Pouco tempo depois, todos estão prontos e partem até Sur. Eles avistam uma caravana de pessoas quando chega mais perto percebe que é Abraão. Ele olha para trás e vê o rei.

   Abraão para, o rei e seus soldados se aproximam. Abraão não teme. Em Gerar, no palácio, o rei Abimele-que está assentado ao trono, diante do rei um pouco atrás da escada que leva ao trono está o general Gurión. Ao lado direito está a esposa do rei, a rainha Galit.

Abimeleque: Como sempre, Gerar sai vitoriosa. Um dia chegaremos a ser a nação mais poderosa do mundo!

Gurión: Que assim seja, meu rei.

Abimeleque: Essa vitória requer uma grande festa e um presente para mim, não é mesmo, Galit?

Galit: Que tipo de presente o soberano de Gerar gostaria de ganhar?

Abimeleque: Mais... Uma... Esposa.

Galit: Mas você já não tem várias?

Abimeleque: E daí? Não posso ter quantas esposas quiser?!

Galit: Sim, isso quando não se tem um filho. Para que se prossiga a sua descendência.

Abimeleque: Não importa! Como ousa contrariar o seu soberano? Eu quero e acabou!

Galit: Isso não vai acabar bem.

Abimeleque: Gurión, diga ao cozinheiro Jassiel que prepare muita comida e que não precisa ter pressa...

   Na região onde está Ló, Danna e Maika.

Danna: Esta noite será você Maika.

Maika: Eu sei, mas ainda não acho isso certo e que devíamos confiar mais no DEUS de nosso pai.

Danna: A questão é que o DEUS É de nosso pai e não o meu.

Maika: Danna...

Danna: Fico pensando no tio de nosso pai. Por confiar tanto nesse DEUS até agora não tem nenhum filho.

Maika: Se você diz.

   No deserto, perto de Cades.

Cadmo: Tu és muito corajoso, Abraão. Ameaçar o rei sabendo que a pena para isso é a morte. Não tens medo de morrer, não é?

Abraão: Em primeiro lugar, sim sou muito corajoso, pois o SENHOR me dar essa corajem. Em segundo lugar, não foi uma ameaça, somente um aviso. E em terceiro, você o disse. Não, eu não tenho medo da morte, pois não irei morrer enquanto os sonhos de DEUS não se cumprirem em minha vida, e esses sonhos são muitos, ou seja, pretendo viver muito ainda.

Cadmo: E quais são esses sonhos?

Abraão: O senhor quer saber todos os sonhos de DEUS para mim?

Cadmo: Sim.

Abraão: Não se importa de perder a vida inteira?

Cadmo: E são tantos assim?

Abraão: Sim. Eu vou resumir. ELE quer e vai me prosperar e me fazer uma grande nação aqui na terra de Canaã.

Cadmo: Você disse que pretende viver muito ainda?

Abraão: Exato.

Cadmo: É o que vamos ver. Soldados!

   50 soldados do reis sacam suas espadas e vão para cima. 20 homens mal treinados também sacam suas espadas para defender Abraão, o qual fica imóvel sem demonstrar medo algum. O rei tenta atingi-lo com a espada, mas um dos homens o defende. Abraão continua imóvel. Começa a guerra. Soldados: 50 X Homens de Abraão: 20. Humanamente falando, “Abraão está frito”, mas tem um porém. Ele disse: “... não irei morrer enquanto os sonhos de DEUS não se cumprirem em minha vida, e esses sonhos são muitos, ou seja, pretendo viver muito ainda.” Ele confia. O rei foca em atingir Abraão, mas não consegue. Consegue-se ouvir os homens agonizarem. Está empatado. Um dos 20 já morreu, enquanto o rei continua resistente. Abraão enche-se de ira e revolta. Naquele mesmo lugar ele olha para os céus, ele se afasta um pouco e ergue novamente seus olhos.

Abraão: SENHOR, é justo o que está acontecendo agora?! Hein! Eu não acho justo. O SENHOR prometeu me transformar numa grande nação, eu confio e obedeço ao SENHOR! É justo eu fazer a minha parte enquanto não vejo o TEU PODER se manifestar?! Eu não duvido de TI. Perdoe-me por falar dessa forma com o SENHOR, pois sei que não sou nada, mas é melhor falar desse jeito e ser sincero do que ser hipócrita e fingir uma satisfação que não tenho! Faz a diferença! É aí que eu me pergunto:

