Eles são sete aspectos que corroem a economia nacional e a ameaçam: eles são motivos de tanta preocupação  e de uma grande angústia do novo governo Benkirane, previsto até 2016,

cujo programa acabou de ser aprovado pelos membros do parlamento marroquino.

1 / A estação de plantio que promete ser difícil:
Esta é a primeira vez desde 2007 que as orações rogatórias são realizadas para pedir a chuva ... foi pouca chuva, dizem os especialistas, e se a situação continuar assim depois 15 de fevereiro, a temporada inteira estará comprometida, especialmente para os cereais.O setor primário contribui com 17% para o PIB nacional e emprega mais de 50% da força de trabalho.

A fraca colheita terá impacto sobre a Caixa de Compensação, mas também a balança comercial pode suportar um aumento de importações de cereais, cujos preços subiram acentuadamente, com as conseqüências previstas sobre as reservas cambiais.

2 / hidrocarbonetos, o abismo da Compensação:

Esses últimos anos, os preços de hidrocarbonetes registraram ganhos crescentes, às vezes duraveis, como o período em que o custo do petróleo ultrapassou  100 dolares, devido ao aumento da demanda munidal, principalmente da China e da Índia. Isto tem um impacto significativo sobre a economia de Marrocos, um país não produtor envolvido em uma política de grandes projectos que requerem muita energia. Esta situação marcará a ação do governo Benkirane como, antes dele, o governo El Fassi, que passou a maior parte de seu tempo a procurar fontes adicionais de financiamento para Caixa de Compensação com um valor recorde em 2011 de  45 bilhões de dirhams (DH), em vez de - agora -  tratando de controversas de17 milhões de DH. Este ano, o governo pode ter que enfrentar o mesmo problema que do seu antecessor porque, além das demandas dos dois gigantes asiáticos, há também a tensão prevalecente nas áreas produtoras, como de Irã.

3/ investimento  agrícola, o espectro de desaceleramento:
Marrocos tem feito grandes esforços nos últimos anos para atrair investidores estrangeiros, tendo uma fortuna relativamente melhor do que seus vizinhos. Desde 2008, e apesar da crise, a cesta básica não era muito consolidada, ​​assim em 2011,  20 bilhões de DH de investimento direto estrangeiro que foram injetados, registrando um aumento de mais de 16% em relação ao ano 2010, sendo que o envelope de projetos aprovados cresceu  61% para 60 bilhões de DH. A França, por si só, retém a parte do leão, com quase metade desses investimentos. Mas a grave crise que enfrenta a maioria dos estados europeus deixa prever  um esgotamento dessa fonte de divisas e de emprego em Marrocos, pois o que não deve ajudar os negocios de governo Benkirane é a conta de investimentos incapaz de acabar com o desemprego.

4/  O Turismo começa mal ...

Os acontecimentos de 2011 pesam, ao que parece, em 2012. Então, depois de todos esses anos, Marrocos tem feito enormes esforços e consentiu muitos  sacrifícios financeira para construir uma infra-estrutura turística de qualidade, perante uma política de formação de recursos humanos defrontada a chegada de turistas que começa a diminuir, pois o mês de Janeiro registrou uma baixa  cerca de 20% em termos de anoitadas, dados conforme o relatório nacional de programas de desenvolvimento econômico e do Turismo.

 Novamente, as razões são claras, elas consistem na combinação da primavera árabe com a crise econômica e financeira Europa que afetam drasticamente os setores da economia do país. Benkirane e seus ministros terão que ser criativos para retomar com as diretrizes da "Visão 2020" e a meta de 20 milhões de turistas. Deve, portanto, proteger os mercados existentes e tratar de conquistar outros, que não é algo ganho, tendo em conta o estado difícil da zona euro.

5 / As reservas cambiais, esgotadas por recursos alimentares e hidrocarbonetos:

São 169 milhões de DH em devisas retidas em seus cofres, seja 23 bilhões a menos do que em 2010, ou ainda 11,2%. A principal razão deste esgotamento das reservas cambiais decorre do poder duo infernal alimentação e hidrocarbonetos, cujos preços explodiram, junto com a demanda global. Sendo 354 milhões de DH de importações em 2011 ... Por os cereais por si só, houve um aumento de 48% da fatura, seja      11 milhões de DH; o hidrocarbonete apresentou uma fatura de 32 milhões de DH, enquanto em anos anteriores, esta fatuta não ultrapassou 7 bilhões de DH.

6 / O saldo comercial, um déficit crónico:

Um déficit crônico e que está crescendo ano a ano, 166 bilhões em 2011, contra 134 um ano antes, seja um agravamento de 24%. A taixa de cobertura das importações pelas exportações é de 48%, antes foi de 50% no final de novembro 2010. A demanda e as vendas de fosfatos aumentaram de  36% para o minério de ferro e 35,7% para o ácido fosfórico e os fertilizantes, embora que este aumento não foi capaz de compensar para com o preço dos alimentos e produtos petrolíferos nos mercados internacionais. No entanto, a crise europeia não augura nada de bom de fato que estes países em dificuldades são os primeiros clientes de Marrocos. Suas demandas  vão necessariamente e inevitavelmente afetar  muitos setores desta economia cada vez mais difícil sua situação, em especial a agricultura e algumas indústrias . O governo certamente não pode honorar a sua promessa de reduzir o déficit da balança comercial a 3% ...

 A única solução que resta a Benkirane é fortalecer a competitividade da produção interna para tirar proveito dos acordos de parceria concluídos aqui e ali, seja em Europa ou em outros países.

7 / O déficit orçamentário, um limite e uma barreira à ação do governo:

Um outra pesadelo da equipe Benkirane: além do aumento dos preços de hidrocarbonetes  e dos produtos alimentares, o custo da fatura social deixada pelo governo anterior, El Fassi. Trata de saldo deficitário de 30%, representado em 45 milhões DH em 2010. Benkirane comprometeu-se  perante o parlamento para reduzir o déficit em 3%, acreditando nas virtudes de uma boa governação. Este é certamente bom, a boa governação, mas isso não é suficiente, porque o déficit decorre também de fatores externos, independente  da vontade do governo, tais como os preços de materiais nos mercados, e especialmente se o barril de petróleo permanece na vizinhança de  100 dolares. O Ministro dos Negócios Gerais  do Governo, Najib Boulif, sugeriu que o déficit deste ano 2012 risca de se manter em seu nível atual, se os preços internacionais continuam assim ... Um déficit orçamental não vai resolver o problema da Caixa de Compensação que por sua vez agrava a conta do cofre público, tratando de um déficit orçamental que ameaça a política dos grandes projetos sobre os quais o governo pretende reduzir o desemprego.

 Pesquisador-universitário