Começa a guerra, os soldados de Abraão e o próprio Abraão também entram na luta, matando os oficiais e abrindo caminho para fora do palácio. Quando já estavam no jardim do palácio, sem querer, Abraão se esbarra com um homem que estava fugindo.

Homem: Por favor, não me mate! Por favor!

Abraão: Quem é você? Qual o teu nome?

Homem: Eu me chamo Jorel.

Abraão: Venha conosco. (Jorel assente)

   Eles saem do palácio, agora estão no deserto, param. Abraão se vira para Jorel.

Abraão: Jorel, a partir de agora serás meu servo, você está de acordo?

Jorel: Sim, senhor, Abraão.

Abraão: Quando chegarmos em um lugar habitável conversa-remos com mais calma, mas teremos que mudar uma coisa.

Jorel: O quê?

Abraão: Teu nome. Ele significa "o que chegará a ser DEUS", e ninguém pode ser DEUS. Antes de tudo, você tem que aceitar seguir o SENHOR que me tirou da terra de Ha-rã.

Jorel: Como seguir alguém que não conheço? Sem rosto, sem corpo.

Abraão: Depois eu explico. Temos que chegar em Gerar o mais rápido possível. Teu nome será Eliel: o SENHOR É o meu DEUS. (Ele se vira para os seus 19 soldados) Vão e procurem Ismael nas cidades de Sur. E como vão encon-trar? Se virem. Você (Apontando para um soldado) ficará encarregado de liderar os soldados. Vão e que o SENHOR os proteja e os conduza.

   Eles partem. Os soldados voltam a Sur e Abraão segue a Gerar. No palácio do rei Abimeleque, ele está sentado no trono, o general Gurión está diante do rei, sorriden-te.

Gurión: Trago uma boa notícia, senhor.

Abimeleque: Qual?

Gurión: O reino de Sur foi invadido por outro reino.

Abimeleque: E o quico?

Gurión: Como assim?

Abimeleque: E o quico tenho haver com isso? (Ele quis dizer: e o quê que tenho haver com isso?)

Gurión: Acontece que o tal Abrão estava lá.

Abimeleque: É verdade. Não tenho mais que me preocupar com ele. Posso descansar agora. Pode se retirar, gene-ral. Avise a Galit que estou chamando.

Gurión: Sim, senhor. Com licença.

   Na caverna de Ló, Danna está preparando vinho, coloca num copo e experimenta. Depois dissolve líquido das er-vas numa vasilha com água quente, depois guarda as coi-sas e sai da caverna. Abraão e seu povo continuam cami-nhando debaixo do sol quente, enquanto os soldados de Abraão se escondem do lado de fora do reino de Sur.

Líder: SENHOR, nos proteja pelo TEU servo Abraão e nos dê direção. O SENHOR ESTÁ conosco, vamos entrar na cidade.

   Eles pulam o muro e entram na cidade indo em direção ao palácio. Tem muita gente nas ruas. Quando finalmente chegam ao palácio, eles novamente pulam o muro, pois o portão está sendo guardado por guardas. Quando chegam ao corredor os guarda barram passagem. Eles estavam evitan-do, mas o único jeito de ir até o rei é lutando. Eles sacam suas espadas e atacam os soldados, que se defen-dem. Eles vencem e vão à sala do trono e arrombam a porta. A sala está suja por conta da invasão anterior. Soldados estão sendo envolvidos com lençóis brancos, tanto os invasores quanto os soldados do reino, tem mais corpos de soldados sulamitas do que de invasores. Quando o rei se depara com os soldados de Abraão fica surpreso e receoso.

Líder: Rei Senén, vim a mando de Abraão para buscar seu filho Ismael. (Saca sua espada e aponta para a garganta do rei) E se não nos devolverem ele, rei, você será mor-to. Você me entendeu?

   Fica calado.

Líder: Hein?! Você me entendeu.

   Com resistência o rei assente com a cabeça. O soldado afasta a espada sem deixar de apontá-la para o rei que se vira para um soldado do reino.

Senén: Chame o general.

   Abraão e seu povo montam acampamento. Ele está em sua tenda com o sulamita que agora é seu servo.

Abraão: Você tinha me perguntado como podemos seguir al-guém que não vemos, não foi?

Eliel: Sim, senhor.

Abraão: Não precisamos ver para crer. Em SUAS obras conseguimos identificá-LO. Por exemplo, pelo único fato de você está vivo depois da invasão é uma prova de que DEUS poupou sua vida. Eliel, DEUS tem um propósito para a tua vida, assim como tem para mim e para todos dessa face de terra, só basta nós darmos espaço para o SENHOR cumprir SEUS propósitos em nossas vidas, mas temos que fazer primeiro a nossa parte, nós temos que agir e ELE reagirá e fará a parte DELE.

Eliel: E qual é a nossa parte?

Abraão: Obedecê-LO. Para tudo que ele mandar, dizer: “eis-me aqui.” Mesmo que custe contrariar nossa natureza, nossa carne, nossas vontades, o que é normal acontecer. Resumindo, temos que aceitar sermos contrariados. Se alguém vir a você e dizer-te que É DEUS e pedir algo muito fácil, não acredite porque não É o SENHOR.

Eliel: Entendo. Eu acho.

Abraão: Não se preocupe você entenderá.

Eliel: Mas pelo menos conseguimos ouvir SUA VOZ?

Abraão: Sim. ELE fala na mente, não no coração como mai-oria das pessoas pensam.

Eliel: Por quê?

Abraão: Porque o coração é uma fonte de sentimento e o SENHOR não fala por sentimento, mas pela fé. Se a cons-ciência te disser para não fazer algo, não faça e não queira saber o porquê, pois só desobedecendo sua consci-ência que saberá e estar desobedecendo a consciência é o mesmo de está desobedecendo a DEUS.

Eliel: Mas o que tem o coração ser fonte de sentimento?

Abraão: De onde vem a razão? Da mente ou do coração?

Eliel: Da mente.

Abraão: Exato. O coração só enxerga o que está na sua frente, enquanto a nossa mente, quando temos a fé reve-lada, acredita muito além do que vê.

Eliel: E o que é a fé revelada?

Abraão: Para entender, primeiro tenho que explicar o que é a fé emprestada. A fé emprestada é a fé que temos na-turalmente. Com ela quando um problema se levanta aqui a pessoa vence, se levanta outro ali e vence de novo, mas no outro já está cansado e desanimado. Já a fé revelada é a fé dada pelo ESPÍRITO de DEUS, que sempre tem dispo-sição para lutar, ela nunca desiste. Mas tem essa fé so-mente quem conhece a DEUS.

Eliel: Então, para que serve o coração?

Abraão: Para manter-nos vivos fisicamente.

   O general entra com Ismael no palácio de Sur e entre-ga ao soldado de Abraão.

Líder: Obrigado. Adeus, rei Senén.

Senén: Tchau.

   Os soldados saem da sala do trono.

Senén: Mate-os.

   No mesmo instante eles saem correndo atrás dos solda-dos de Abraão. Vendo os oficiais, eles também correm, fugindo deles.