Os segredos do código.

Quanto mais me elevo, menor estou diante daqueles que não aprenderam a voar. Nietzsche, a grande pergunta qual o verdadeiro sentido de atingir as nuvens, em um mundo sem luz.

Tudo nesse universo é marcado por uma intensa escuridão, até as estrelas do céu, apagam diante do profundo silêncio, que determina o nosso caminhar.

Antes de atingir o céu procurei entender o grande filósofo, a distância do seu magnífico segredo, o qual lexiogenicamente, terá que ser revelado, por que o mundo teve que ser exatamente dessa forma?

Poderia muito bem ser diferente, esse é o primeiro grande segredo do código. Aqui reina um mundo, que em sua essência, é a mais exuberante fantasia.

Somos parte dessa ilusão, não existe possibilidade de outra perspectiva. Qual a finalidade de entender o silêncio. O desejo é a última determinação, findará como se fosse apenas um sinal.

Mas o grande segredo, é que somos resultados de combinações de produções químicas, o que é o homem, a não ser essa produção, perdida intensamente pelo mecanismo da replicação, no atendimento a evolução.

Após a morte não somos absolutamente nada, não poderia ser diferente, a solidez do mundo, é exatamente o aspecto fraco da diluição de tudo aquilo que deixará de ser.

Essencialmente, essa a nossa perspectiva, adianta sonhar a não ser o desejo fantástico da ilusão. Nem mesmo o universo poderá ter existência eterna, refiro-me a morte do átomo, quando o sol exaurir seu hidrogênio, será  naturalmente, o término.

Tudo que existe perde toda sua importância do ponto de vista da razão, então nem mesmo o universo passa ter existência, para aqueles que deixarem de ser. Nesse aspecto, a existência, tudo o que resta é o desaparecimento.

Mas existe outra grande descoberta, como o ser é produto da natureza, tudo que existe e vive é produto da mesma, primeiro existiu ela, e dela, surgiram todas as formas de vida, das bactérias ao homo sapiens.

Todos são parentes, vieram de uma célula comum, mesmo se não viesse da referida, surgiram da mesma substância que compõe a base da natureza. O átomo primeiro.

A substância da realidade é única, queiramos ou não, somos as mesmas coisas, viemos de um só princípio. Com efeito, estou afirmando, com facécia a comprovação do raciocínio.

Não só porque temos apenas um DNA, em nosso organismo, os mesmos elementos químicos que fazem parte da natureza, estão em nosso corpo, somos essencialmente produto dela.

Isso o que de certo modo descrevo, somos parentes de tudo, até mesmo do silêncio da imaginação, que revela os grandes segredos. Um dia, quando terminar definitivamente a linguagem, o homem exposto a sua insignificância, não perceberá, o quanto perdeu de tempo, imaginando a própria realização.

O que estou querendo dizer que após a morte, voltamos a ser o que sempre fomos os elementos químicos, mas ainda em vida, tendo ou não, a razão cartesiana perscrutou exatamente, o que é a natureza, quimicamente.

Por isso recuso-me a entender, que a existência da consciência tenha alguma função detentora das intenções. Isso não é verdade, o cartesianismo apoderou do instinto, cujo produto foi à linguagem, seu efeito, a criação da alma.

Somos nada mais que um silencioso dispositivo de complexas operações mentais, porém, não seguras do ponto de vista epistemológico.

Nesse momento, antes de revelar os grandes segredos, quero apenas prestar  uma homenagem a um peremptório gênio. O mundo teve alguns homens geniais, eles merecem o nosso carinho, a mais absoluta referência.

Certo padre, inteligente e famoso, morto pela inquisição, tudo por ter dito, que o universo é infinito, isso significa que ele não teve começo e não terá fim.

 Para a Igreja, só Deus poderia ser infinito, motivo de sua condenação. Fui profundamente influenciado por esse magnífico padre.

 Naturalmente que tive outras influências, no mundo epistemológico tudo é desenvolvido por relações, acho perfeitamente normal, não tem como ser diferente.

A ideia da infinitude como princípio da criação da matéria, concepção do senhor Giordano bruno. O vaticano tinha tanto ódio, que mesmo o padre pedindo desculpas foi queimado vivo, totalmente inútil a sua tentativa.

Ele também dizia que não existia diferença entre o mundo animado e o inanimado, o que de certa forma em parte, defende hoje a física moderna, tudo que é matéria vem de um único princípio. A evolução realiza-se por essa perspectiva.

O que é a alma? Pergunta feita por Giordano, ele negou a concepção clássica platônica, como algo fora do corpo, quando alguém morre, a alma não se retira, para um lugar privilegiado.

