Líder: Obrigado. Adeus, rei Senén.

Senén: Tchau.

   Os soldados saem da sala do trono.

Senén: Mate-os.

   No mesmo instante eles saem correndo atrás dos solda-dos de Abraão. Vendo os oficiais, eles também correm, fugindo deles.

Oficial: Barrem o caminho! Não deixe-os sair!

   Soldados ficam no meio do caminho a frente dos fugi-tivos, os quais sacam suas espadas, exceto o líder por estar com Ismael. Começa a luta. O líder, desviando con-segue ultrapassar os oficiais do rei e corre para fora do palácio. Quando chega no jardim se depara com guardas no portão do palácio mas eles não o vê. O líder vai com cautela se escondendo atrás dos pequenos muros em que as flores estão plantadas. Quando está fora da vista dos soldados, ele sobe num dos tais muros e segurando firme o bebê pula no muro que dá para fora do palácio. Em cima do muro ele vê uma corda ao seu alcance. Joga uma ponta da corda lá embaixo, dentro do jardim e segura a outra ponta para que os seus companheiros possam subir. Os soldados de Abraão saem para o jardim e avistam a corda. Correndo, eles chegam na corda e sobem por ela indo para cima do muro, o líder dá o bebê para o primeiro que sobe, ele pega e pula fora do palácio, onde estão os moradores que não são nobres moram.

Líder: Corra para fora da cidade e nos espere lá!

   Outro também sobe e corre para fora da cidade, e outro, e outro e mais outro, até todos já terem ido, o líder larga a corda, pula e corre. Os soldados do rei chegam no jardim e mandam abrir o portão e correm atrás dos soldados “abraamitas”, eles avistam quando os sulamitas pulam o muro da cidade e pulam atrás deles. No deserto eles continuam correndo atrás dos fugitivos.

Líder: SENHOR, agora é CONTIGO. Faça a TUA obra!

   No mesmo instante, sopra um vento forte de todos os lados. Os soldados de Abraão param, assim como os solda-dos do rei. As areias do deserto entre eles se levantam do chão e começa girar cada vez mais rápido. Quando sentem que já podem abrir os olhos eles o fazem e olha para o redemoinho que vai em direção dos soldados sulamitas, os quais tentam fugir inutilmente, pois quanto mais rápido correm, mais rápido o redemoinho se aproxima, até que os atinge. Os atingidos fecham os olhos e tapam o nariz. Quando fenômeno cessa eles são jogados violentamente no chão do deserto e morrem. Os 19 seguem a Gerar. Na sala do trono do rei Abimeleque, a rainha chega.

Galit: Me chamou?

Abimeleque: Por que me deixou esperando?

Galit: Estava resolvendo os problemas do reino.

Abimeleque: Dessa vez eu perdoo. Eu só a chamei para lembrar que faltam quatro dias para esgotar o prazo.

Galit: Eu sei, Abimeleque. Acha que isso é fácil?

Abimeleque: Não sei. Mas adiante o lado.

   A noite cai. Os 19 avistam um acampamento, eles aper-tam o passo. O líder, com Ismael nos braços vai na fren-te quando vê Abraão saindo da tenda, o qual também avis-ta seus bravos soldados e os abraça, assim como a Isma-el. Ele chora de alegria quando pega o bebê nos braços.

Abraão: Pessoal, os homens voltaram e trouxeram Ismael!

   Todos saem, especialmente Hagar que vai correndo a-braçar o filho.

Hagar: DEUS SEJA LOUVADO! (Chorando de emoção)

Abraão: Por favor entrem e me contem como foi a missão.

   Eles entram na tenda juntos com Abraão, Hagar, Ismael (óbvio) e Sara.

Abraão: Então, contem.

Líder: Quando chegamos a sala do trono...

   Danna está sentada com Maika e Ló na cama.

Ló: E então? Estão com saudades da sua mãe?

Danna: Estamos. O revoltante foi ver nossa mãe morrendo daquele jeito só porque olhou para trás. Por que DEUS fez isso?

    Ló: A culpa não é de DEUS, Danna. ELE não queria que o-lhássemos para trás porque sabia que se fizéssemos isso iríamos sentir saudades da vida que tínhamos antes, do passado.

Danna: O senhor quer vinho?

Ló: Pode ser.

   Danna se levanta e pega a jarra de vinho e coloca no copo e estende a mão para dar ao pai, subitamente Maika bate no copo assustada, derrubando-o no chão.

Danna: Maika, por que fez isso?

Maika: Er... Eu vi um bicho venenoso, mas já morreu.

Danna: Só um tempo, pai. Vou pegar mais vinho. (Apanhan-do o copo no chão.)

   Ela coloca, novamente, vinho no copo e entrega ao pai que toma do vinho.

