Os Primórdios do Feminismo
Por BESSANI, Dinaldo | 23/07/2014 | CrônicasEm meados do século III a.C iniciou-se a pré e mais cruel revolução sexual da estória dos animais racionais. A esta se deu o pseudônimo de “A revolta da vagina”. Nosso desígnio se regulará em reflexões fictícias voltando-se para uma literatura trivial com fundamentos que pouco terá a ver com o persuadir filosófico (?). Não sejamos inocentes: na atualidade, pedir a alguém para PENSAR é igualável a exigir que um macaco raciocine sobre os benefícios da banana.
Na primavera de 250 a.C no pequeno lugarejo das Ilhas Jônicas, próxima a Grécia antiga; as mulheres sofriam por não receberem AMOR verdadeiro de seus esposos. Os homens as viam como um pedaço de carne a comer. As usavam sexualmente e depois partiam em busca de outras fêmeas que permitiam serem consumidas.
Pois bem, tratadas como lixo e utilizadas feito sapato velho que ficara sempre ao lado quando um novo chegar; Moralina, a esposa do desencarnado Menelau, após ter tomado contato com as narrativas da mitologia grega, em especial; Afrodite. Começou a avaliar o quanto as consortes eram maltratadas pelo vicioso materialismo masculino que faziam delas o que bem desejavam.
Porém, notou outros desafios a superar: primeiro; as mesmas em sua maioria deixavam serem escachadas, humilhadas sem amor. Ou seja: vaginas vagantes. Segundo; se comportavam como criaturas submissas e, portanto, inábeis para refletir sobre uma solução que mudasse o rumo de vossas existências e, ganhassem com isto; o respeito dos machos.
Logo, a viúva de Menelau convocou uma assembleia onde ficou decidido que nenhuma mulher praticaria coito sem o amor de seus parceiros. E cobrariam dos homens fidelidade e direito de exclusividade. Não aspiravam mais ser aproveitadas como mísero clitóris. Inicia-se o primeiro manifesto feminista; “A revolta da vagina”. Foram dois longos anos sem deixarem ser tocadas. Obviamente que os homens entraram em desespero: masturbação, homossexualismo, estresse, depressão, violência; mas nada de aprenderem a amar!
Foi então que um sujeito astuto com o nome de ‘El Baco’ teve a ideia de convidar Moralina para dar um fim nesta greve vaginal. Julgando que o sexo feminino daquele local também não sabia o que é o AMOR, fez da chefa moralista sua escrava entre as quatro paredes. Fingiu todos os momentos. Deu-a uma noite sexual inesquecível e provou que para fazer sexo, o amor é o que menos interessa. Afinal, cuidar e pagar as contas de uma companheira é tarefa de cônjuge. Quem realmente a ‘come’ são os amantes. É o dar e receber sem compromisso. E por dedução ilógica, o ciclo da ‘xana’ durou até que um bom tempo, no entanto; perdera para um elemento surpresa com o codinome: pênis passional.
Depois desse episódio bárbaro que nossos antepassados tiveram que suportar, ‘las ticas’ entenderam a lição de Baco e foram à luta com chumbo trocado: ‘eu dou, tu dás, ele dá, nós também damos; e não analisamos’. Elas caçaram seu espaço e hoje se oferecem para quem querem e quando anseiam. É que a vagina virou ‘aranha’, sofreu uma série de mutações ocasionada pela ansiedade crônica que abalou toda correspondência genética deste aparelho multifuncional.
Daquelas que almejavam pelo Amor incondicional sobrou em sua maior parte as que se envaidecem pelo uso do corpo como autoafirmação plástica prostitucional.
Como o animal masculino pouco evoluiu no decorrer dos milênios, ainda teima em jogar com as mesmas cartas; acham que a masculinidade é tudo. Já que elas garantem que a feminilidade é ‘mais’ que tudo. Oh! Quem detém a razão? Que ‘tudo’ é este? Na realidade os órgãos genitais habituaram-se saber mais que o cérebro de quem os comanda. Por isso uns são mais animais que outros. Para quem supõe ser na ‘cama’ a paragem que os casais deliberam suas importantes diferenças conjugais; a empiria madura diz não.
Deste modo, nosso intento crítico reflete sobre uma das dificuldades dos seres: a crise da afinidade conjugal. Não foi desonrar as mulheres. Nem colocar os homens acima ou abaixo delas. O caso é complexo. Pois, os dois se igualam na hipocrisia e cobram valores morais que ambos são incapazes de cumprir. Seriam a vagina e o pênis os termômetros do verídico amor? Estamos cientes que nossa exegese hipotética vai para além das entrelinhas. O fundo filosófico moral da ‘rebeldia da vagina’ relatada nos primórdios do feminismo vem nos alertar sobre a infantilidade emocional dos indivíduos. É preciso crescer.
Por fim, se a vagina e o pênis determinam o foco de nossas vidas; a possível interrogação quê estirpe de gente devera ser o homem contemporâneo, nos dará a réplica não proporcionando enigmas nem mesmo aos porcos: somos o que somos. Infelizmente quanto a isso não restam dúvidas.