Clarice Rodrigues Santana

Érica Patrícia dos Reis Oliveira

Maxsivone Moreira da Silva,[1]

Primeiro dia na creche é muito doloroso para alguns pais, às vezes são os que mais sofrem. No entanto o processo de adaptação pode ser mais longo para alguns, tanto para o adulto quanto para a criança. Durante esse processo, podemos perceber que a insegurança dos pequenos é expressada principalmente através do choro,  que pode ser continuo ou parcelado, soluçado ou gritado, essa atitude é uma maneira desesperada de demonstrar sua insegurança. Porem, percebemos outros sinais que a criança pode utilizar para convencer os pais que eles não precisam ou não querem ficar na creche, pois não nascemos prontos, e durante toda a vida estamos nos deparando com situações novas e desafiadoras,que nos angustiam e nos tornam inseguros Febre, irritabilidade, agressividade, dificuldade em aceitar a alimentação, mordidas, entre outros. No entanto tudo passa, basta o adulto ter confiança, estabelecer parceria com o professor, ter dialogo e firmeza com a criança. Na creche a criança vai encontrar amor, carinho, aconchego e também limites.
Esse tempo que chamamos de adaptação, é um processo desafiador a todos envolvidos. As crianças se deparam com uma rotina diferente, tem a atenção dividida que antes era na maioria das vezes exclusiva. Os pais tem a imaginação que os professores já conhecem todos que estão na sala. Os profissionais precisam em uma semana aprender em média 26 nomes e que em algumas turmasas crianças ainda não sabem falar,  conseguir reconhecer os  pertences e os responsáveis pelas crianças.

E se o novo gera insegurança e ansiedade em qualquer idade, na educação infantil esse processo é ainda mais intenso. Saindo de sua zona de conforto os pequenos se veem em um ambiente coletivo com regras diferentes das de sua casa, são estimulados a participar de atividades incomuns ao seu dia a dia e passam a conviver com adultos e crianças inicialmente estranhos. E o que parece um período curto para um adulto, pode significar para uma criança a sensação de abandono definitiva.Cabe aos pais e responsáveis contribuir positivamente para que esse processo seja menos doloroso. Ajudando como podem, por exemplo, nomeando os pertences, procurando se apresentar a professora como responsável de sua criança e as vezes indicando quem é seu filho (a).

       “Nessa semana de adaptação, nas andanças chorosas pela escola, houve momentos em que tudo ocorreu bem e outros em que nada parecia dar certo. Mas, é juntamente nesse lugar de perdas e ganhos que o vínculo com as crianças e as famílias foi se estabelecendo, de modo que as crianças passaram a entender que conhecíamos seus pais, sabíamos onde eles estavam e como encontrá-los quando fosse necessário”.

 

Lays Pereira
 

Vale lembrar que esse período pode se estender muito mais tempo do que uma semana, por isso a decisão dos pais ao matricular uma criança pequena na creche deve ser feita com muita segurança. Se os responsáveis estiverem inseguros, com pena ou qualquer outro tipo de sentimento negativo sobre o que é frequentar uma unidade de educação de infantil, com certeza passará isso para os pequenos e estes sofrerão ainda mais no período de adaptação. 
Vale lembrar que a educação infantil é um direito da criança e que além de serem cuidadas elas também recebem inúmeros estímulos importantes para o desenvolvimento integral.

Por isso durante o processo que chamamos de "adaptação" demonstre ao seu filho (a) que você confia inteiramente na unidade e em seus profissionais. Evite chorar na frente de sua criança e alongar-se nas despedidas.
Assim como nós adultos as crianças também tem receio do novo, no entanto com o tempo nos acostumamos e nos acomodamos. Reflita sobre tudo de bom que uma criança aprenderá na creche e permita que seu filho (a) experimente e vivencia novas experiências. 
Tenha paciência e confie.

 

[1] Licenciadas em Pedagogia- Professoras da Rede Municipal de Rondonópolis/MT.