registro. Escolham o dia que querem batizar o seu filho. De preferência deve ser a igreja matriz da sua Paróquia e no dia de domingo, porque é o dia do Senhor. Deve ser um dia, em que a família possa assistir ao batizado. É indispensável a presença dos pais.
Padrinho e Madrinha só devem ser aqueles que realmente possam ajudar o seu afilhado a viver o Cristo plenamente.
No Batismo a criança recebe um nome. É um belo costume entre os Cristãos escolher um nome de um santo para mostrar que a criança é chamada à pertencer a comunidade dos santos e é colocada sob a proteção especial de um santo.
No dia do batismo os pais e padrinhos levam a criança para a Igreja. O nome da criança, data de nascimento, o nome dos pais e padrinhos são registrados no livro de Batismo da Paróquia.
O essencial do rito batismal é a profissão de fé, pelos pais e padrinhos e o Batismo em si. Quando a criança é batizada não se deve olhar passivamente como alguém que não entende de nada, mas fazer no coração uma oração pela felicidade da criança por ex:
Meu Deus ajudai esta criança a guardar sempre a graça do Batismo.
O Padre ou Ministro Qualificado batiza a criança derramando água sobre sua cabeça e dizendo as palavras: Eu te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém!
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Sal da terra e luz do mundo
“Vós sois o sal da terra” (Mt 5,13). Sal que não pode perder o sabor para não perder o próprio sentido de existir. Jesus é o sal do céu que nos purifica da corrupção do pecado, que nos da o gosto, sabor e nos conserva em dignidade diante de Deus.
“Recebam a luz de Cristo” diz o que preside o batismo. Querida criança, você foi iluminada por Cristo par se tornar luz do mundo. João afirma que Jesus Cristo é a verdadeira luz que ilumina todo o ser humano (Jo 1,9). O próprio Cristo se diz luz do mundo; quem o segue não anda nas trevas, mas terá a luz da vida (Jo 8,12). Assim também brilhe a vossa luz diante das pessoas, para que vejam as vossas boas obras e louvem o vosso Pai que está nos céus.
SACRAMENTO DA EUCARISTIA
Celebrando a Eucaristia, a Igreja dá graças a Deus pelo seu dom inefável em Cristo Jesus, em louvor de sua glória por virtude do Espírito Santo. De fato, a presença ativa do Espírito Santo na Celebração Eucarística é real como a presença de Cristo, embora diferente. “A oferta da Igreja não pode ser santificada se o Espírito Santo não estiver presente” (S. Cipriano). O Espírito Santo é invocado para que o seu poder santifique quer a assembléia orante, quer os dons depositados sobre o Altar (pão e vinho).
Foto: celebração da Santa Missa sendo presidida por padre Armando Rosário no acampamento sem terra (comunidade São Francisco de Assis) paróquia São Sebastião, Lagoa Grande - MG
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Figuras e promessas da Eucaristia.
Quais as figuras da Sagrada Eucaristia no Antigo e Novo Testamento?
( Ex. 16,4 ;1 Rs. 19,8 ;Gn. 14,18 )
Deus é um pedagogo sábio e prudente. Muitos séculos antes de dar aos homens a sagrada Eucaristia ele preparou o seu povo para este mistério de amor. Figuras, símbolos e acontecimentos no Antigo e Novo Testamento preparam o Espírito do homem, mostrando valor, sentindo a eficácia deste Sacramento.
Exemplos: o sacrifício de Melquisedec indica a matéria da Eucaristia , pão e vinho .
Quando Jesus mudou a água em vinho, ele provou que também tem poder de mudar vinho em seu sangue. Na multiplicação dos pães Jesus prova que tem poder absoluto sobre o pão; e que o pão eucarístico não se acaba para ser dado em alimento aos homens nas fraquezas de sua vida.
Como Abraão devia sacrificar seu único filho, Deus oferece seu único filho Jesus no sacrifício da cruz que é posto presente em cada missa.
Os israelitas comemoram o maná no deserto: a Eucaristia é o alimento maravilhoso que Deus oferece ao seu povo na viagem para a eternidade; é o verdadeiro pão do céu.
Os pães da preposição simbolizam a Eucaristia conservada na Igreja.
A arca da aliança é o Tabernáculo na igreja, Deus entre seu povo. O cordeiro pascal dos judeus é símbolo verdadeiro. Cordeiro Pascal que é Cristo.
Quando Jesus prometeu instituir a Sagrada Eucaristia? (Jo 6,55; Jo 6,51)
Foi na sinagoga da Cafarnaum que Cristo prometeu aos judeus o sacramento da Eucaristia. O pão que eu vos darei é minha carne para a vida do mundo. Então os judeus murmuravam entre si e diziam:como este nos pode dar a sua carne para comer? Jesus respondeu: em verdade, em verdade eu vos digo, se não comerdes a carne do filho do homem e não beberdes o seu sangue, então a vida não entrara em vós. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue terá a vida eterna e eu o ressuscitarei no dia do juízo. Pois a minha carne é verdadeiro alimento e o meu sangue a verdadeira bebida.
Também vós não quereis ir embora? Então Pedro, sem entender a palavra de Cristo em todo o seu sentido, aceitou a verdade sem muitas interpretações, confiou plenamente em Jesus e respondeu em nome dos discípulos.
O que significa Eucaristia?
Ação de graças: são bênçãos de Deus para o povo, fatos acontecidos. Ex.: ( Gn - Cap 24)
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Memorial: celebrar a memória do filho de Deus, sua paixão, sua morte, sua ressurreição.
“Fazei isto em memória de mim”
Banquete: jantar, ceia fraterna ou ceia do Senhor, comer e beber juntos comunitariamente, reconciliação, oferta.
Símbolos: pão e vinho.
Comunhão: * união, unidade, amor, gratidão.
 comunhão de vida entre nós, com Cristo , em Deus.
 ser servo uns dos outros ( Jo 13, 1-14)
Exemplo: * Missa: reunião dominical, todos unidos ouvindo o mesmo Pai.
 Ofertório: todos representados pelo mesmo pão e mesmo cálice, nossa vida com tudo que somos e temos unidos a Cristo.
Sacrifício da nova e eterna aliança: O sangue de nosso Senhor Jesus Cristo derramado para o perdão dos pecados.
Eucaristia: Sacramento do Corpo de Cristo.
 Sacramento do amor de Jesus por nós.
 Alimento dos batizados.
O QUE É TRANSUBSTANCIAÇÃO?
É a transformação do vinho para o sangue de Cristo, transformação do pão para o corpo de Cristo, é a consagração.
Após a consagração o pão e o vinho deixam de serem símbolos para serem realmente o corpo e o sangue de Jesus Cristo.
COMO É A CELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA?
1º) A Celebração Eucarística se divide em duas grandes partes:
 liturgia da palavra
 liturgia eucarística.
2º) Divide-se também em duas partes menores:
 ritos iniciais
 ritos finais
Matéria: pão e vinho
Forma: Oração Eucarística – Tomai, todos e Bebei...
- Tomai, todos e Comei...
ORAÇÃO EUCARÍSTICA, PROFISSÃO DE FÉ TRINITÁRIA
1ª parte - Prefácio: A obra atribuída ao Pai, desde a criação até Jesus.
2ª parte - A narração da obra de Cristo: Obra redentora de Cristo, sua paixão, morte e ressurreição.
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Temos a instituição da Eucaristia, que por vontade de Cristo se torne outra vez presente. Isto expressa sua paixão, morte, ressurreição e ascensão.
3ª parte - A obra do Espírito Santo: Todas as intercessões atribuídas ao Espírito Santo, Ele leva a obra de Cristo a plenitude.
O QUE SIGNIFICA O PÃO E O VINHO?
No simbolismo do pão e do vinho podemos encontrar três níveis de significação:
1º Pão e Vinho - Símbolo de nossa vida e de toda criação. Significam nossa existência, nossa vida conservada por Deus, nosso alimento comer e beber.
2º Pão e Vinho - Símbolo de tudo que o homem cria, simbolizam a criação do Homem.
Para que o pão chegue a ser pão e o vinho chegue a ser vinho, há todo um processo feito pelo Homem. Ele prepara a terra, semeia, cuida, colhe, mói o trigo, transforma - o em massa para chegar ao pão. Ele planta a videira, cuida colhe a uva, faz passar pelo processo de fermentação para então, saborear o fruto da videira.
