Ah, que saudade que eu tenho da época em que não havia índices, pesquisas e resultados, onde "alunos" não eram números.
Na educação ainda estamos engatinhando no que diz respeito às grandes teorias que se confrontam e nós, que amamos a profissão, usamos mais os dons natos e a certeza de que não existe aluno(aquele que não tem luz) e sim pequenos seres humanos.
A educação e os professores vêm sendo massacrados em conseqüência do sistema e insistimos nesse caminho por acreditar. E é uma luta solitária e persistente.
Por não desistir e porque, para mim, essa profissão é mais que dinheiro no bolso , é que busco um olhar além dos índices(não por vaidade, sentimentos pequenos que não encontram terra fértil em meu caminho)
O caminho é de pedras, moldados a longo prazo, sedimentado de educação,interação, humanização. Nesse caminho , lado a lado procuramos o ser, esse mesmo esquecido, abandonado e transformado em pesquisas. Até quando vamos ser objetos e não sujeitos dessa situação? Há escolas onde crianças são seres humanos com passado , presente e, principalmente, futuro. Com histórias de encantar, mas que não dão ibope. Nunca deu, por que hoje , ainda mais hoje, iria dar? Mas elas existem, basta querer olhar.
Sou uma aluna indisciplinada, mereço palmatória, reprovação. Na escola do homem sou burra, na minha história de vida sou uma cidadã que, por incrível que pareça, ainda acredita nos "grandes homens? .
As eleições estão aí e peço aos candidatos: Olhem profundamente para a educação, respeitem e valorizem os pequeninos, para aqueles que têm fé, eles são o reino de Deus, abandonado pelos homens, não por Deus. Tenho fé.