Acepção anteriormente herdada por Santo Agostinho. Isso significa que o céu cristão, é uma herança grega, e não da originalidade da cultura hebraica.

De certo modo isso não tem nada a ver com Cristo, o mesmo  revelou no evangelho de Judas, o verdadeiro céu define-se em Barbelo, em aramaico, significa universo paralelo, lá os deuses, são socialistas, todos tem o mesmo nível de grandeza e não passa pelo processo de deteriorar a matéria.

O céu de Javé é resultado de uma concepção de um Deus decaído, sem poder, aqui a matéria esgota na matéria, disse Jesus, em perfeito domínio da química, a realidade é apenas mudança de estado. A  ressurreição um  desproposito.  

Jesus sempre fora ateu a respeito, as concepções atribuídas a ele. Isso é magnífico, mas não compreensivo pelo mecanismo da alienação.

Para o padre Giordano, não existe a alma, como é defendido pelo vaticano. Essa ideia de céu, outra vida, é uma ilusão.

Recebi como herança, profundamente esse modo de entender as coisas, o motivo da minha admiração a esse padre exuberante, assassinado pela Santa Inquisição.

Uma celebridade em filosofia. Quantos padres geniais sabem que não existe Deus, e, agora vamos nos matar?

Para a química moderna, nada morre tudo muda de estado, Giordano, antecipa a química, tudo é vida disse  ele, porque em cada lugar da realidade física, até mesmo no mundo mineral, está presente uma lógica formal e vital.

A física também reflete desse modo, isso significa que o princípio vital, é a vida em qualquer forma da matéria.

A estrutura interna, o fundamento que faz cada coisa ser, como é, com efeito, o universo inteiro é composto de uma alma, a diferença do movimento Greco-romano, que a alma para Bruno não é transcendental.

Portanto, para o padre, filósofo, Giordano, Deus não tem fundamento exegético, porque mesmo ele sendo divino, também a sua alma, era semelhante à alma de uma pedra, da árvore,  etc.

Com efeito, Deus seria um produto da natureza, e nada além desse entendimento. Entender Deus desse modo, para um padre, seria um golpe fatal para o Vaticano.

O motivo da fúria do Papa. Galileu poderia até ser perdoado, nunca fora padre, Bruno era fruto da Instituição.

Na verdade quem definiu a alma com essa acepção, posterior a Platão, foi o grande mestre Aristóteles, entretanto, o Aristóteles que chegou a formulação do pensamento ocidental, foi totalmente adulterado pela tradução árabe; Avicena e Averrois. O conceito de alma para Aristóteles sempre fora imanente a matéria.

Isso significa que a alma para o filósofo e físico grego, jamais separaria do corpo ao morrer, mas continuava sendo o princípio vital da natureza, na mudança de estado, conceito da física, química, e da Biologia, dos  tempos contemporâneos.

Esse entendimento correto de Giordano a respeito de Aristóteles, o verdadeiro aristotelismo, o qual foi inteiramente deturpado pela tradução Árabe, com objetivo de forjar substrato epistemológico, para fundamentar o islamismo. O cristianismo tomista herdou essa deturpação.

O que fez o Vaticano em vez de buscar as origens do pensamento objetivo de Aristóteles, aceitou o falso aristotelismo, porém ideologizando como verdadeiro, e com isso justificou o fundamento da ressurreição.

Isso significa que a morte tem uma base epistemológica falsa, culturalmente o principio de uma alma existente, não tem fundamento, do mesmo modo a reencarnação, tudo porque tentou burlar a lei fundamental da natureza, que é a mudança do estado. A química explica cientificamente essas ilusões.

Giordano conhecia o pensamento original de Aristóteles, com efeito, trabalhou na construção da verdade, contrariando o opiniático Aristóteles Vaticânico.

Perdeu a vida em defesa da verdade. Portanto, o fundamento da alma e da ressurreição, como substrato aristotélico da forma que é apresentado hoje, simplesmente é uma fraude histórica. A morte de Giordano, o maior crime praticado por um Papa, porque deveria entender esses preceitos.

O que explico, tem como substrato a defesa da alma imanente à matéria, isso como princípio e lei da natureza, não de um Deus transcendente, tudo é apenas o princípio vital.

No fundo o que está sendo exposto nessa síntese é a conquista em referência a esse aspecto da defesa de Aristóteles, e não a sua física, numa perspectiva mais global, a que foi profundamente adulterada.

Aristóteles, seria muito mais gênio, se tivesse passado para história, sendo apenas grego. Por outro lado, o que se percebe é que Aristóteles foi totalmente adulterado pelo pensamento Árabe, na sua globalidade.

