Hoje por muito tempo eu estive pensando nestas palavras da Bíblia, que em Gálatas 5: 22-23 ela nos fala sobre os frutos do Espírito Santo em nossas vidas, que entre outros são o amor, a alegria, a paz, a longanimidade, a benignidade, a bondade, a fidelidade, a mansidão e o domínio próprio. Sou sincera, infelizmente eu entendo pouco a Bíblia, tenho muitas dúvidas, inúmeras vezes eu não entendo Deus conforme está escrito e estou muito longe de saber explicar os seus conceitos, mas acredito que nela estão os melhores ensinamentos, por isso fico muito preocupada quando não vejo em alguém pelo menos algumas das qualidades referidas no texto citado acima, principalmente o amor, pois o amor, como nos fala em 1 Coríntios 13, tudo sofre, tudo esquece, tudo perdoa. Portanto, onde estão nessa pessoa os reflexos do amor de Deus, pelo menos alguns? E o que podemos esperar dela? E penso: ai de quem estiver sob o seu domínio impiedoso, já que ela estará sempre disposta a cobrar e condenar, pois nela não existe amor, ou se algum dia existiu, o que lhe aconteceu? Não vejo outra saída a não ser rogar a Deus, pedindo-lhe que a transforme e a restaure completamente. Mas, e a minha fé, onde está? Serei ouvida? Que méritos eu tenho para que ele considere o que lhe peço? 

Sinto que Deus existe, que ele é bom e que seu amor é incondicional e sendo assim, com certeza não condicionará a minha súplica às minhas incertezas e pouca fé, pois ele também me ama e sabe que não é fácil termos fé se não temos certeza concreta de coisa alguma. 

Durante longo tempo em minha eu não soube perdoar e carreguei o peso dos fardos que jogaram sobre mim e me dei muito mal, enquanto quem os jogou, aparentemente se dava muito bem. Só que vim a descobrir que as coisas não haviam se passado tão bem assim com essas pessoas, pois quem faz o mal sabe que fez, e a vida não havia transcorrido em brancas nuvens para elas, como eu imaginava. Deus é justo e no tempo certo cobra o mal praticado. Quando ele manda que liberemos o perdão, é para o nosso próprio bem, para não continuarmos carregando o peso da falta de perdão pelo que nos  fizeram, e não para alívio de quem nos fez o mal.  Nós não sabemos, mas muitas vezes ele até já executou a dívida ao devedor enquanto nós teimamos em não perdoá-lo, continuamos sofrendo além do mal que nos fizeram, as dores das feridas, quando poderíamos estar mais leves e sarados dessas feridas. Daí o valor do perdão.  Ele nos torna limpos e leves, mais saudáveis e amáveis, pois os frutos do espírito santo fluem dentro de nós. É quando somos magnânimos, benignos e piedosos e até conseguimos amar a quem tanto nos prejudicou. Mas é difícil, muito difícil mesmo, fácil de se falar, mas quase impossível se praticar.

O impiedoso tem muito a ver com o ímpio e é fácil constatarmos que a sua fisionomia não é agradável,  seu olhar não reflete o brilho da paz que sentem os justos porque falta-lhe o tempero principal, que é o amor. Ele não se compadece e pouco ou nada se comove diante da desdita dos outros e está sempre disposto a se tornar juiz do próximo, sem se dar conta de que ele mesmo também está sendo julgado com o mesmo rigor, já que dificilmente se arrepende. É, portanto, um ser humano frágil e carente de ajuda, que pesar do  estereótipo prepotente e geralmente agressivo, ele esconde a personalidade fraca que tenta esconder. No entanto, o Deus que a todos criou é o único que pode curar as feridas que danificaram a sua alma e endureceram o seu coração. Portanto, quem alcançou a graça de abrigar em si os frutos do espírito, use-os para interceder junto a Deus por esse pequeninos necessitados, porque eles foram feridos e precisam da graça de Deus para serem curados e libertos.

Autora: Junia = 12/10/2018