3º Pão e Vinho - Simbolizam Jesus Cristo, na última ceia, Jesus relacionou o pão com seu corpo dado, com sua morte salvadora; e o vinho com seu sangue que é derramado, com seu sangue da nova e eterna aliança.
O CORDEIRO: No Antigo Testamento, Abraão quando foi poupado o seu filho Issac, ofereceu em seu lugar um cordeiro. Na Páscoa dos Hebreus as famílias comiam o cordeiro em comemoração à libertação do Egito. “Símbolo de libertação de um povo”
No Novo Testamento: Significa Messias, Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Cordeiro Sacrifício, ser servo. “Símbolo de libertação da humanidade.”
SÍMBOLO DAS GOTAS DE ÁGUA NO VINHO
O vinho significa o Cristo.
A água o Cristão que se oferece juntamente com o Cristo.
Todos os Cristãos que pelas águas do Batismo nascemos para uma vida nova.
A PARTÍCULA DE HÓSTIA NO CÁLICE
- Significa todas as comunidades unidas ao corpo e sangue de Cristo.
SAUDAÇÃO DA PAZ
- Significa unir com o irmão, assim junto com Cristo, receber sua oferta.
A finalidade da Eucaristia é construir o corpo eclesial de Cristo, que somos nós, a Igreja. E nos ajuda a descobrir que “a importância da eucaristia não é a “produção” da presença real de Cristo no pão e no vinho. A Eucaristia não visa, portanto, a tornar Cristo presente, como se Ele, de resto, estivesse ausente, mas visa a que nos tornemos o corpo de Cristo”.
“Cristo não está presente na Eucaristia, no pão e no vinho, para que o contemplemos. Se Ele quis ficar presente como alimento, é para que nós alimentemos dele. A Eucaristia não visa à adoração, mas a manducação, ou seja, a que comamos do pão e do vinho, que são o corpo e o sangue de Cristo. Evidentemente, como Cristo está presente na Eucaristia, podemos e devemos adorá-lo, mas não é essa a finalidade primeira da Eucaristia, a finalidade
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primeira é a nossa participação no mistério pascal através da participação no banquete eucarístico, banquete do sacrifício, porque é memória do sacrifício de Cristo na cruz”.
(Pe. Francisco Taborda, SJ.)
Quando comungamos podemos mastigar a hóstia consagrada?
Sim! Manducação é isto: comer, mastigar. A santa Mãe Igreja nós ensina que não se come verdadeiramente aquilo que não se mastiga.
Eucaristia: o maior de todos os presentes
Desde os primeiros séculos do cristianismo, a Eucaristia fazia parte da iniciação cristã. Daí por diante, o cristão participava do pão e do vinho, do corpo e do sangue de Cristo em todas as assembléias dominicais.
Não se concebia um cristão que não vivesse da eucaristia, tanto que era levada aos que não podiam comparecer à assembléia dominical, onde quer que estivessem.
Jesus, na noite em que celebrava a páscoa dos judeus, instituiu o sacramento da Eucaristia. Jesus antecedeu de um dia a celebração.O dia para os judeus começava às 18 horas.Na quinta- feira à noite, Jesus, Celebra, realiza a verdadeira páscoa.Nesta mesma noite santa, Jesus pronuncia sua alegria, “desejei ardentemente comer esta páscoa com vocês” como se dissesse: Eu não via a hora de chegar este momento para realizar a verdadeira páscoa com vocês, instituindo a Eucaristia. Ele se imola sob as aparências do pão e do vinho, por isto torna-se memória em todo tempo. No dia seguinte ele seria o cordeiro a ser sacrificado.
A presença de Jesus na hóstia consagrada, Eucaristia, não é um símbolo, uma representação, é uma presença real de Jesus Cristo.O Concílio já declarou: na Eucaristia, Jesus esta presente “verdadeiramente, Realmente”, “isto é o meu corpo”. Realmente Jesus “caprichou” como só ele podia fazer, para demonstrar seu amor aos homens. Esse ato supremo de amor é real e verdadeiramente atualizado pela eucaristia (missa).
Nós participantes deste corpo eucarístico, ofereçamos nossas alegrias, sofrimentos, nossas vidas a Deus. Como profetas, anunciemos a Palavra de Deus, o plano de Deus ao mundo de hoje, servindo aos irmãos vendo em cada pessoa humana a pessoa do próprio cristo! Denunciando tudo o que a ele se opõe, agora nós devemos ir para nossa missão, no mundo........
Sacramento da Crisma
Crisma é Sacramento da maturidade cristã.
É preciso ter maturidade humana e cristã; para enfrentar o desafio e as exigências da missão. Por isso, a igreja recomenda que a Crisma seja dada àqueles que, bem preparados, mostram sinais claros de uma adesão madura de Jesus. Como é que pode um jovem levar uma vida pura? Guardando a palavra do Senhor! De todo coração te procuro: não me deixes desviar dos teus preceitos. Conservo no coração tuas promessas para não te ofender com o pecado (Sl 119,8-11)”.
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Foto: o jovem Gustavo Lemar Cardoso recebendo o sacramento da Crisma, sendo ungido pelo bispo Dom José Belvindo.
CONFIRMAÇÃO OU CRISMA
Sacramento do crescimento e fortalecimento da vida nova.
(At. 8,14-17; L.G. 11)
O que é o sacramento da confirmação?
(Is.11,12; Is.16,1.)
Este sacramento tem dois nomes: Crisma ou Confirmação. Crisma porque é unção com óleo do crisma.
Esta unção deveria ser o resultado de uma opção consciente do jovem Cristão, uma CONFIRMAÇÃO daquilo que ele recebeu no batismo. Pelo batismo ele foi introduzido na comunidade cristã. Pelo sacramento da Crisma ele confirma pessoalmente este ingresso.Confirma e ratifica a decisão que pais e padrinhos tomaram em seu lugar na hora do Batismo. Por isso, é o Sacramento dos que já chegaram a uma certa maturidade na fé.
A Confirmação é uma decisão pessoal, pois envolve uma opção consciente, uma tomada de atitude e responsabilidade. O cristão deixou de ser criança, adere consciente a sua fé, recebe o Espírito Santo e sabe que se espera dele, agora, uma participação ativa na vida e missão da igreja. Por isso também a crisma é chamada de Sacramento do apostolado, sacramento da maturidade ou sacramento da juventude cristã.
Neste Sacramento o Cristão recebe as graças ou os dons do Espírito Santo para professar firmemente à sua fé, diante dos homens e prestar seus serviços à igreja.
Como sabemos que Cristo instituiu este sacramento da crisma?
(At. 8,17.; At. 19,6.)
Santo Agostinho escreve: a Crisma é um sacramento tão santo quanto o Batismo.
Na Bíblia não encontramos um texto claro relatando que Jesus tenha instituído este Sacramento. Mas os Apóstolos, desde o início, crismaram constante e freqüentemente. Isso nos faz crer que eles fizeram isto por ordem de Cristo e não por iniciativa própria.
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Pelo costume antigo dos apóstolos que crismaram desde o início da igreja, sabemos que Cristo instituiu este sacramento.
O que o sacramento da confirmação confere ao cristão?
(Lc.24,49. Ez. 36,26. Jo16,13 At. 1,8)
A crisma é chamada o sacramento do Espírito Santo. Já recebemos o Espírito no Batismo, mas na Crisma a Igreja invoca a força do Espírito Santo sobre nós para que sejamos capazes de cumprir a nossa missão com responsabilidade, como cristãos adultos e maduros.
O Espírito Santo nos comunica os seus dons: sabedoria, entendimento, conselho, fortaleza, ciência, piedade e temor de Deus. No entanto os dons do Espírito Santo não são só estes. São Paulo enumera outros que estavam muito em voga (fama) entre os primeiros cristãos e eram muito valorizados. Hoje falamos muito em carismas, que são uma realidade na igreja. São dons recebidos do Espírito Santo em função da comunidade.
Assim cada Cristão recebe do Espírito Santo os dons necessários, os carismas próprios ao seu ministério na comunidade cristã. Além disso, todos recebem do Espírito Santo a graça e a força de professar a sua fé com constância e defende-la com coragem.
Muitas vezes ouvimos dizer: pela Crisma nos tornamos soldados de Cristo. É verdade: a vida é uma luta; sobretudo a vida de um cristão autêntico, lutar contra os inimigos da salvação, demônio, más inclinações, que estão dentro de nós e lutar também por um mundo melhor, contra egoísmo, injustiça e opressão.
