Abraão reúne o povo.

Abraão: Atenção! Meus servos, servos de Sara, Hagar, Sara! Nós vamos viajar às cidades de Cades e Sur, depois, por último iremos à Gerar! Começaremos a nossa peregrinação depois do meio-dia, quando o sol estiver mais baixo!

   Sara arruma as coisas enquanto Abraão desarma as tendas.

   Ló está na caverna. Danna, a filha mais velha dele está na beira de um rio, Maika chega e a vê pensati-va, ela se aproxima e fala: O que a perturba, minha irmã?

Danna: Sabe, Maika? Nós saímos de Sodoma e o único homem que veio com a gente foi nosso pai, ele já está velho e não há homens nas redondezas que nos possuam, segundo o costume de toda essa face de terra. Vamos dar vinho a nosso pai e então nos deitaremos com ele para preservar a sua linhagem.

Maika: Que plumagem?

Danna: “Linhagem”, menina ignorante.

Maika: E você acha isso certo?

Danna: É a única saída.

Maika: É a única, mas não a última.

Danna: O que você quer dizer?

Maika: Que vamos ter outra oportunidade.

Danna: Eu não vou esperar. Fique sem descentes se quiser, eu que não vou.

Maika: Está bem.

Danna: Hoje à noite serei eu e amanhã você.

   Em Canaã, Abraão sai da tenda, um pouco depois do meio-dia e reúne o povo.

Abraão: Agora que todos os estão prontos, devo aler-tá-los que não será nada fácil. Estes lugares já são habitados por gente ímpia e perversa, então tenhamos cuidado! Vamos orar antes de começarmos viagem!

Guarda-nos, ó, PAI

Com a UNÇÃO do TEU ESPÍRITO

TUA PALAVRA diz que somos mais que vencedores

Guarda-nos, ó, PAI

Como a menina dos TEUS OLHOS

Seja o nosso ESCUDO

Nossa PROTEÇÃO, nosso SALVADOR

   SENHOR, nosso DEUS, em oração nós entramos em TUA PRESENÇA e TE pedimos que vá a nossa frente, nos livrando de todo mal, de todos os saqueadores do deserto e dos demais perigos, entregamos nossa vida em TUAS MÃOS, amém! Estamos prontos. Vamos partir. À cidade de Cades!

   O povo começa a caminhar. Eles chegam à cidade quando o sol ainda está se pondo. Abraão está a frente da caravana. Eles param, Abraão se vira e diz: Chegamos a Cades, cidade que fica na região do Neguebe. Montem suas tendas, não com muitas coisas, pois eu entrarei no palácio real e pedir que nos aceite em seu reino por um momento. E que DEUS me proteja.

   Abraão se despede de Sara, Hagar e Ismael que está nos braços de Hagar.

Abraão: Tchau, Sara. Fique com DEUS. Hagar, cuide bem desse rapaz.

Sara: Que o SENHOR o acompanhe, meu senhor. E não tenha medo.

Abraão: Eu não tenho medo, Sara. DEUS prometeu que eu seria pai de uma grande nação, e que meu descendente nasceria de ti. Então eu tenho certeza que eu não morrerei enquanto as promessas não se cumprirem. Você crê, Sara?

Sara: Creio.

Abraão: Estarei aqui mais tarde. Até logo.

   Abraão vai em direção do palácio sem nenhum medo, porque ele já passou por tantas coisas e DEUS o livrou. Ele enfrentou com trezentos e dezoito homens mal treinados milhares de soldados, porque DEUS o desampararia agora? Ele chega até o portão do palácio onde tem alguns guardas, um deles chamado Aniam fala: O que você quer aqui?

Abraão: Eu vim falar com rei.

Aniam: Adok, vá avisar o rei e pergunte se posso deixar entrar.

Adok: Sim, senhor.

   É noite. Danna prepara uma jarra de vinho. Vai até o pai. Ela leva uma jarra em uma bandeja juntamente com um copo, entra na caverna, senta-se na cama onde seu pai está.

Danna: Pai, eu trouxe vinho para que relaxes.

   Ló se reclina na cama.

Ló: Obrigado, filha. Estou mesmo precisando.

Danna: Fique a vontade.

   Abraão está na sala do trono com o rei.

Abraão: Rei Cadmo, prazer em conhecê-lo.

