OS GÊNIOS NAO DEVIAM MORRER. 

A morte é o evento mais democrático que existe, pois atinge a todos nós indistintamente. 

Às vezes em determinadas circunstâncias bem que gostaríamos que a morte fizesse algumas exceções, muitas vezes entendemos que alguém não deveria morrer ou talvez devesse ficar mais algum tempo ente nós. 

Recentemente Steve Jobs nos deixou e tenho a convicção de que muitas pessoas gostariam muito que ele ainda estivesse conosco, tendo em vista a genialidade dele que trouxe a todos nós novas tecnologias. 

Talvez até mesmo por uma ponta de egoísmo, pois por certo, se o Steve Jobs continuasse vivo, a expectativa é que mais tecnologia em computação viesse por aí. 

Todos nós aprendemos a copiar algo com um lápis e um caderno na mão, mas o Steve, mesmo fora de uma sala de aula nos ensinou que podemos copiar um texto na ponta de um dedo e que também podemos colar este texto usando a ponta do dedo. 

Corremos o risco de que daqui algum tempo o lápis se torne uma peça de museu, como se tornou a caneta tinteiro e que algumas outras utilidades de agora simplesmente desapareçam como foi o caso do mata-borrão que perdeu a utilidade pelo desuso da caneta tinteiro. 

Quando um gênio morre, chegamos a pensar que os gênios não deviam morrer.

Por certo vários gênios de vários setores, da ciência aos da música, bem que eles poderiam permanecer vivos, ou quem sabe morrer bem mais tarde. 

Mas, infelizmente, não é assim, todos vamos morrer, quando chegar a nossa hora. 

E sempre que me lembro da morte me vem na mente uma pequena peça teatral que foi apresentada no meu tempo de ensino fundamental. 

Na peça a morte, representada por um colega que vinha de braços abertos coberto por um lençol branco que com o foco da luz deixava apenas uma silhueta, vinha em busca de um velho agricultor, que implorava para continuar vivo, pedia, rogava e a morte, vejam só, consternada resolveu deixá-lo vivo por mais um tempo. 

Mas mesmo assim avisou, quando eu voltar, levo você de qualquer jeito. 

Diante desta afirmação, o velho agricultor pagou uma grana a seu jovem funcionário para que este ficasse vestido de velho e o velho ficaria vestido de jovem. 

Orientou ao seu funcionário que quando a morte viesse buscá-lo, que reclamasse, que implorasse para continuar vivo, isto para que ela não desconfiasse das intenções do velho agricultor. 

Dito e feito, algum tempo depois veio a morte que dirigiu-se ao velho agricultor, que na verdade era o jovem empregado travestido de velho e disse: “vim agora para buscá-lo e desta  vez você não me escapa.” 

Bom começaram as lamentações e reiterados pedidos para ficar mais um pouco, pois o velho agricultor ainda precisava fazer algumas coisas nesta vida. 

O velho agricultor, travestido de jovem empregado, trabalhava normalmente, para não dar na pinta o imbróglio que haviam preparado. 

Ai a morte pensou, pensou e tomou uma decisão, dizendo assim “tá bem, deste vez eu levo o seu empregado, mas da próxima vez eu levo você e levou o velho agricultor que estava travestido como se fosse o seu jovem empregado." 

É assim, com a morte não tem jeito, quando ela vem nos buscar, temos que ir, querendo ou não. 

Por isto mesmo vou fazer uma breve homenagem aos gênios que se foram e também aos gênios que irão daqui, mais dias, menos dias. 

Vou fazer uso de uma pequena poesia de domínio público muito conhecida aqui no Brasil e que nos fala da saudade: 

“A saudade é como um parafuso,

que na rosca quando cai

só entra se for torcendo,

porquê batendo não vai,

e se enferruja lá dentro,

nem distorcendo sai.” 

E concluo fazendo uma homenagem a todos os gênios que se foram, na pessoa do Steve Jobs, um dos últimos gênios que nos deixou dizendo para ele que estamos morrendo de saudades deles e pedindo a ele que leve esta nossa homenagem a todos os outros gênios que, infelizmente, nos deixaram.