Mas o Espírito Santo não veio apenas nós treinar para a luta, ele veio antes de tudo santificar-nos a nós mesmos e santificar o mundo por meio de nós.
O Espírito Santo veio nós ajudar para levarmos uma vida de amor na família e na comunidade. Cristo ensinou: amai-vos uns aos outros e o Espírito Santo vem incentivar em nós o amor para que se torne nossa vida.
Depois destas explicações é bem compreensível que a igreja hoje já não deseja crismar criancinhas, pois o crismado deve saber o que está fazendo. Tem responsabilidade de irmão maior. Torna-se mais adulto, assumindo vida de amor e justiça, vivendo a paz e a unidade.
O Sacramento da Crisma não é de absoluta necessidade para a salvação. Mas para o cristão crescido na fé é um encontro consciente com Deus e com a comunidade. E num pais como o nosso, onde tanta gente para no bê-a-bá da religião e nunca mais evolui espiritualmente, podemos concluir que este Sacramento deve ser muito mais valorizado e vivido.
Na crisma recebemos o Espírito Santo com os seus dons, para entender e viver os ensinamentos da nossa fé e construir um mundo melhor no amor, santidade, verdade e justiça.
Como é administrado o sacramento da crisma?
Geralmente é o Bispo que administra este Sacramento, mas com uma licença do Bispo o sacerdote também pode administrar este sacramento. Em caso de doença grave, o sacerdote esta sempre autorizado a administrá-lo.
No início da cerimônia o Bispo reza pedindo os dons do Divino Espírito Santo para os crismandos. Depois chama cada um pelo seu nome, impõe-lhe a mão, traça com o santo Crisma o sinal da cruz na testa e diz: N. receba por este sinal o Espírito Santo, dom de Deus. O crismando responde: Amém. Depois o Bispo cumprimenta o crismando com a saudação: A paz esteja contigo.
Durante esta cerimônia, o padrinho para o homem, a madrinha para a mulher, impõe a mão direita sobre o ombro direito do crismando.
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O crisma é um óleo santo perfumado com bálsamo e bento solenemente pelo Bispo. Assim como o óleo fortalece o corpo, a Confirmação deve fortalecer a alma.O bálsamo impede putrefação e espalha um odor agradável. Indica que o crismando deve se preservar da podridão do pecado e espalhar o odor da virtude cristã.
O sinal da cruz na testa significa que foi impresso na alma do crismando tem um caráter sagrado e indelével e que ele nunca deve se envergonhar da cruz, mas confessar francamente o Cristo crucificado.
COMO SER ADMITIDO PARA SER CANDIDATO A CRISMA?
- Ser batizado
- Se já tiver o uso da razão
- Estar em estado de graça (confessar)
- Participar ativamente da catequese; se preparando para ser crismado.
OS PADRINHOS DE CRISMA
O Padrinho ou Madrinha tem como missão conduzir o crismando para receber o Sacramento; apresentá-lo para a unção, ajudá-lo a cumprir as promessas do Batismo pela força do Espírito Santo que recebeu.
O Padrinho ou Madrinha pode ser os mesmos do Batismo, pessoas da família ou amigos.
AS NORMAS DOS PADRINHOS E MADRINHAS SÃO:
- Exercer sua função espiritual,
- Ter maturidade para exercer esta primeira missão,
- Pertencer à Igreja Católica,
- Ser batizado, crismado, participar da Eucaristia,
- Não ter nenhum impedimento canônico.
DADOS GERAIS DA CRISMA:
Na celebração da Crisma os cristãos que estiverem celebrando junto com os crismandos, participarão também do Espírito Santo dado aos confirmados.
FÓRMULA DA CONFIRMAÇÃO: receba por este sinal o Espírito Santo, dom de Deus.
MATÉRIA: óleo do Crisma.
RENOVAÇÃO DAS PROMESSAS DO BATISMO
É uma resposta de fé, de conversão iniciada no Batismo, mas que deverá desabrochar sempre mais na vida dos cristãos.
A IMPOSIÇÃO DAS MÃOS E UNÇÃO COM O CRISMA
Os dois gestos têm o mesmo significado: a transmissão do Espírito Santo.
A IMPOSIÇÃO DAS MÃOS: os Bispos e Padres que concelebram a confirmação impõem as mãos sobre os candidatos a confirmação, dizendo o Bispo sozinho a seguinte oração “ Deus todo poderoso Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que pela água e pelo
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Espírito Santo, fizeste renascer estes vossos servos, libertando-os do pecado, enviai-lhes o Espírito Santo paráclito; dai-lhes Senhor, o Espírito da Sabedora e Inteligência, o Espírito de Conselho e Fortaleza, o Espírito de Ciência e Piedade, e enchei-os do Espírito do vosso Temor. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.”
Com o Batismo e a Eucaristia, o sacramento da Confirmação constitui o conjunto dos “sacramentos da iniciação cristã”, cuja unidade deve ser salvaguardada. Por isso, é preciso explicar aos fiéis que a recepção desse sacramento é necessária `a consumação da graça batismal. Com efeito, pelo sacramento da Crisma os fiéis são vinculados mais perfeitamente à Igreja, enriquecidos de força especial do Espírito Santo. (Catecismo da Igreja católica n.1285).
Os sete dons do Espírito Santo
SABEDORIA É o dom de perceber o certo e o errado, o que favorece e o que prejudica o projeto de Deus. Por este dom buscamos não as vantagens deste mundo, mas o Bem Supremo da vida, que nos enche o coração de paz e nos faz felizes. Diz o Senhor: "Feliz o homem que encontrou a sabedoria... Ela é mais valiosa do que as pérolas" (Cf. Pr 3,13-15).
ENTENDIMENTO É o dom divino que nos ilumina para aceitar as verdades reveladas por Deus. Mesmo não compreendendo o mistério, entendemos que ali está a nossa salvação, porque procede de Deus, que é infalível. O Senhor disse: "Eu lhes darei um coração capaz de me conhecer e de entender que Eu sou o Senhor" (Jr 24,7).
CIÊNCIA É o dom de saber interpretar e explicar a Palavra de Deus. Por este dom, o Espírito Santo nos revela interiormente o pensamento de Deus sobre nós, pois "os mistérios de Deus ninguém os conhece, a não ser o Espírito Santo" (1 Cor 2,10-15).
CONSELHO É o dom de saber discernir caminhos e opções, de saber orientar e escutar, de animar a fé e a esperança da comunidade. Mas o Senhor disse-lhe: "Não te deixes impressionar pelo seu belo aspecto, porque eu o rejeitei. O que o homem vê não é o que importa: o homem vê a face, mas o Senhor vê o coração" (1 Sm 16,7).
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FORTALEZA É o dom de resistir às seduções, de ser coerente com o Evangelho, de enfrentar riscos na luta por justiça, de não temer o martírio. São Paulo confiava no dom da fortaleza. Ele disse: "Se Deus está conosco, quem será contra nós?" (Rm 8,31).
PIEDADE É o dom de estar sempre aberto à vontade de Deus, procurando agir como Jesus agiria e identificando no próximo o rosto de Cristo. É o dom pelo qual o Espírito Santo nos dá o gosto de amar e servir a Deus com alegria. "O Reino de Deus não consiste em comida e bebida, mas é justiça, paz e alegria no Espírito Santo" (Rm 14,17).
TEMOR DE DEUS Não quer dizer "medo de Deus", mas medo de ofender a Deus. Sendo Ele o nosso melhor amigo, temos o receio de não lhe estarmos retribuindo o amor que lhe é devido. Mais do que temor, é respeito e estima por Deus. "Ouve, ó Israel! O Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e com todas as tuas forças" (Dt 6,4-5).
SACRAMENTO DA RECONCILIAÇÃO
Na reconciliação dos penitentes é também o Espírito Santo que age para transformar os corações e restituí-los à graça divina, porque “Ele é a remissão de todos os pecados” (missal romano). Suplica-se a Deus, que “derramou o Espírito Santo para remissão dos pecados, para que conceda o perdão e a paz”.
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PENITÊNCIA
Este sacramento tem três nomes:
1º PENITÊNCIA
2º CONFISSÃO
3º RECONCILIAÇÃO (deve ser o mais usado).
1º) PENITÊNCIA: conversão do coração, mudança de vida, voltar para Deus.
A igreja celebra penitência em atitude de conversão quando os fiéis se confessam, pecadores quando eles pedem perdão a Deus e ao irmão pelas suas faltas. O Batismo e a Eucaristia são sacramentos de conversão.