Aonde está o DEUS que um dia me criou

Ergo os meus olhos para os céus

Preciso tanto do SENHOR

Aonde está o DEUS que um dia me criou

Quero esquecer o que passou

E ser mais que vencedor

Eu não aceito perder. Ou o SENHOR faz ou o SENHOR faz! (Fala colocando pra fora toda a sua indignação)

   Abraão volta para o lugar em que está acontecendo a batalha. Ele vê corpos de cadenitas espalhados pelo chão, mas ainda há guerra. Ouve-se o tinir de espadas com espadas, quedas e gritos misturados. Gritos de guerras, de vitórias, de choro, etc. Abraão entra no campo, pega uma espada de um dos homens mortos e ataca Cades, o qual se defende. É Abraão, fisicamente, velho e cansado, que fará 100 anos nesta época, lutando com o rei treinado e forte. Aparentemente, é óbvio que o rei irá vencer, mas Cades tenta atingir com a espada a barriga de Abraão, o qual desvia tão rápido como se ainda fosse jovem. Abraão o atinge pelas costas e os soldados do rei recuam. Abraão se ajoelha.

Abraão: Obrigado, muito obrigado.

Eu TE agradeço por esta chance de ir em frente, de ser feliz

Humildemente eu TE agradeço por estar vivo, por existir

Eu TE agradeço pela esperança que me dá forças de prosseguir

Por vir comigo no meu caminho e neste instante estar aqui

   Em Gerar, o general está na cozinha com o cozinheiro Jassiel.

Gurión: E o rei disse que não tem pressa para isso. Pode demorar o quanto precisar.

Jassiel: Sim, senhor. Estou aqui para servir.

   Anoitece, Abraão e seu povo montam acampamento no deserto. Danna prepara o vinho e dá a Maika que leva até Ló. Depois de algumas taças de vinho, Maika seduz Ló, o qual sede. Amanhece, os hebreus levantam acampamento e continuam viagem. No palácio de Gerar, na sala do trono está o general Gurión.

Gurión: Soberano, soldados estão em postos de guerra na região de Gerar.

Abimeleque: Será que esses reinos não se conformam que não há nada e nem ninguém que possa derrotar Abimeleque! Prepare os soldados. Ah, Galit! Apressa-te em arrumar uma esposa para mim antes da festa, senão verá o que acontecerá contigo.

   Abraão avista a cidade de Sur, montam acampamento. Em sua tenda, Abraão e Sara conversam.

Sara: Não é reclamação, mas essa viagem está cansativa.

Abraão: Se você está achando assim agora, imagina quando formos a Gerar, onde reina Abimeleque, o qual tem a fama de ser o rei mais perverso de Canaã. Descansarei um pouco e irei falar com o rei Senén. Hehe. Alguma coisa me diz que teremos nosso filho logo, logo.

Sara: Amém.

   Abraão sai da tenda, estende as mãos aos céus.

Abraão:

Aqui eu vim pra TE buscar

Entregar a minha vida como oferta em TEU altar

Os céus proclamam a TUA GLÓRIA

E o firmamento as obras de TUAS MÃOS

A quem eu posso comparar?

Em todo universo alguém igual não há

O AUTOR de toda criação

CONSUMADOR da fé, ESCUDO e SALVAÇÃO

 

DEUS SOBERANO, MAGNÍFICO, GLORIOSO

Em minh’alma tenho gozo quando estou a TE adorar

Só em TEUS BRAÇOS eu me sinto bem seguro

Em ouvir a TUA VOZ faz minh’alma sossegar

   Abraão entra no palácio, o rei o recebe-o. Abraão se aproxima lentamente.

Senén: Qual o teu nome?

Abraão: Sou Abraão.

Senén: Abraão? O que deixou faraó doente por tomar tua esposa?

Abraão: Não fui eu que o deixou doente, mas ele próprio.

Senén: Tudo bem. Vá buscar os que vieram com você.

Abraão: Obrigado. Que o SENHOR o abençoe.

Senén: Seja bem-vindo.

   Abraão sai da sala do trono. Ele pede ao soldado que acompanha Abraão para que chame o general, ele chega.

Senén: General, você viu quem veio a cidade?

General: Não, senhor.

Senén: Abraão.

General: Aquele velho famoso?

Senén: Isso mesmo.

General: O que ele queria?

Senén: Que deixasse ele e seu povo se hospedar por alguns dias no palácio.

General: E o senhor deixou?

Senén: Sim. Mas, é tudo parte do plano.

General: Que plano é esse?

Senén: Você não conta pra ninguém?

General: Não, senhor.

Senén: Eu também não. Haha! Estou brincando. O plano é “matar Abraão e todo o seu povo”.