O que sabemos, o que foi apresentado como se fosse dele, não é de fato original. O verdadeiro Aristóteles é outro, motivo pelo qual os fundamentos transcendentais, não tem sentido.

Pregou-se uma grande mentira ao pensamento ocidental, o primeiro que tentou mostrar ao mundo esse desastre teológico, sofreu terríveis torturas, o derretimento da sua carne na fogueira, ao contrário de Galileu, negando tudo que tinha dito antes, evitando dessa forma de ser queimado.

A respeito da morte, não apenas em referência ao homem, mas da mesma forma, ao mundo animal, o mecanismo é o mesmo, na natureza nada sofre variação.

Isso significa que o padre antecipou a biologia, particularmente à evolucionista, tudo é interligado e vem do mesmo princípio.

A ruptura com a ortodoxia cristã foi terrível, sua teoria de fato recuperava o antigo paganismo, por considerar Deus apenas um elemento da natureza, fundamento vital e imanente à mesma. Deus seria tão somente uma ideologia. O que é praxiologicamente verdadeiro.

Giordano Bruno, sempre fora muito pertransido, ele tinha plena consciência que Deus sempre fora uma invenção da elite, particularmente da nobreza que se apoderou do Vaticano, com objetivo de ganhar dinheiro, inventara Deus, vendia o céu, para gente ignorante e levava os pobres aceitarem a servidão.

Porque tinha medo do inferno, outra invenção, com objetivo do domínio econômico. O mundo muda a forma da dominação, mas jamais a dominação, sempre foi dessa maneira a realização da história.

Para negociar bem Deus, foi necessário criar o demônio, então o Vaticano inventou o diabo, aqueles que não forem para o céu, terão como moradia o inferno. Giordano sabia que tudo isso, era invenção ideológica, religião para ele,  sempre fora charlatanismo.

Tanto é verdade, que diante da fogueira, quando foi queimado vivo, em razão das suas ideias, foi levado a ele um crucifixo, com o propósito de arrepender-se de seus pecados, simplesmente recusa de olhar a imagem, com a plena consciência, que aquilo não significava nada.

Mas, no entanto era tudo, para o poder papal, também ainda, para o modelo de uma sociedade feudal em crise.

O símbolo como produto da ignorância do Papa e como o diabo não existe, ele pensava, brevemente o meu corpo será transformado em cinzas e imediatamente tudo que restará de mim, são átomos agregados à natureza, da mesma forma que resultei dela, voltarei plenamente o que fora antes.

Os segredos do código, é  uma grande homenagem feita por um professor de filosofia a esse eminente filosofo. O mundo moderno, ainda não o colocou no seu devido lugar, Galileu muito menos eminente alcançou o pedestal da sabedoria científica. Por que também não Giordano.

Imagino que tudo aconteceu, porque os verdadeiros formuladores do pensamento moderno, nos séculos posteriores foram os protestantes e por ideologia, não quis colocar alguém do clero, no mais alto panteão da sabedoria. A razão da minha homenagem.

Quero dizer ao padre Giordano, que ele estava certo, como homem sou apenas um micro átomo, sem nenhuma importância para minha pessoa, muito menos para natureza, sendo que a mesma me suporta isso porque ela não tem alternativa.

Sou parte dela, melhor especificando sou eu mesmo a natureza. O que significa que não tenho muito valor para o universo. Por que sou o universo.

O que em latim denomina-se derelictio, ou seja, o mais absoluto abandono, mesmo se Deus existisse que não é o caso, o individuo encontra-se sozinho na natureza, sem perspectiva, tudo que espera dele é a morte.

Para filosofia existencialista é o sentimento do Dasein, o que em alemão, significa, o homem está jogado no mundo, numa relação profundamente inautêntica e anônima.

O terrível lesto de algo que terá objetivamente fim. A vida é um leve espaço, perdida definitivamente no infinito, como tudo está perdido nele, a própria dança interminável dos mundos paralelos.

É naturalmente a degradação, resultada da inautenticidade do ser, que está aqui, sem poder fugir, fora das condições objetivas de poder estar em outro lugar, o que deve ser olvidado.

Resta ao homem apenas a solidão, a certeza de um dia perder-se definitivamente, a razão de ser agregado mitigativamente a esse mundo.

Nesse momento não terá mais sentido a sua mudança de estado, dentro da natureza. As diminutas partículas de átomos. Somos essa dissolução, resta ao homem sua agregação, de onde vem o seu lépido surgimento.