No Batismo o cristão é perdoado e reconciliado com Deus.
Na Eucaristia toda vez que a igreja celebra a morte e a ressurreição de Cristo comemora o “sangue da nova e eterna aliança, derramado para o perdão dos pecados”.
2º) CONFISSÃO: significa confessar os pecados, revelar, acusar, reconhecer, dizer em segredo, ter consciência dos erros e como em qualquer ação de graças, o reconhecimento da glória de Deus.
3º) RECONCILIAÇÃO: Nesta atitude ele (a) pode ser reconciliado com Deus através da Igreja, através de um sinal visível de reconciliação. Para os teólogos este termo de reconciliação dever ser o mais usado, embora ainda não seja.
PENITÊNCIA – SACRAMENTO DO PERDÃO
Deus nos aceitou como amigos, podemos nos sentar à sua mesa. Mas nem sempre correspondemos ao seu amor e nem sempre ouvimos a sua voz. Não obedecemos aos seus mandamentos e não amamos nossos irmãos como Ele no-lo manda.
Sentimos em nós a inclinação para o mal; embora nos esforcemos por fazer o bem, praticamos o que é desagradável aos olhos de Deus. Também no mundo em que vivemos, ao lado das belezas e riquezas, descobrimos muitos males. O mal se avoluma ao nosso redor e parece que não há forças para detê-lo. Diariamente ouvimos falar de assassinatos, seduções, opressões, violências, torturas, sexo desenfreado, miséria, fome e guerras, ódio e vingança; até os que se gloriam do nome de cristãos fazem coro nesta ladainha de crimes.
Mas onde superabundou o pecado, superabundou também a graça de Deus. Deus não abandona o homem no seu pecado. Ele não quer a morte do pecador, mas sim que ele se converta e viva. Deus oferece o seu perdão. Depois da filiação divina, o perdão é o melhor dos dons de Deus. Depois de nos ter dado a sua amizade, o perdão é o ato mais bondoso de Deus.
Cristo que veio restabelecer a amizade entre Deus e os homens, nos trouxe o perdão, que chamamos a Penitência ou Confissão, também Sacramento da Reconciliação.
AMOR DE DEUS PARA COM O PECADOR
(Jr 38,8; 1 Tm 1,15; Lc 19,9-10)
Deus é amor. O amor que nunca se acaba, que compreende e tudo perdoa. O amor que não se esquece de ninguém, nem do mais ingrato pecador. Deus é o amor que crê e confia no
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homem; mesmo que o homem se afaste da sua lei e de sua casa. Deus é o Pai que espera ansiosamente a volta do filho rebelde.
O amor levou Deus a tal ponto que não poupou o seu Filho único, mas o entregou à morte na cruz para salvar o que estava perdido.
Jesus nos conta as mais belas parábolas que mostram quanto Deus ama e procura o seu filho pródigo. Basta recordar as Parábolas: Da Dracma perdida em Lucas 15,8-10; As Cem Ovelhas em Mt 18,11-14 e O Filho Pródigo em Lucas 15,11-32.
Mas não apenas pelas parábolas conhecemos o amor de Deus para com os pecadores, sobretudo através das atitudes de Jesus. Lembramos apenas umas: A Mulher Adúltera, A Samaritana, O Paralítico: filho tenha confiança, teus pecados te são perdoados. O Bom Ladrão: ainda hoje estarás comigo no paraíso.
Na verdade, Cristo Jesus ama e persegue os pecadores com seu amor, para salvá-los.
A Páscoa foi um presente para os pecadores. Instituiu o sacramento do perdão, o sacramento da salvação para os que caíram. Recebei o Espírito Santo, a quem perdoardes os pecados, a eles serão perdoados (Jo 20,22-23). Isto não foi a intenção de Cristo somente no tempo dos Apóstolos, mas que o sacramento do perdão perdurasse para sempre na sua Igreja. Ele quis que o poder de perdoar os pecados, os Apóstolos o transmitissem a seus sucessores, bispos e sacerdotes, que até no dia de hoje exercem esta função em nome de Cristo. Por isso, a confissão é de instituição divina.
CONFISSÃO COM UM MINISTRO DE CRISTO
(1 Jo 1,9; Sl 50; Sl 33,19)
Muitos hoje já não aceitam a confissão sacramental: Só me confesso com Deus, pois ele é quem perdoa pecado.
É verdade, Deus é quem perdoa e Ele poderia perdoar o pecado de uma maneira direta. Mas Ele tem o direito de regulamentar a maneira de nos conceder este perdão. E Cristo estabeleceu como norma que o perdão dos pecados nos viesse através de terceiros, instituindo os Apóstolos e seus sucessores como seus intermediários: a quem perdoardes os pecados, a eles serão perdoados (Jo 20,22; Lc 24,36).
Também nos outros sacramento a graça de Deus nos é comunicada por intermédio do homem. Na sua maneira de salvar o homem Deus não dispensa a ação do próprio homem, ou seja, Ele se aproveita do homem para comunicar suas graças. Assim é um homem quem prega a Palavra de Deus, quem batiza, crisma e dão a comunhão, é também um homem quem ouve a confissão.
Nós pertencemos à comunidade dos fiéis, a igreja. No entanto, pelo pecado grave o homem se afasta de Deus e da Igreja, ele se exclui desta comunidade e já não participa da mesa eucarística. Querendo ser aceito novamente, ele precisa pedir perdão, confessando o seu pecado. E é o sacerdote, representante e ministro de Deus e da Igreja que aceita a sua confissão e lhe perdoa o pecado, dando a absolvição.
Desde o tempo dos Apóstolos sempre houve confissão. É claro que a formalidade variou ao longo da História de Igreja. Se antes era pública, a partir de um cento tempo, pelo fim da Idade Média, surgiu a Confissão auricular.
A confissão é uma verdadeira humilhação diante de Deus e da Igreja a quem se ofendeu gravemente.
A Conversão não é obra de um momento, mas exige esforço durante toda a vida. Aliás, a Conversão é um processo que se desenvolve ao longo de toda a vida. Constante e continuamente se está em processo de conversão. Metánoia, mudança de vida, passagem da
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morte para a vida, das trevas para a luz, do pecado para a vida da graça de Deus. É Páscoa, passagem da escravidão do mal e da morte para a vida, o bem, a graça de Deus.
COMO CONFESSAR?
É preciso ter consciência de ter pecado, querer mudar de vida, voltar para Deus. Procurar o Sacerdote para confissão comunitária ou individual e confessar seus pecados e após reconciliar-se com Deus.
“Lembrete”: Deus é amor, ele não está olhando todo mundo para punir, mas para amar sendo assim a confissão passa de um Tribunal que pune, para um gesto de amor e reconciliação com o Pai, salvação.
No ato de confessar, o Sacerdote inpersona christi, na “pessoa de Cristo”.
Confissão Comunitária: Necessidade pastoral, por causa do tamanho das comunidades. Neste caso a confissão é para todos os presentes que pedem o perdão pelos seus pecados ou seja querem se confessar.
Confissão individual Cada Cristão procura o Sacerdote para uma confissão individual. Desta forma deve acontecer pelo menos uma vez ao ano.
O QUE É PECADO CONTRA O ESPÍRITO SANTO?
 Não crer em Deus
 Não acreditar que Jesus, Filho de Deus veio ao mundo pelo Espírito Santo.
 Recusar a salvação oferecida por Deus em Jesus.
É OBRIGATÓRIO CONFESSAR PARA RECEBER OUTRO SACRAMENTO?
Não, mas deve se confessar, estar em estado de graça com Deus.
O ATO PENITENCIAL NA MISSA É CONFISSÃO?
Não, é apenas um ato de reconciliação com Deus, para celebrar bem os Santos Mistérios.
COMO É A CELEBRAÇÃO DA PENITÊNCIA?
 CONVERSÃO: arrependimento
 CONFISSÃO: confessar os pecados
 CONTRIÇÃO: ato de expressar o arrependimento
 ABSOLVIÇÃO: o penitente recebe do Sacerdote. “Eu te absolvo dos teus pecados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” - O penitente responde “Amém”.
 DESPEDIDA: Exemplo: o Sacerdote diz: “O Senhor perdoou os seus pecados, vai em paz”.
 PENITÊNCIA: É dada pelo Sacerdote. Pode ser: oração, renúncia, serviços prestados ao próximo, obras de misericórdia, leituras bíblicas, etc.
