Soldado: Você está preso em nome da lei e do rei. Haha! Essa foi boa. Vamos!

Betuel: Não! Por favor, não!! Nãããããããão!!!!! (Os guar-das tentam levá-lo, mas ele opõe resistência)

 
 Um guarda atinge Betuel com a espada na coxa, ele cai sucessivamente no chão. Tamara e Labão saem assustados para ver o que está acontecendo com Betuel, seu esposo e pai, respectivamente. Tamara tenta afastar os homens de Betuel enquanto Labão chora com me-do. Os homens lançam a esposa de Betuel no chão na mesma proporção que levam ele embora. Tamara avança em cima dos soldados novamente, que outra vez a jogam no chão e vão embora. Labão corre para socorrer a mãe, Samuel chega e ajuda.

Samuel: O que aconteceu?! Cadê Betuel?!

Labão: Papai foi levado por cobradores de impostos.

Samuel: Por onde eles foram?

Tamara: Por ali. (Apontando a direção)

Samuel: Posso entrar na casa de vocês para pegar alguma faca ou espada?

Tamara: Pode.

Samuel: Venha.

   Samuel carrega Tamara e a leva para dentro da casa se-guido por Labão, coloca-a no tapete e deita sua cabeça num travesseiro e procura por uma espada até achá-la. Quando encontra, vai correndo em direção dos soldados. Abraão e seu povo continua a viagem no sol quente. Abime-leque está em seu quarto de pé, conversando com sua espo-sa.

Galit: Viu por que eu disse que a sua ideia não iria aca-bar bem?

Abimeleque: É, e agora você vai jogar na minha cara isso, não é, “Galeto”? Digo, “Galit”?

Galit: Mas que eu...

Abimeleque: Se você quer que eu diga que você tem razão, tá bom. Eu digo. “Galeto”...Galit, você tem razão.

Galit: E pare de me chamar de Galeto.

Abimeleque: Que o DEUS de Abraão me perdoe, mas não que-ro tornar a ver o rosto daquele profeta de novo, nem de sua família. Não quero!

Galit: Mas a culpa foi sua.

Abimeleque: Eu já ouvi, Galeto!! Não precisa ficar repe-tindo toda hora, ora!

Galit: Você só está arcando com as consequências e eu não sou Galeto, sou Galit.

Abimeleque: Cala a boca, Galeto!

Galit: Eu não sou Galeto, sou Galit!

Abimeleque: Com licença, Galit, porque eu vou dormir. A noite hoje foi horrível. (Se deita)

Galit: Eu não sou Galit, sou Galeto!! Não, agora você falou certo. (Senta-se ao lado de Abimeleque) E a festa? Ainda está de pé?

    Abimeleque: Está. Vai ser hoje. Porque eu não posso can-celar a diversão dos meus súditos por causa dos meus pro-blemas pessoais.

Galit: Não! É claro que você não pode cancelar a diversão dos seus súditos por causa dos seus problemas pessoais.

Abimeleque: Porque isso seria uma injustiça muito grande.

Galit: Sim, seria uma injustiça muito, muito grande.

Abimeleque: Porque o problema é meu e não deles.

Galit: Verdade. O problema é seu e não deles.

Abimeleque: Afinal, uma festa ajudará a esquecer todos esses contratempos.

Galit: Todos, todos os contratempos. Uma festa ajudará a esquecer todos esses contratempos.

Abimeleque: E Galit é uma besta.

Galit: Ah! Mas Abimeleque é muito mais.

Abimeleque: Galit! Dá pra parar de repetir o que eu falo?

Galit: Claro que dá pra parar de repetir o que você fala.

Abimeleque: Galit!

Galit: Tá, tá, eu paro.

   Samuel encontra os soldados com Betuel e avança em cima deles. Os soldados se defendem, eles lutam. 1 contra vários. É uma luta impossível. Os guardas conseguem de-sarmar Samuel, o derrubam e vão embora. Samuel volta para a casa de Betuel todo sujo.

Tamara: E aí? Cadê ele?

Samuel: Não consegui resgatá-lo. Eles o levaram. Agora só os deuses para ajudá-lo.

   3 dias depois Abraão e seu povo chegam na sua terra. Uns montam tenda enquanto outros matam saudades do pes-soal que ficou para cuidar da terra. Nessa passagem de tempo Sara tinha suspeita de gravidez. Betuel está na prisão. Ele se lembra:

“Betuel: Ainda não entendo como você aceitou seguir um DEUS que o senhor não conhece.

