Passado o Carnavalzão, a maior festa do povo! E esse ano, os grandes homenageados nas avenidas foram dois dos ditos povos formadores da “raça brasilis”: O Negro e os Indígenas, merecidamente.
A despeito da beleza exibida na avenida e a digna exaltação àqueles elementos, o samba desafina e a escola perde a harmonia quando vemos que fora da avenida e longe dos sons da batucada vivemos apenas no mundo das fantasias.
Pode parecer clichê ou até mesmo incomodar, mas não deixa de ser uma verdade e uma triste realidade, tantas vezes falada, fortemente estudada, incessantemente & eleitoralmente discursada e claramente mal resolvida.
Refiro-me à notória presença dos gestores e “grandes caciques” da grande folia – Uns poucos, contrastando com a ausência daqueles que são maioria segundo dados e compõem o grosso das ditas “comunidades”. Tão bem cuidam do Bum Bum Praticumbum, mas são omitidos nas diretorias e presidências das Escolas de Samba, das Ligas, do seleto grupo de Carnavalescos e até mesmo das Comissões julgadoras. É a alegoria perfeita da Casa Grande & Senzala. Esse antagonismo, essa falta de miscigenação. Dispensam-se estatísticas, é fácil demais observar! A resposta está no retrato de uma nação que opta pela hipocrisia de dizer que somos todos iguais, mas não tem uma real atitude de solução social. Partimos para o remédio demagogo de cotas, mas sangramos o Ensino Fundamental.
Que a vitória da Águia Altaneira de Madureira (de Paulo Benjamim de Oliveira) reforce o voo do Condor de Castro Alves, navegando dos grandes céus aos porões decrépitos dos abismos sociais nacionais que são enredo nota dez da vergonha em nossa história.
“...E que a voz da igualdade seja sempre a nossa voz...”