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Obs: Ato de Contrição: “Meu Deus, eu me arrependo de todo o meu coração de vos ter ofendido porque sois tão bom e amável. Prometo com a vossa graça me esforçar para vencer o pecado. Meu Jesus, tende misericórdia de mim. Amém”.
DOIS GESTOS A SEREM VALORIZADOS NA CELEBRAÇÃO DA PENITÊNCIA.
A imposição das mãos: Ao absolver, o Sacerdote impõe as mãos sobre a cabeça do penitente. A imposição das mãos na Liturgia tem sempre a ver com a ação do Espírito Santo.
Ajoelhar-se e levantar-se: Pôr-se de joelhos é um gesto que significa humildade, dependência, arrependimento. Levantar-se significa aquilo que tantas vezes nosso Senhor disse aos doentes e pecadores “Levanta-te e anda” ou “Vai em paz e não peques mais”.
OBSERVAÇÕES FINAIS
O que há de extraordinário no sacramento da Reconciliação é que nosso Senhor valorizou o que há de mais negativo, de mais fraco no homem, para glorificar a Deus e transformá-lo mais e mais em sua imagem: o pecado. Não para que pequemos, mas para que tendo pecado, mesmo no pecado encontremos motivos para colocar-nos em relação cultual com Deus, celebrando com alegria e paz suas maravilhas, porque sua bondade é eterna.
SACRAMENTO DO MATRIMÔNIO
A abundante benção do Espírito de Deus é invocada sobre os esposos, para que seu poder inflame do alto os corações deles. “Os esposos recebem o Espírito Santo como comunhão de amor de Cristo e da Igreja. É o selo de sua aliança, a fonte que incessantemente oferece seu amor, a força em que se renovará a fidelidade dos esposos”.
Foto: celebração do Sacramento do Matrimônio de Geraldo João da Silva e Maria Antonia assistido pela testemunha qualificada da Igreja Marcelo de Lima Cardoso.
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Sacramento do Matrimônio PREPARAÇÃO PARA O CASAMENTO
(Pr 19,14; Eclo 1,19; Pr 19,13; 11,22; 12,4)
É um direito dos namorados e dos noivos ter amor no coração e sonhos na cabeça. Sonham com um futuro feliz, na convivência a dois que se querem bem. Sonham com a alegria de um lar feliz que querem fundar, lar feliz onde reina paz e harmonia, compreensão e intimidade, comunhão de vida e de amor.
Este é o santo sonho da juventude. Um sonho justo e louvável, porque corresponde ao plano de Deus quanto ao casamento. Pois Deus instituiu o matrimônio para os dois serem felizes e muito felizes.
Agora é o próprio homem que constrói o seu futuro e sua felicidade.
Casamento não pode ser algo improvisado nem um passo dado sem uma séria reflexão anterior. Casamento quer ser preparado em longo prazo.
Preparar o coração. Casar-se significa querer fazer a felicidade do outro, fazer o outro feliz. Viver para o outro exige esquecer-se de si mesmo, renunciar a si mesmo, sacrificar-se para se entregar ao outro.
Renunciar a si mesmo significa formar em si mesmo um caráter generoso e compreensivo, um espírito de desprendimento, o que só será possível por um trabalho e esforço de longa data.
Um egoísta, que não sai de si mesmo, nunca será feliz e muito menos fará o outro feliz, porque não aprendeu a amar o outro, só tem a tristeza de amar a si mesmo. Quem se casa deve ter o espírito de Cristo, um espírito de querer servir e não querer ser servido... Formar o coração em virtude e generosidade é a primeira condição para o casamento ser feliz.
Outras condições para o casamento ser feliz: ter a saúde necessária, possuir meios financeiros necessários para manter uma família, como sejam uns bens, uma arte que aprendeu ou um emprego estável. Dispor do dinheiro necessário para cobrir as despesas diárias como: alimento, conservação da casa, roupa, educação dos filhos, saúde, recreação, pois tudo isto é indispensável para a família ser feliz. Numa casa de fome, onde reina miséria e pobreza extrema, dificilmente existe felicidade, paz e harmonia. Não são necessários riqueza e luxo, mas o mais necessário não poderá faltar.
Sobretudo é necessária uma vida em pureza, santidade e fé. Uma fé esclarecida e vivida é uma riquíssima e inesgotável fonte de graças para a vida a dois.
Compete aos pais ou tutores guiar os jovens na constituição de família com prudentes conselhos, que eles devem ouvir de bom grado; mas evitem cuidadosamente forçá-los, direta ou indiretamente, a casar-se ou escolher o cônjuge (Gaudium et Spes, 52).
Para o casamento religioso deve ser feito o processo de habilitação matrimonial. Para isso são necessários: certidão de batismo, atestado de estado livre, caso uma parte for de outra Paróquia, certidão de óbito em caso de viuvez, 3 proclamas em domingos seguidos, tanto na Paróquia do noivo como na Paróquia da noiva.
Se houver impedimento de parentesco é preciso pedir dispensa ao Exmo. Sr.Bispo. Sem a devida dispensa o casamento seria inválido.
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O Matrimônio – Vida a dois em Cristo
O matrimônio poderá ser chamado também: a consagração dos pais. Pois por este
sacramento é santificada a família é consagrada ao Senhor para ser um pequeno santuário,
uma igreja doméstica, onde pai e mãe dentro do sacerdócio comum dos fiéis realizam a sua
missão. É o sacerdócio da família. (Gên 1,28; 2,24; 2,18; Eclo 36,24-25; 1 Cor 7,1-15).
A família é a imagem de Deus, pois ela revela Deus no mais íntimo do seu mistério.
Pois Deus não é solidão, mas é família, Pai, Filho e Espírito Santo: a Família Divina.
A família é uma aliança de pessoas. Para sua aliança, elas são chamadas amorosamente
pelo Pai. Homem e mulher são chamados por Deus para uma vida de íntima comunhão e
amor. Esta vida de comunhão e amor tem como modelo e fonte o amor de Cristo pela sua
Igreja.
A lei fundamental da vida do amor conjugal é comunhão e participação e não
dominação. Matrimônio é uma doação, entrega exclusiva, irrevogável e fecunda à pessoa
amada, sem perda da própria identidade.
Amor conjugal assim compreendido é mais do que um simples contrato ou promessa.
Amor conjugal é aliança de duas vidas numa só. O verdadeiro amor não é estéril, produz os
seus filhos. Também o amor conjugal é fértil; esposo e esposa se unem de acordo com o plano
de Deus para servir à vida. A eles Deus confia a missão de crescer, multiplicar-se e encher a
terra para dominá-la. Esposo e esposa são chamados a ser participantes do poder criador de
Deus para transmitirem o dom da vida, gerando novos seres humanos.
PARA OS CATÓLICOS, POR QUE O SACRAMENTO DO MATRIMÔNIO?
(Gên 1,28; Ef 5,32; Tob 7,15)
Já no paraíso, Deus uniu o homem à mulher por um vínculo sagrado. Jesus elevou
esta aliança à dignidade de sacramento. Os noivo que recebem este sacramento, estão
dispostos a fazer uma aliança para a vida toda e se prometem mutuamente viver unidos no
amor e fidelidade até a morte os separar.
No momento em que os noivos contraírem o matrimônio, Cristo está presente, santifica e
ratifica a promessa por um sacramento, que será sempre para eles uma fonte de graças e
necessárias a seu estado. Por este sacramento estão unidos em Cristo até a morte. Sua união é
uma imagem da união de Cristo com sua Igreja (cfr. Ef 5,32).
Muitos não conhecem nem prezam o valor e a importância do sacramento do amor
conjugal. Devido à pouca instrução religiosa ou por comodismo e descuido já não procuram o
casamento religioso, contentando-se com o casamento civil.
Outros vêm à Igreja para celebrarem o matrimônio devido à insistência de familiares
ou à beleza da cerimônia.
Por isso, os esposos cristãos são robustecidos como que consagrados para os deveres e
dignidade de seu encargo por um sacramento especial. Imbuídos do espírito de Cristo,
desempenham a sua missão conjugal e familiar e se aproximam cada vez mais de sua própria
perfeição e mútua santificação (GS. 48).
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Desde o tempo dos Apóstolos o matrimônio é um sacramento, a Igreja sempre entendeu assim e que ele significa e produz graças nas almas do que se casam, em virtude da instituição de Nosso Senhor Jesus Cristo.
O QUE É O MATRIMÔNIO?
Sinal do amor de Deus.
O amor entre homem e mulher, unidade “uma só carne”.