Abrão: Não conhecia. Escuta, Betuel. Quando DEUS fala conosco, sem exceção, ELE fala claro, sem deixar dúvi-das. (Abrão pega um colar na mão e entrega-o a Betuel) Tome para que nunca se esqueça deste dia e nem de mim, e se DEUS quiser tornarei a ver tua cara feia de novo (Eles riem e se abraçam)”.

   Ele ri e olha para os céus.

Betuel: SENHOR, DEUS de Abrão, meu tio, por favor, se TU ÉS o MESMO DEUS que chamou meu tio para sair de sua terra e vai cumprir com o que prometeu me tira daqui e eu pro-meto servi-LO sempre.

SENHOR, neste momento eu estou aqui

Vem me ouvir pois tenho tanto pra contar

Por toda minha vida eu TE procurei

E só aqui eu pude TE encontrar

Eu não tenho nenhum outro em minha vida

Eu não tenho mais ninguém por quem chamar

E é por isso, meu SENHOR, que eu estou aqui

Vem me ouvir, me responder e me salvar

   Na terra de Abraão, em sua tenda estão ele e seu servo Eliel, o qual foi resgatado do palácio do rei Abimeleque.

Eliel: Então aqui é a terra do senhor?

Abraão: É. E você ainda não viu a metade do PODER de DEUS.

Eliel: Espero que eu sirva para alguma coisa aqui.

Abraão: Servirá para grandes coisas.

Eliel: Quem diria que a sua esposa teria um filho?

Abraão: Com DEUS tudo é possível. Aí eu pergunto: por que ELE iria perder tempo fazendo “milagres” que a gente pode fazer pela força do braço? Fazendo promessas de nos dar algo que a gente conseguiria possuir só pela força do braço? Se pedirmos a ELE, o MESMO nos dará, sendo o que pedirmos possível ou impossível, contanto que não vá con-tra a SUA VONTADE e você tenha fé. Mas se partir DELE, o que ELE quer fazer em nossa vida aos nossos olhos é im-possível. (Ele para de falar e pensa um pouco) Vou dizer uma coisa que você nunca pode esquecer. Enquanto nós fa-zemos zilhões de pedidos a DEUS, ELE só tem um. Só nos faz um pedido e pra atender esse pedido temos que trilhar o CAMINHO que É PERFEITO. E NESSE CAMINHO que É PERFEITO nós somos provados. Isso implica dizer que o CAMINHO que É PERFEITO não é fácil e por isso ESSE CAMINHO que É PER-FEITO nos leva a perfeição. Atenda ao pedido de DEUS que é somente um: Que sejamos DELE. Nunca se esqueça de aten-der a esse pedido.

   Em Harã, na casa de Betuel está Tamara, Labão e Samu-el.

Samuel: Mas por que levaram Betuel?

Tamara: Por besteira. Só porque ficou quase um ano sem pagar os impostos.

Samuel: Se isso é besteira, imagine se fosse uma grande coisa. Será que se eu pagar por ele, os soldados o sol-tam?

Tamara: Talvez.

   Ele sai correndo até sua casa. Quando chega, vasculha nas pressas as suas coisas até achar uma sacolinha cheia de dinheiro e sai às pressas. Em Gerar, os soldados do rei estão em postos de guerra.

Gurión: Atacaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaar!!!!!!!!!!!!

   Os reinos correm em direção um do outro e se enfrentam determinados. Aparentemente o adversário de Gerar é mais forte que eles. Consegue-se ver soldados esquivando-se dos golpes das espadas. Gerar está perdendo. Abimeleque assiste, decepcionado, a batalha do ponto mais alto do palácio.

Abimeleque: SENHOR (em pensamento), o TEU servo interce-deu por mim e por meu povo. Se ÉS JUSTO nos ajude nesta batalha. Sei que não sou digno de TE pedir nada, mas pelo menos ouça SEU servo, Abraão.

   Ele estava com os olhos fechados quando orava, assim que abriu viu um exército vindo em sua direção. Era o exército de Gerar. O rei corre até a sala o trono. Samuel chega a um palácio e vê os guardas.

Samuel: Por favor, deixe-me entrar. Eu trouxe dinheiro para pagar os impostos de um preso.

Guarda: Siga-me.

   Eles entram e caminham até chegar à sala do trono, onde o rei está.

Guarda: Esse homem disse que tem dinheiro para pagar os impostos de um dos presos.

   O rei desce do trono e estende a mão para Samuel pe-dindo o dinheiro, o qual entrega.

Rei: Quem é o prisioneiro?

Samuel: Betuel.

   Ele conta o dinheiro e olha para o guarda.

Rei: Traga-o aqui.

   O guarda vai até a prisão.

Guarda: O rei está chamando você.