O universo foi feito também dessas pequenas coisas, que ele mesmo engole, devora, para sempre como se um dia nunca tivesse existido. No entanto, o mesmo será eliminado por si.

O que é interessante, tudo que existe, é constituído de matéria, terá que exular-se a sua reformulação primária, repetir-se eternamente, menos a alma. Uma invenção axiológica de Platão.

Quando a matéria teve início a bilhões de anos, na era do mais absoluto frio quando o sol queimar definitivamente o seu hidrogênio. Esse fenômeno repetir-se a, na sua complexidade em todo infinito.

Você tinha razão Giordano Bruno, não somos absolutamente nada, um dia até esse nada que somos desaparecerá. A matéria terá fim, dissolve se nela mesma.

Porque o universo inteiro será reiniciado. O que não sabemos se haverá um novo erro na natureza transformando em um dos primatas em homo sapiens, e produzindo imprevisivelmente o fenômeno da linguagem como erro da natureza.

Sendo que o universo, não depende de nós, quanto a mim, a natureza me faz um grande favor, num determinado momento da minha existência, sou acolhido de forma dramática, mas aceito, o favor que recebo.

É que a natureza deixe o meu corpo repousar eternamente sobre seu solo, até que todos os átomos transformem nela. A partir desse instante acabou definitivamente o que significava o meu ser.

É por esse fundamento que posso dizer que o ser não existe, apesar de estar no mundo, esse estar é uma ilusão, procedimento latíbulo, tudo que posso refletir, é essa lógica a qual descrevo.

Se percebesse a possibilidade de outra realidade, sendo que a mesma pudesse me garantir o silêncio da imaginação, a vontade que a verdade seja invertida.

Diria entre uma ou outra mecanicidade, o eidos grego, a representação de um ente puramente formal, de natureza platônica, isso aqui poderia até ser um ideário cheio de facundidade, metafísico, o que com toda certeza não é.

Uma revolução eidética, como se a particularidade tivesse algum poder, para designação das características essenciais, no fundo, sua apresentação de aspecto universal, esconde o fascínio, de um mecanismo puramente abstrato e ilógico.

Disse o professor de filosofia, na verdade somos como crianças, eternamente infantis, apropriamos de conceitos vagos e não fundamentais, a história da vida e das relações.

Achamos no direito pela ignorância, através de conceitos absurdos e por não compreendermos o fundamento das coisas.

Tornamos arrogantes, impomos procedimentos culturais, sem lógica ilustrativa e fazemos pessoas de poucas referências, viver na mais absoluta loucura e perder aquilo que temos de melhor, a liberdade.

Algo induzido, por meio do qual me tornei muito humilde. Considerando os elos evolutivos diretos, um dos nossos avos, muito provavelmente tenha sido uma bactéria.

O outro avo, um peixe, posteriormente um réptil, sendo que o último, um mono, além disso, somos irmãos dos macacos, primo de crocodilos, sapos, urubus e outros bichos. O DNA deles é semelhante ao nosso. O fundamento do mesmo princípio da existência.

Para completar viemos da mesma espécie da qual originou Hitler, Mussolini, e dos generais que deram golpe militar por todo terceiro mundo, a serviço de uma burguesia corrupta, cujo único objetivo, fora evitar a distribuição de renda, contra aqueles que realmente trabalham.

Do ponto de vista ontológico, ao morrermos, temos o mesmo valor físico para natureza, de uma barata em deterioração, nada é na prática de sua finalidade, superior a outras possibilidades.

Diante dessa espreitadela naturalmente objetiva, resta a minha pessoa, ser muito simples, o que procuro ser, enquanto viver, porque para completar esse entendimento, ao morrer, um dos nossos avos, além de procurar nos assassinar em vida, devora-nos antes da própria natureza. As bactérias.

O resto que sobra é a realização da transformação de mudança de estado, o início de tudo e o que será eternamente.

A falta de cultura científica leva ao homem a pior das loucuras, que é acreditar que tudo poderá ser resolvido fora das leis da natureza. O mundo funciona por lógicas concretas, que estão inscritas no mundo natural.

Mas a negação do princípio fundamental, que significa antes a sua realização, é o reinício do fundamento, que necessariamente repete se eternamente.

Exatamente por essa razão que Deus não serve para nada, as leis estão determinadas e não se pode alterar o curso essencial do fundamento.

Somos realmente o nada, estar nesse mundo por melhor que seja, significa ser abandonado. Não existe caminho para ter-se um novo futuro, a finalidade última é deixar de ser, esse é o grande objetivo, o único possivelmente.

Edjar Dias de Vasconcelos.