Jesus veio reunir os homens para o amor (harmonia).
Renunciar a si mesmo para outra parte ser feliz.
O amor entre homem e mulher deve ser: unidade, doação, fonte de vida, amor que faz o homem semelhante a Deus, indissolúvel.
A união entre homem e mulher, torna-se em Cristo uma memória, festa de recordação do amor de Cristo aos homens.
Matrimônio lugar sagrado do amor responsável. Intima comunhão de vida e de amor entre um homem e uma mulher para serviço do reino e santificação dos mesmos.
São Paulo diz: “Maridos, amai as vossas mulheres, como também Cristo amou a Igreja e por ela se entregou.” (Ef 5, 32).
O NOIVADO: É o rito do pedido ou da promessa feito em geral na casa da noiva, pode ser também na casa do noivo; entrega de aliança.
ALIANÇA: Símbolo do amor e fidelidade do casal. Fórmula da entrega diz: “Recebe esta aliança em sinal do meu amor e fidelidade, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.”
Um casamento vitorioso precisa de um amor igual ao de Cristo e fidelidade.
QUAL O MOMENTO PRINCIPAL DA CELEBRAÇÃO DO MATRIMÔNIO?
É o consentimento, o sim. “Eu te recebo como meu esposo (a)”.
QUAL A MATÉRIA PRINCIPAL DA CELEBRAÇÃO DO MATRIMÔNIO?
O homem e a mulher, eles são os ministros do casamento.
QUAL O PAPEL DO CELEBRANTE NA CELEBRAÇÃO DO MATRIMÔNIO?
Testemunha qualificada da celebração do matrimônio, representante da Igreja.
O Concílio Ecumênico Vaticano II, chama o matrimônio de: “Íntima Comunidade de vida e amor”. Porque a Igreja adquiriu uma plena consciência do caráter sacramental do matrimônio.
COMO É A CELEBRAÇÃO DO MATRIMÔNIO?
 Comentário inicial (antes da entrada dos noivos)
 entrada dos noivos
 acolhida do celebrante
 liturgia da palavra
 Evangelho
 homilia ( pregação)
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 rito sacramental do matrimônio ( diálogo - consentimento )
 benção das alianças e entrega das mesmas.
 preces dos fiéis
 benção nupcial
 rito de comunhão “ Em caso especial quando houver comunhão, ex.: rito de missa”, se não ter comunhão termina com o Pai Nosso.
 conclusão da celebração.
A celebração do matrimônio não termina diante do altar. Aí começa uma vida nova que todos desejam seja vitoriosa e triunfal como a da entrada na Igreja.
Nulidade de matrimônio: 18 impedimentos para o matrimônio não ser celebrado validamente.
Para a Igreja Católica o matrimônio é indissolúvel enquanto os cônjuges viverem. A Igreja não pode dissolver um matrimônio válido. Assim, vige sempre a regra segundo a qual a única ruptura possível é o óbito de qualquer um dos cônjuges.
Todavia, existem situações em que o casamento de fato nunca existiu, ou seja, que nunca foi abençoado por Deus, acontecem casos em que um dos cônjuges casou não por vontade própria, mas por repressão ou por outras formas de intimidação ou engano. Através do competente tribunal eclesiástico, a Igreja julgará cada caso minuciosamente, a fim de se verificar as situações ou bases legais de nulidade do casamento. Se for verificado, baseando em provas suficientes e contundentes, o tribunal Eclesiástico declara a nulidade, ficando os cônjuges livres para contrair a novas núpcias.
1/ Falha de consentimento (cân 1095) –não ter o uso suficiente da razão- os que não são capazes de assumir as obrigações essenciais do matrimônio por causa de natureza psíquica.
2/ A ignorância. É um estado negativo da mente, falta de dados para julgar, entender o matrimônio como consórcio de toda vida. Ter filhos, vida sexual etc......(cân 1096).
3/ Erro. É o juízo falso da inteligência. Não entender a fidelidade total, não entender que o matrimônio é para sempre. Trata-se aqui do erro de direito (cân 1097 e 1099).
4/ Simulação. Fingir, má fé, astúcia, enganar a pessoa.ex: É como vender uma fazenda sem pastagem, sem água. ( cân 1101).
5/ Violência ou medo. Proveniente de causas externas, ter a liberdade constrangida. Ex: você casa ou morre. (cân 1103).
6/ Condição. Não se pode contrair validamente o matrimônio sob condição de futuro.
( cân 1102).
7/ Idade. No Brasil a idade é 14 anos para moças e 16 para rapazes. (cân 1083).
8/ A impotência. Incapacidade de praticar o ato sexual, antecedente e perpetua, absoluta ou relativa, por parte do homem ou da mulher.
9/ Vínculo com outro matrimônio. Tenta invalidamente contrair matrimônio quem está ligado por vínculo de matrimônio anterior. Não é lícito contrair outro, antes que conste legitimamente e com certeza a nulidade ou dissolução do primeiro. (cân 1085).
10/ A disparidade (dessemelhança) de culto. Ex: um cônjuge cristão e um cônjuge não batizado. A disparidade de cultos dificulta a comunhão de toda a vida. (cân 1086).
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11/ Ordenação diaconal e sacerdotal. Tentam invalidamente o matrimônio os que receberam ordens sagradas. Ex: diácono, padre ou diácono permanente que enviuvar. (cân 1087).
12/ Votos de castidade. Tentam invalidamente o matrimônio os que estão ligados por voto publico perpétuo de castidade num instituto religioso. (cân 1088).
13/ Rapto. Um homem ou uma mulher arrebatados violentamente ou retidos com o intuito de casamento. (cân 1089).
14/ Crime. Cônjuge que causou a morte do cônjuge desta. Pessoa acusada de crime contra o cônjuge. (cân 1090).
15/ Consanguidade até o 4° grau na linha colateral. É nulo o matrimônio entre todos os ascendentes e descendentes. Ex: É o caso de matrimônio entre pai e filha ou tio e sobrinha ou entre primos primeiros. (cân 1091).
16/ Honestidade publica. O impedimento de honestidade origina-se de matrimônio inválido, depois de instaurada a vida comum, ou de concubinato notório ou publico e torna nulo o matrimônio no primeiro grau da linha reta entre o homem e as consangüíneas da mulher e vice-versa. (cân 1093).
17/ Parentesco por adoção. Todos os que estão ligados por parentesco de adoção, em linha reta ou no segundo grau da linha colateral. Ex: o adotante e o adotado ou entre o adotante e o cônjuge do adotado. (cân 1094).
18/ Falta de forma canônica na celebração. Somente são válidos os matrimônio contraídos perante um assistente eclesial qualificado, são eles: o bispo, o padre, o diácono ou um ministro qualificado com provisão do bispo diocesano e duas testemunhas. ( cân 1108).
NA CELEBRAÇÃO DO MATRIMÔNIO O QUE É IMPORTANTE PARA A IGREJA, E O QUE NÃO É IMPORTANTE?
Na Igreja Católica, o casamento é considerado "o pacto matrimonial, com o objetivo pelo qual um homem e uma mulher constituem entre si uma íntima comunidade de vida e de amor, fundada e dotada de suas leis próprias pelo Criador. Pela sua natureza, é ordenado ao bem dos cônjuges, como também à geração e educação dos filhos. Entre batizados, foi elevado, por Cristo Senhor, à dignidade de sacramento." (Catecismo da Igreja Católica, n. 1 660).
OBSERVAÇÃO: A festa do casamento quando realizada com caráter religioso pode ser importante, veja alguns significados:
 recepção com arroz : símbolo da fecundidade
 o cortar o bolo : distribuir, o dar de si mesmo aos outros.
 o baile: sinal de alegria e felicidade.
 o banquete: sinal de unidade, de amizade e paz.
 o cálice: o casal bebe do mesmo cálice, desse cálice do amor só os dois podem beber.
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Quiinze exercííciios para o sucesso do Mattriimôniio.
1-O casal deve fazer Oração juntos todos os dias.
2-Ir a Missa aos Domingos e receber o Sacramento da Eucaristia.
3-Dizer: Eu te amo, todos os dias.
4-Olhar o marido (esposa) com os olhos do espírito.
5-Ter um ótimo dialogo conjugal.
6-Ter um respeito recíproco entre o casal, ser fiel.
7-Ter uma ótima harmonia sexual.
8-Ter discernimento para resolver os problemas do casal.
9-Preparar (aprontar-se) bem, um para o outro, ficar bonito (a) (agradável à vista).