Cadmo: O que o traz aqui?

Abraão: As pernas, senhor.

Cadmo: Eu perguntei com que objeto veio.

Abraão: Ora, com madeiras, panos, roupas, mesas, cadei...

Cadmo: Quando pergunto com que objeto, estou perguntando com que causa, motivo ou circunstância!

Abraão: Ah, sim! Nada, só estou conhecendo a terra de Canaã. E eu vim para pedir que o senhor, por favor, deixe eu e as pessoas que vieram comigo hospedar-nos aqui.

Cadmo: Tudo bem. Como se chama?

Abraão: Abraão.

Cadmo: Abrão? (Espanta-se)

Abraão: Não, Abrão é meu antigo nome agora é Abraão.

Cadmo: Você não é aquele homem que derrotou vários soldados somente com 318 homens mal treinados, é?

Abraão: Sim, sou eu.

Cadmo: Pois saiba que não quero meu reino caindo aos pedaços como eles! Não deixarei morares aqui no palácio. Acamparás no meu reino só hoje, mas amanhã bem cedo deverão ir embora! Meus soldados cuidarã...

Abraão: Não temas! DEUS não fará nada contigo, nem com seu reino, a não ser que afrontes ELE ou o SEU povo.

Cadmo: Cale a boca! Como ousa a me interromper deste jeito?! Não quero você e nem tua laia no meu reino! Guardas, tirem-no daqui e vigiem o acampamento deles até amanhã de manhã! Não quero servos de DEUS INVISÍVEL aqui!

   Danna seduz Ló, seu pai. Ele sede. Na manhã seguinte, Abraão e as pessoas que consigo vieram levantam acampamento começam a viagem em direção a Sur. Eles não saíram da cidade ainda quando um vento suave sopra em seu rosto e ele para com os olhos fechados. Parece está concentrado em algo. Ele abre os olhos e se vira para trás, é possível ver ainda alguns soldados do rei.

Abraão: Soldado!

   Um deles olha para trás, Abraão faz um sinal com a mão pedindo que o soldado vá até ele. Ele chega perto.

Soldado: O que foi?

Abraão: Avise a Cadmo que ele não permanecerá por muito tempo no trono, ele está com os dias contados, pois o SENHOR me deu toda a terra de Canaã.

   O soldado saca a espada e aponta para a garganta de Abraão.

Soldado: Como ousa ameaçar o rei desta forma? Eu poderia matá-lo. Agradeça que eu só possa fazer isso com a permissão do soberano. (Abraão mantém-se calmo, com o olhar sereno e sério).

Abraão: Então, seja um bom menino e diga isso ao rei. Até a vista.

   Abraão se vira e começa sua viagem. Danna se levanta da cama como se nada tivesse acontecido. O soldado chega à sala do trono, se ajoelha e depois levanta-se sem atrever-se olhar diretamente nos olhos do rei Cadmo.

Soldado: Eles já estão de partida, soberano.

Cadmo: Muito bem.

Soldado: Soberano, Abraão me pediu pra dizer algo ao senhor, e a pena para este delito é a morte.

Cadmo: O que esse verme disse? (Fala com a paciência quase esgotada).

Soldado: Ele disse... o seguinte: Avise a Cadmo...

Cadmo: Além disso, ele me chamou pelo nome?

Soldado: Sim, senhor.

Cadmo: Prossiga.

Soldado: Avise a Cadmo que ele não permanecerá por muito tempo... no trono, ele está com os dias contados, pois o SENHOR me deu... toda a terra de Canaã. (O rei enche-se de ira, mas respira fundo e diz manso):

Cadmo: E você os deixou ir?

Soldado: Sim, senhor.

   O rei se irrita.

Cadmo: Incompetente! Deveria tê-los trazido aqui! Eles tinham que morrer! Ainda bem que eu penso, senão este reino iria por água abaixo. Junte os melhores soldados agora mesmo, sabe aonde Abraão vai?

Soldado: Irão à Sur.

Cadmo: Irei com você, faço questão em tirar a vida dele com as minhas próprias mãos.

   Pouco tempo depois, todos estão prontos e partem até Sur. Eles avistam uma caravana de pessoas, quando chega mais perto percebe que é Abraão. Ele olha para trás e vê o rei.