Ló: Hum, bom. Você quem fez?

Danna: Foi.

Ló: Muito bom, mesmo.

   Ele termina.

Danna: Quer mais?

Ló: Claro.

   Ela pega o copo e coloca mais vinho, enquanto Maika olha para ela sem entender. Ela pega um recipiente pe-queno, abre-o, tirando o pano que cobre a abertura e enche-o do chá de ervas, disfarçadamente, coloca dentro do copo cheio de vinho e dá ao pai. Maika está com medo e sai da caverna. Ló bebe do vinho. Quando termina, começa a tossir violentamente, fica sem ar e olha para Danna. Com dificuldade ele fala: “SENHOR, em TUAS MÃOS eu entrego...o meu espírito.” E morre. Danna, envolve o pai com o lençol, leva para fora da caverna e encontra Maika chorando.

Danna: Maika, engole o choro e me ajuda.

Maika: O que você fez?! Como teve coragem?! Você é uma cobra!

Danna: Respondendo: Eu matei Ló. Porque eu não sou me-drosa como você. Agora não é hora de elogios. Vamos, me ajude!

Maika: Você matou, você arca com as consequências. Dá licença.

Danna: Ah! Mas que drama. Queria ser punida pelo nosso pai?

Maika: Melhor do que ser punida por DEUS.

Danna: DEUS matou a minha mãe.

Maika: Não! Foi ela que trouxe a morte para si mesma por desobedecê-LO! Nosso pai acabou de falar isso!

Danna: Ah! Dá licença, viu?

   Maika entra correndo na caverna, chorando. Amanhece e Abraão e seu povo levantam acampamento e seguem viagem rumo a Gerar. Passam-se 2 dias e eles chegam em Gerar, eles ainda estão do lado de fora da cidade.

Abraão: Nossa! (Impressionado com a grandeza de Gerar) Até agora o único reino que eu vi com uma grandeza maior do que essa foi o Egito. Gerar pode ter chance de ser o segundo maior reino existente.

   Sara se aproxima e toca o ombro de Abraão.

Sara: Se os menores reinos de Canaã não nos aceitaram, é Gerar que vai nos aceitar? Eu acho melhor voltarmos a nossa terra.

Abraão: Talvez você tenha razão. Vamos embora.

   Abimeleque está treinando com um soldado e vence-o. O general chega.

Gurión: Bom dia, soberano.

Abimeleque: Bom dia.

Gurión: Amanhã tudo estará pronto para festa.

Abimeleque: Muito bom. E até amanhã quero que Galit en-contre o que mandei ela procurar. Já estou cansado de esperar.

   Abraão e seu povo continuam a caminhar de volta a sua terra. Abraão para e consequentemente os outros também. Ele vira para Sara.

Abraão: Não. Não podemos fazer isso de novo.

Sara: O quê?

Abraão: Por pressa de ter um filho a gente não consultou a DEUS para saber se era para ter concurbinado com Hagar. SENHOR, devemos voltar a nossa terra ou seguir a Gerar?

SENHOR: Vá a Gerar. É necessário para que EU cumpra MINHA PROMESSA.

Abraão: Sim, SENHOR. Pessoal, devemos voltar para Gerar. Vamos!

   Eles andam de volta a Gerar. Já de tardinha eles chegam à cidade. Vão até o palácio.

Guarda: O que vocês querem?

Abraão: Queremos “socilitar” uma hospedagem de alguns dias.

Guarda: Não seria “solicitar”?

Abraão: Pode ser o que for, mas que eu vim pedir um pedido, eu vim.

Guarda: Isso é um pleonasmo.

Abraão: Ah! Desculpe. Eu pensei que fosse um palácio.

Guarda: Mas é um palácio!

Abraão: Ah! Então decida: É um palácio ou esse tal de pleo... pleo... Aquilo que você falou.

Guarda: Pleonasmo é a repetição desnecessária de uma pa-lavra. Como isso que você falou agora: “pedir um pedi-do”.

   Abraão olha com cara de bobo para o guarda, a qual demonstra que ele não entendeu nada. Depois de um bom tempo:

Abraão: Desculpa, guarda. Mas das duas, uma: Ou você não explica bem, ou eu não entendo porque você não explica bem.

Guarda: Bem, vamos deixar regras de hebraico de lado e dizer qual é o teu nome?

Abraão: Abraão.

Guarda: Vou falar com o rei.

   Ele entra as pressas.

Abimeleque: Galit, hoje é o último dia do prazo e se vo-cê não fizer o que mandei, irei expulsá-la do palácio! Não será mais nobre!

   O guarda entra as pressas.

Guarda: Soberano!

Abimeleque: Como ousa...

Guarda: Abraão está aqui.

   O rei se surpreende.