Os Patriarcas - Capítulo 4
Por Hebert Oliveira | 22/09/2016 | LiteraturaEntão os reis de Sodoma, de Gomorra, de Admá, de Zeboim e de Belá, que é Zoar, marcharam e tomaram posição de combate no vale de Sidim contra Quedorlaomer, rei de Elão, contra Tidal, rei de Goim, contra Anrafel, rei de Sinear, e contra Arioque, rei de Elasar. Eram quatro reis contra cinco.
Ora, o vale de Sidim era cheio de poços de betume e, quando os reis de Sodoma e de Gomorra fugiram, alguns dos seus homens caíram nos poços e o restante escapou para os montes. Os vencedores saquearam todos os bens de Sodoma e de Gomorra e todo o seu mantimento, e partiram.
Levaram também Ló, sobrinho de Abrão, e os bens que ele possuía, visto que morava em Sodoma. Mas alguém que tinha escapado veio e relatou tudo a Abrão, o hebreu, que vivia próximo aos carvalhos de Manre, o amorreu. Manre e os seus irmãos Escol e Aner eram aliados de Abrão.
Sarai: Abrão, aconteceu um ataque lá na cidade de Sodoma, onde Ló está.
Abrão: Como você sabe?
Sarai: Um homem que conseguiu escapar nos contou.
Abrão: Mandem convocar os 318 (trezentos e dezoito) homens treinados, nascidos nesta terra e vamos a Dã, em perseguição dos inimigos!
Então, durante a tardinha chegaram à cidade. Abrão combinou com seus soldados que iram atacar a noite.
Abrão: Mais uma coisa: nós atacaremos em grupos. Um grupo irá até onde Ló está preso.
À noite os inimigos desarmaram os acampamentos e seguiram em direção a Hobá, ao norte de Damasco. Os soldados de Abrão os viram indo embora, por isso avisaram-no. Abrão, então os atacou e saíram, com a ajuda do SENHOR, vitoriosos da batalha. Voltando Abrão da vitória sobre Quedorlaomer e sobre os reis que a ele se haviam aliado, o rei de Sodoma foi ao seu encontro no vale de Savé, isto é, o vale do Rei.
Então Melquisedeque, rei de Salém e sacerdote do DEUS ALTÍSSIMO, trouxe pão e vinho e abençoou Abrão, dizendo: Bendito seja Abrão pelo DEUS ALTÍSSIMO, CRIADOR dos céus e da terra. E bendito seja o DEUS ALTÍSSIMO, que entregou seus inimigos em suas mãos.
E Abrão lhe deu o dízimo de tudo. O rei de Sodoma disse a Abrão: Dê-me as pessoas e pode ficar com os bens.
Mas Abrão respondeu ao rei de Sodoma: De mãos levantadas ao SENHOR, o DEUS ALTÍSSIMO, CRIADOR dos céus e da terra, juro que não aceitarei nada do que pertence a você, nem mesmo um cordão ou uma correia de sandália, para que você jamais venha a dizer: Eu enriqueci Abrão. Nada aceitarei, a não ser o que os meus servos comeram e a porção perten-cente à Aner, Escol e Manre, os quais me acompanharam. Que eles recebam a sua porção.
Abrão, então entrou em sua tenda. Já era noite quando ele estava sozinho e teve uma visão: Não tenha medo, Abrão! EU SOU o seu ESCUDO; grande será a sua recompensa!
Abrão: Ó SOBERANO SENHOR, que me darás, se continuo sem filhos e o herdeiro do que possuo é Eliézer de Damasco? TU não me DESTE filho algum! Um servo da minha casa será o meu herdeiro!
SENHOR DEUS: Seu herdeiro não será esse. Um filho gerado por você mesmo será o seu herdeiro. Venha cá para fora. Olhe para o céu e conte as estrelas, se é que pode contá-las. Assim será a sua descendência.
Abrão: Sim, SENHOR!
SENHOR DEUS: EU SOU o SENHOR, que o tirei de Ur dos caldeus para dar a você esta terra como herança.
Abrão: Ó SOBERANO SENHOR, como posso saber que tomarei posse dela?
SENHOR DEUS: Traga-ME uma novilha, uma cabra e um carneiro, todos com três anos de vida, e também uma rolinha e um pombinho.
Abrão trouxe todos esses animais, cortou-os ao meio e colocou cada metade em frente à outra; as aves, porém, ele não cortou. Nisso, aves de rapina começaram a descer sobre os cadáveres, mas Abrão as enxotava. Ao pôr do sol, Abrão foi tomado de sono profundo, e eis que vieram sobre ele trevas densas e apavorantes.