10-Fazer da casa do casal, um templo do Espírito santo, casa de Deus.
11-Lutar contra o mal.
12-Renunciar a si mesmo para o outro ser feliz, não ser egoísta.
13-Perdoar sempre.
14-Fazer sempre à vontade de Deus, como a Sagrada Família.
15-Serem felizes para sempre, como homem e mulher, como família, fortalecidos pela graça recebida de Deus (sacramento do matrimonio).
Sacramento da Unção dos Enfermos
A Unção com o óleo sobre os enfermos é acompanhada por uma oração para que eles recebam um dom especial o Espírito Santo, graça do conforto, da paz e da coragem.
Cristo comunicou esse poder a seus discípulos que ungiram com óleo muitos enfermos e os curaram. Restitui a vista aos cegos, faz andar os paralíticos, cura os leprosos, faz ouvir os surdos e ressuscita os mortos (Lc. 7,22).
Foto: divulgação.
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UNÇÃO DOS ENFERMOS
A unção dos enfermos está ligada essencialmente a uma situação difícil da vida humana: a enfermidade.
As dores e enfermidades sempre foram consideradas como os maiores problemas que afligem a consciência dos homens.
Jesus em sua vida pública visitou e curou vários doentes, deu muito amor, carinho, fez com dignidade os enfermos voltar a vida, Jesus se tornou em um Cristo “médico”.
Jesus valorizou tudo quanto é humano, transformou até a doença, que em si é um mal, em um meio de louvar a Deus e santificar-se.
Foi na enfermidade que grandes homens encontraram a si mesmos, encontraram seu Deus e Deus nos seus irmãos. Ex.: São Paulo, Francisco de Assis, Santo Inácio de Loiola.
Todo enfermo tem sempre fé e esperança de recuperar a saúde.
Na doença o homem pode reconhecer sua pequenez, sua condição de criatura, que a vida e a saúde constituem um dom de Deus e não um direito.
0 homem não pode cruzar os braços diante da doença, deve lutar com disposição e procurar com empenho o tesouro da saúde.
Também é dever dos médicos e todos que trabalham na área de saúde lutar contra as doenças, para o bem da humanidade.
É dever dos Cristãos visitar os doentes e deixá-los fisicamente e espiritualmente confortados.
POR QUE ESTE SACRAMENTO É CHAMADO TAMBÉM DE EXTREMA UNÇÃO?
Porque teve séculos que os cristãos começaram adiar a penitência para o fim da vida, por isso a Igreja não podia celebrar a enfermidade dos cristãos, se não após a reconciliação penitencial, com isto este sacramento ficou sendo sinal de morte e não de vida, como é a vontade de Deus.
QUAL O MOMENTO CERTO DE RECEBER A UNÇÃO DOS ENFERMOS?
 No início de uma doença grave
 Em tratamento de saúde prolongado
 Pessoa com idade avançada
COMO FOI INSTITUÍDO A UNÇÃO DOS ENFERMOS?
Foi instituído por Jesus Cristo que concedeu aos apóstolos e discípulos o poder de curarem, através da imposição das mãos e da unção. (MT 10, 1-8; Lc 10,9; Mc 6,13)
Outro texto claro que a unção dos enfermos se tornou uma praxe da Igreja nascente, temos na Epístola de Tiago ( Tg 5, 13-15).
Alguém entre vós está sofrendo? Reze. Está alegre? Cante. Alguém de vocês está doente? Mande chamar os presbíteros (padre) da Igreja para que rezem por ele, ungindo-o com óleo, em nome do Senhor. A oração feito com fé salvará o doente: O Senhor o levantará, e se ele tiver pecados, será perdoado.”
OBSERVAÇÃO DO TEXTO
 É o enfermo que manda chamar o padre
 Tiago não fala de agonizantes, mas de enfermos simplesmente.
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 A oração é feita em nome do Senhor.
 Façam oração sobre ele, sugere a imposição das mãos para transmissão do Espírito Santo.
 A unção também perdoa os pecados.
QUAL A IMPORTÂNCIA DA UNÇÃO DOS ENFERMOS?
O enfermo necessita de uma graça especial de Deus para não desanimar, é submetido à tentação, não venha perder a própria fé. Por isso, Cristo é o melhor remédio que fortalece.
Este sacramento confere ao enfermo a graça do Espírito Santo. Ajuda ao enfermo a suportar as dores, combater o mal e conseguir se for conveniente à salvação Espiritual, a própria cura.
A QUEM CONFERIR A UNÇÃO DOS ENFERMOS?
1º) Fiéis que adoecem gravemente por enfermidade ou velhice.
2º) O Sacramento pode ser repetido, se o enfermo convalescer, bem como na mesma enfermidade, em caso de crises sucessivas.
3º) Antes de uma operação cirúrgica, se a doença for grave (menos operação plástica e cesariana).
4º) Pessoas de idade avançada, cuja as forças se encontrem debilitadas.
5º) As crianças enfermas, desde que tenham atingido o uso da razão e possam encontrar conforto no sacramento.
6 º) Aos doentes privados dos seus sentidos, mas com certeza, se conscientes pediria a unção.
QUEM É O MINISTRO DA UNÇÃO DOS ENFERMOS?
É o sacerdote: Bispos e Presbíteros.
COMO É FEITA A UNÇÃO DOS ENFERMOS?
Ungindo-se a fronte e as mãos do enfermo, contudo, em caso de necessidade pode ungir somente a fronte.
A FÓRMULA: por esta santa unção e pela sua piíssima misericórdia, o Senhor venha em teu auxílio com a graça do Espírito Santo (R. Amém), para que liberto dos teus pecados, ele te salve e na sua bondade, alivie os teus sofrimentos (R. Amém).
O ÓLEO DA UNÇÃO: não se parece com a unção do profeta, sacerdote e rei, própria do batismo e da confirmação, mas é semelhante ao gesto do bom samaritano, que unge com óleo as feridas daquele que se encontra caído na estrada, com uma finalidade terapêutica e de consolo: “aproximou-se dele e tratou-lhe as feridas, derramando nelas óleo e vinho” (Lc 10,34). O fato de suavizar as feridas com óleo, parecem ser praticas comuns da cultura do povo dos tempos de Jesus. Outro texto do novo testamento que ilustra os precedentes do sacramento da unção dos enfermos fala dos discípulos que “ungiam com óleo a muitos enfermos e os curavam” (Mc 6,13).
A CELEBRAÇÃO: A unção dos enfermos é celebrada dentro do esquema de uma celebração da palavra, é uma celebração totalmente dedicada aos enfermos. Os enfermos são ungidos pelo Sacerdote.
O rito termina com a oração do Pai Nosso, o doente pode receber comunhão, se for do seu desejo.
A benção final do Sacerdote, também é dedicada de forma especial a todos os enfermos.
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ORAÇÃO: “Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo, que pelo seu poder, seu amor, sua bondade, sua misericórdia, perdoa os nossos pecados, e cura os doentes. Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo, luz do mundo, pai dos pobres, dos fracos, dos oprimidos, dos humildes. Jesus, mesmo sendo seu amigo te chamo de Senhor, que será sempre louvado e adorado pêlos séculos dos séculos.” Amém.
Sacramento da Ordem
O Espírito Santo é invocado sobre os sagrados ministros, no momento da ordenação: “no sacramento da Ordem, Ele é o artífice da consagração sacerdotal ou episcopal” (João Paulo II). É o poder do Espírito Santo que doa o sacerdócio, que é pedido para um bispo a fim de que, sem desânimo, seja o pastor do povo santo; é o Espírito de santidade que invocado sobre os presbíteros, a fim de que, na qualidade de colaboradores dos bispos, sejam fiéis dispensadores dos santos; para os diáconos se implora a força dos sete dons do Espírito, a fim de que possam realizar fielmente o próprio ministério a serviço da palavra, do altar e da caridade.
Ordem: Sacramento do Ministério Apostólico
Vivemos hoje num mundo que tem uma visão e mentalidade acentuadamente materialista e utilitarista. Vivemos numa sociedade que visa o lucro, as utilidades, progresso técnico, cientifico e desenvolvimento econômico. Neste mundo há necessidade ainda do padre, ainda há lugar para uma missão especificamente espiritual.
A crise das vocações já não é fruto dessa mentalidade moderna? Onde desaparece a fé, a visão do sagrado, não se compreende mais o valor do sacrifício e de se consagrar, onde só se é valorizado um trabalho produtivo para construir o mundo material, ai não se entende mais o trabalho especifico do padre e muito menos surgem vocações.
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A vocação sacerdotal é um dom de Deus, um grande bem para o vocacionado. Mas também é um grande bem para a Igreja, para o povo de Deus, um bem para sua vida e missão. A Igreja tem o dever de proteger este dom. Cada comunidade através da pastoral vocacional deve promover diretrizes para o surgimento de mais vocações.
A Ordem é um sacramento, uma missão confiada por cristo a seus apóstolos continua sendo exercida na Igreja até o fim dos tempos.
O sacramento da Ordem é o ato pelo qual Deus Pai, mediante a efusão do Espírito Santo, representa um batizado ao seu filho Jesus Cristo, sumo e eterno sacerdote, consagrando-o ao ministério de anunciar, santificar e governar. Como o sacramento da Ordem é o sacramento do ministério apostólico, os Bispos, como sucessores dos apóstolos, transmitir o dom espiritual, a semente apostólica.
Só um varão (homem) batizado pode receber validamente a ordenação sagrada (cân.1024). O Senhor Jesus escolheu homens para formar o colégio dos doze apóstolos (Mc 3, 14-19; Lc 6, 12-16) e os apóstolos fizeram o mesmo quando escolheram os colaboradores (At 6,1-6; 1Tm 3,1-13; 2Tm 1,6; Tt 1,5-9) que seriam seus sucessores na missão ... A Igreja se reconhece vinculada por essa escolha do próprio Senhor.
Por isso, a ordenação de mulheres não é possível” (CIC 1577). Mas é importante dizer que a presença e o papel da mulher na vida e na missão da Igreja, mesmo não estando ligados ao sacerdócio ministerial, permanecem, no entanto, absolutamente necessários e insubstituíveis.Os livros do novo testamento e toda a história da Igreja mostram amplamente a presença na Igreja de mulheres, verdadeiras discípulas e testemunhas de Cristo, com total consagração ao serviço de Deus e do Evangelho. A Igreja defendendo a dignidade da mulher e a sua vocação, expressou honra e gratidão por aquelas que fiéis ao evangelho em todo o tempo participaram na missão apostólica de todo o povo de Deus. Trata se de santas mártires, de virgens, De mães de família, que corajosamente deram testemunho da sua fé e, educando os próprios filhos no espírito do evangelho.
O único carisma superior, a que se deve aspirar, é a caridade (1Cor 12,13). Os maiores no Reino dos céus não são os ministros, mas os santos.
ORDEM:
ORDEM SACERDOTAL: Diácono, Presbítero (padre), Bispo.
DIÁCONO: recebe o sacramento da ordem para exercer a função especial de serviço à Comunidade. Serviço de caridade, pregar a palavra, batizar, servir o Altar.
PRESBÍTERO: Os padres tem quase os mesmos poderes dos Bispos. Agem em comunhão com os Bispos. Os padres servem em obediência, a exemplo de Cristo. Seus trabalhos são: anunciar a palavra de Deus, guiar o povo de Deus aconselhando, reconciliando, consolando, presidir assembléias, etc.
BISPO: tem todos os poderes dos padres. Ao Bispo é reservado a ordenação de novos presbíteros, diáconos. O Bispo é o ministro ordinário do Sacramento da Crisma. Ele é orientador e supervisor da Diocese.
ARCEBISPO: Bispo de Diocese muito grande (Arquidiocese).
CARDEAL: não faz parte da ordem sacerdotal, é um título, nome de cargo na Igreja.
PAPA: Pastor maior da Igreja, conduz toda a Igreja Católica Apostólica Romana no mundo.
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VOCAÇÕES RELIGIOSAS
SACERDOTAL: Diácono, Padre e Bispo
LEIGO: liderança, participar ativamente da vida da Comunidade.
SACERDÓCIO UNIVERSAL: Dom sagrado, dote. Todos os homens na ordem da criação e por vocação poderão exercer por Cristo seu próprio sacerdócio, para si mesmos e em favor dos outros. Todo homem é chamado a promover a unidade, o amor.
SACERDÓCIO MINISTERIAL: Jesus Cristo reuniu doze homens e os deu uma “ORDEM”, uma missão, especial de continuarem sua obra de reconciliação dos homens, sua obra mediadora e de união. Anunciar o Evangelho, de guiar o povo e presidir culto.
A estes que receberam esta missão especial de Jesus a serviço das comunidades são chamados de Sacerdotes Ministeriais. Nos nossos dias são os Bispos e os Presbíteros.
SACERDOTE: * se inspira no sacerdócio de Cristo
 pessoa integrada em sua vocação de comunhão de vida e de amor com Deus.
 orientar todas as coisas ao seu fim último que é Deus.
 pessoa com dom sagrado.
 realiza a mediação de comunhão entre Deus e os homens.
 celebra missa, batiza, administra sacramentos.
 representante da pessoa de Cristo.
 administrador da região paroquial.
 O sacerdote é um chamado por Deus. Deus toma a iniciativa, como aconteceu com os Apóstolos. Cristo chamou Pedro, Tiago (Mt. 10,2-4). Ele não considera a classe social e nem a cultura ou a raça dos escolhidos. Ele chama quem Ele quer.
 O sacerdote se consagra de uma maneira total, radical e irrevogável a Deus e a serviço dos homens.
CELEBRAÇÃO DE ORDENAÇÃO
É uma celebração que interessa toda Comunidade Eclesial e não apenas aos candidatos a Bispo, Presbítero, Diácono.
Nesta celebração cada Cristão comemora seu próprio sacerdócio.
A Igreja como assembléia de Deus reunida rende graças a Deus pela continuação da presença e da ação de Cristo entre os homens pelo sacramento da Ordem.
A ordenação se realiza dentro da celebração Eucarística.
O rito da ordenação se situa após a liturgia da palavra no seguinte esquema:
 O Candidato se apresenta ao Bispo e diz: “Eis - me aqui”.
 Homilia - O Bispo fala ao povo e aos eleitos sobre a missão.
 Diálogo entre Bispo e eleitos (ordens e deveres)
 Oração dos fiéis - Ladainha de todos os santos.
É a Igreja unida em oração pelos eleitos (intercessão)
Os candidatos se prostram em sinal de pequenez, de fraqueza e humildade.
 Imposição das mãos: é o rito sacramental propriamente dito. Em silêncio se faz a imposição das mãos sobre a cabeça dos eleitos para o Diácono só o Bispo, para o Presbítero, o Bispo e os Padres presentes.
 A oração consecratória: tem forma de oração Eucarística, invoca o Espírito Santo e pede graças a Deus.
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 Entrega das Vestes:
 O Diácono: recebe a Estola para usar conforme Diácono transversal no ombro, recebe também o livro dos Evangelhos.
 O Presbítero: ele recebe as vestes do Presbítero: a Estola e a Casula, recebe do bispo o pão na patena, o vinho e a água no cálice para celebração da missa.
 O Bispo: recebe o Livro dos Evangelhos, recebe o anel, símbolo de fidelidade a Igreja.
A mitra é imposta em silêncio, significa a dignidade de sumo sacerdote.
O Báculo é símbolo do serviço pastoral e do cuidado com o rebanho.
ESTOLA: fita larga que os ordenados usam sobre a alva.
CASULA: vestimenta sacerdotal que se põe sobre a alva.
PATENA: pratinho que coloca a hóstia na missa.
MITRA: cobertura de cabeça, usada pelos Bispos e o Papa.
BÁCULO: bastão episcopal, cajado, bordão alto.
 Unção das mãos com óleo do Crisma. O Bispo unge a palma das mãos do ordenado que recebe o dom do Espírito Santo, para santificar o povo de Deus e oferecer a Deus o sacrifício eucarístico.
Rito segue com a Liturgia Eucarística, onde os novos ordenados são motivo da grande ação de graças.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
Código de Direito Canônico.
Concílio Vaticano II.
Celebrar a Vida Cristã (Frei Alberto Beckhauser, O.F.M).
Catecismo da Igreja Católica
CARDOSO- Marcelo
[email protected]
Filosofia- Centro Universitário Claretiano/ Belo Horizonte
Teologia – Mitra diocesana de Divinópolis/ Divinópolis- MG
PROFESSOR E MISSIONÁRIO/ Paróquia Nossa Senhora da Guia –
Bairro Sidil- Divinópolis /MG
05.10.1999- 1ª Edição / 08.08.2011- 2ª Edição / fevereiro 2020